Capítulo 24

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Ártemis abaixa um pouco o arco e flecha, receosa pelas consequências de tentar atacar Hades. Ela o atacaria se tivesse certeza de que aquele era o momento certo, com certeza. Mas ao ver Hades imobilizando Apolo, e colocando sua espada contra o seu pescoço, Ártemis decidiu recuar um pouco. 

Os olhos verdes da deusa brilhavam em raiva; raiva pela morte de Perséfone e Ares, raiva por ver seu irmão gêmeo imobilizado por Hades.

-Larga o Apolo- rosna Ártemis, seus cabelos prateados balançando com o vento frio do Submundo.

-Se vocês realmente pensaram que era inteligente atacar o Mundo Inferior, se enganaram- fala Hades em tom calmo, como se Ares não tivesse morrido há alguns minutos- aqui é meu território. Meus poderes são mais fortes aqui. Um ataque em meu território não seria inteligente, se vocês percebem. E vocês não tem provas de que eu matei Perséfone.

Atena, até então em silêncio confortando Deméter, que estava extremamente abalada ao ver o cadáver de Ares e relembrar a suposta morte da filha, finalmente fala.

-E que... provas você nos dá de que Perséfone está viva? E, caso ela estivesse viva, por que escolheria ficar no Submundo com... você? Morte e agricultura não se misturam.

-Era o que nós pensávamos antes de nos conhecermos.

Apolo aproveita a brecha da conversa de Hades com os deuses para se desvencilhar de Hades, desarmando o Senhorio do Submundo e pegando a espada do deus da morte para si. Ártemis levanta o arco e flecha em questão de segundos, atirando na direção de Hades. 

O deus de cabelos pretos desvia das flechas com facilidade, recebendo somente um corte de raspão no braço. O deus da morte invoca algum tipo de lança das sombras. 

-Eu já disse que não quero ferir ninguém. Isso tudo foi uma confusão causada pelo canalha do Ares.

-Prove, então- murmura Dionísio, que até o momento não havia se envolvido na luta, preferindo observar quieto. 

-Eu poderia provar. Mas vocês teriam que abaixar as armas- responde Hades, passando o olhar por todos os deuses: Apolo, com sua adaga e com a espada que roubou de Hades; Ártemis com seu arco e flecha; Atena com sua lança guardada; Dionísio com facas presas no cinto e Deméter com uma única adaga.

-Eu não vou cooperar com um assassino- rosna Deméter.

-Seria o mais inteligente...- murmuro Atena- ele teria vantagens em uma luta no Submundo, de qualquer maneira.

-Um passo em falso e eu dou uma flechada no seu coração- rosna Ártemis.

Apolo passa uma mão pelo braço cheio de cortes da luta que teve contra Hades, se curando lentamente com seus poderes de deus da medicina.

-Eu só vou cooperar porque a maioria decidiu isso- murmura ele- por mim, eu matava esse cara de uma vez, assim como ele fez com meu irmão. O Ares podia ser meio bruto e violento as vezes, mas não merecia isso.

Perséfone e Hades: Uma História de RomanceOnde histórias criam vida. Descubra agora