Perséfone e Hades: Uma História de Romance

Capítulo 17

Hermes acorda com o sol que começa a entrar pela janela de seu quarto.

Quanto tempo eu dormi? O Apolo realmente exagerou nos calmantes.

O deus dos viajantes sai de seu quarto, e bate na porta do quarto do irmão mais velho, irritado.

-Você é louco, Apolo? Você me apagou o dia inteiro ontem com esses seus calmantes. Abre essa porta, vai.

Quando Apolo abre a porta, Hermes começa a xingá-lo.

-Foi o Ares que mandou você me apagar? Vocês estão trabalhando juntos no sumiço da Perséfone e ficaram com medo que eu descobrisse?

-Calma, Hermes. Eu não estou trabalhando com o Ares nem nada, e não faço a mínima ideia de onde a Perséfone está. Eu só te dei remédios fortes porque você estava agitado demais com isso. Pelo visto não adiantou, não é?

-Cadê o canalha do Ares? É sério, eu vou matar ele. E se você me der outro remédio, eu te mato junto.

Apolo levanta uma sobrancelha, demonstrando preocupação com o irmão caçula.

-Tem certeza de que você não quer outro calmante?

-Tenho. Agora, pode me dizer onde está nosso irmão?

A voz de Deméter surpreende Hermes.

-Hermes, você viu a Perséfone?- pergunta a deusa.

-Não. 

Deméter abaixa o rosto. 

-Ela já sumiu uma vez, por causa do namorico com Hades, não?- começa Apolo- ela não pode estar com ele?

Hermes fica em silêncio. Ele visitara Hades no dia anterior, e o Senhorio do Submundo não sabia onde Perséfone estava.

-É. Talvez seja isso- responde Hermes vendo que a discussão não o levaria à lugar nenhum.

-Eu já disse para a Perséfone ficar longe daquele canalha do Hades. Existem tantos homens melhores; vocês dois, o Ares...- resmunga Deméter- bem, Zeus convocou uma reunião para discutir sobre isso. Vocês vão?

Os deuses assentem.

...

Hermes se senta entre Apolo e Atena. 

Zeus começa a falar, e os deuses prestam atenção. Quando ele cita o desaparecimento de Perséfone, todos começam a citar o nome de Hades

-Eu disse que o relacionamento deles causaria problemas- fala Deméter- mas ninguém me ajudou a impedi-lo. Agora, ela sumiu, e ninguém sabe o paradeiro dela.

Ares começa a falar, chamando atenção de todos.

-Eu... ontem eu vi a Perséfone saindo do Olimpo. Ela disse que iria ver o Hades. Eu tentei impedi-la, mas ela se irritou comigo. Eu a deixei ir, e, quando tentei encontrá-la, só achei uma das coroas de rosas dela- o deus da guerra mostra uma coroa de rosas coberta de sangue- isso estava perto de uma das portas da morte. Hades provavelmente fez algo com ela.

Todos os deuses se chocam com a coroa ensanguentada. Deméter começa a chorar, pensando na morte da filha, e é confortada por Ártemis.

-Canalha!- grita Hermes se levantando- foi você quem matou ela! Por que você não se matou junto?

-Eu nunca mataria a Perséfone. Você deveria se acalmar, irmão...

-Afinal, você nunca a assediou, não é? Tentou forçá-la a se casar com você. Quando ela te rejeitou, você se irritou e a matou? Ou você não queria que ela contasse sobre os assédios para o Olimpo?- lágrimas escorrem pelo rosto de Hermes enquanto ele acusa Ares- ela era jovem! Você acabou com uma vida inocente! Eu tenho vergonha de te ter como irmão...

Hermes tenta se aproximar de Ares, mas Apolo o segura.

-Me larga! Ele matou a Perséfone!

-Você deve estar delirando pelo choque- fala Ares- vocês eram melhores amigos, isso deve ter abalado você.

-Se mata, Ares! Eu sei que quem matou ela foi você!

-Calma, Hermes- sussurra Apolo- eu vou te dar um calmante.

Hermes se senta em seu lugar novamente, irritado.

-Bem, se o Hades realmente matou a Perséfone... nós deveríamos vingá-la, não?- soluça Deméter.

-O Hades não matou a Perséfone!- grita Hermes- o que vocês vão fazer? Atacar o Mundo Inferior e criar uma guerra desnecessária?

-Não é desnecessária! Ela era minha filha!- responde Deméter ainda chorando.

Hermes deixa a sala irritado, batendo a porta atrás de si. Ele precisava falar com Hades, mas não queria dar a notícia para o deus. Mas é necessário. Perséfone morrera. Uma guerra poderia começar, e Hermes não permitiria que mais sangue inocente fosse derramado.