Hades e Perséfone ficam juntos, andando pelo Submundo. Os deuses sabiam da guerra que se aproximava, eles queriam aproveitar o tempo que tinham juntos em paz. Se eles tinham a oportunidade de esquecer um pouco dos problemas, o que restava era aproveitar.
-Perséfone... eu preciso cuidar de alguns dos meus afazeres agora. Depois nós jantamos juntos?
-Ok.
A deusa fica em seu quarto, pensando em como as coisas se desenrolariam no Olimpo.
Ela anda até um vasinho com rosas, e, em um toque, as faz crescer um pouco.
Eu só queria um pouco de paz. Aproveitar meu relacionamento com Hades sem medo, pensa a deusa ao tirar os espinhos de uma rosa.
Depois de algum tempo cuidando de suas plantas e rabiscando desenhos em um bloco de papel, Perséfone sai de seu quarto para ir atrás do deus da morte. No meio de seu caminho, a deusa é surpreendida pela presença de Ares.
-O que você está fazendo aqui?- rosna a deusa.
-Você... viva? Pelo visto é difícil te matar. Mas será que você consegue se virar bem sem o Hades?- questiona o deus da guerra.
-O que você fez com ele?
-Com o Hades? Ah, nada. Mas outros deuses devem estar indo atacá-lo.
Perséfone se sente enojada. Ares era um canalha sem vergonha.
-Idiota. Por que você está fazendo isso?
-Pela minha reputação. Para mostrar que ninguém deve me contrariar. Bem, o que resta para mim é te matar com as minhas próprias mãos...
O deus tenta atacar Perséfone, que tenta usar algumas das rosas de sua coroa para se defender. Ela podia controlar algumas plantas, mas seu poder não era um dom relacionado á luta: o poder da deusa era relacionado à vida.
-Pelo visto você quer lutar pelos seus últimos minutos de vida... desista. Você é fraca- rosna o deus da guerra empurrando Perséfone em uma parede. A deusa tenta controlar os espinhos de suas rosas para atacar Ares, mas ele não se importa com os arranhões.
O maior puxa a deusa pelo braço, e a coloca contra a parede. Ele coloca uma mão ao redor do pescoço da deusa, que tenta chutar a virilha do deus.
-Resistir só vai te fazer morrer mais rápido. Todos os deuses pensam que Hades te matou; encontrar seu cadáver pelo Mundo Inferior não seria uma novidade. Aceite sua morte de uma vez.
-Me larga, seu...
Ares solta o pescoço da deusa, que se surpreende por um momento. Ela cai de joelhos e, ao levantar o rosto, vê Hermes com seu caduceu em mãos.
-Você vai mesmo querer lutar?- rosna Hermes para o deus da guerra.
O Mensageiro dos Deuses é menor que Ares, sendo menos forte fisicamente. Perséfone sabia que, apesar disso, ele possuía a coragem e a velocidade que muitos não tem.
Perséfone percebe uma coisa diferente no amigo: o olhar. Ele sempre fora um deus animado, feliz, mas agora o ódio e a raiva transparecem em seus olhos claros.
-Oh, Hermes... você sabe que perderia uma luta, não é? Eu posso te matar com facilidade- zomba Ares.
-Você atacou Perséfone e Hades diversas vezes. Tentou separar um casal que não merecia ser um alvo seu. Me enganou e me deu calmantes que me derrubaram. Traiu o Olimpo. Mentiu sobre a morte de Perséfone. Se eu morrer lutando com você, eu não me importo. Desde que consiga causar algum dano em você, eu fico feliz.
Ares tira uma espada da bainha, que estava presa em seu cinto. O deus da guerra ataca Hermes, que usa seu caduceu para se defender. Perséfone tenta manter as esperanças; Hermes era um deus poderoso, ele poderia vencer Ares.
-Você poderia ter sido um aliado do Olimpo, seu traidor safado. Por que você está fazendo isso?- rosna o deus menor.
-Minhas ideologias são diferentes das ideologias do Olimpo. Eu passei toda a minha vida seguindo valores que não eram os meus, seguindo regras que não queria seguir. Agora, eu vou ditar as regras. Você já viu que eu não tenho medo de matar alguém que fique em meu caminho; bem, eu não me importo de te matar, irmãozinho.
-Você não é meu irmão! Você é uma vergonha!
Ares derruba Hermes de costas, que permanece usando seu caduceu na defensiva. O deus maior coloca seu joelho sobre o estômago de Hermes, colocando seu peso sobre o menor.
Os deuses continuam na luta, desferindo golpes entre si. Depois de uma luta que se arrasta, Ares faz um corte no abdômen de Hermes. A camiseta branca do mensageiro se mancha de vermelho. O corte é fundo, e Perséfone grita assustada. Hermes olha para a deusa.
-Vai pra um lugar seguro!- grita ele. Perséfone se afasta assustada, e se esconde em um canto escuro, onde fica assistindo a luta. Depois de algum tempo, Hermes recebe outro golpe no abdômen. O deus grita, dor estampada nos olhos.
Ares arranca a espada do abdômen de Hermes, o fazendo gemer de dor. Sangue escorre por seu abdômen, e ele parece perdido em dor. Ele leva uma mão ao ferimento, e sangue escorre por seus dedos.
Quando Ares se aproxima para dar outro golpe em Hermes, o menor pega seu caduceu e joga contra uma parede com força. O caduceu se quebra, e almas saem dele. O Mensageiro dos Deuses também era o responsável por coletar as almas dos mortos e entregar para Hades; as almas não entregues ficavam armazenadas no caduceu. Com ele quebrado, as almas se liberam.
As almas atacam Ares, causando diversos ferimentos nele. Perséfone se sente aliviada por um momento, ao ver que ele não atacaria mais Hermes. Pelo menos por um tempo.
Ares recebe diversos cortes e ferimentos das almas.
-Pelo visto você não desiste, Hermes- murmura o deus tentando dar espadadas nas almas- permaneça aí, e morra.
O deus da guerra se afasta mancando, e as almas se dissipam pelo Submundo.
Perséfone vai até Hermes, preocupada pelos ferimentos dele. A dor do deus está estampada em seu rosto, que também está com alguns cortes.
-Hermes...- sussurra a deusa.
-Vá. Vá pra um lugar seguro, por favor- geme o deus.
-Eu não posso te largar aqui- murmura Perséfone com lágrimas no rosto.
-Eu já estou morto, Perséfone. Esse sangramento não vai parar tão fácil. Eu já aceitei.
-Por favor...
Hermes sorri tentando demonstrar o bom-humor de sempre. Perséfone coloca uma mão sobre a dele, tentando estancar o sangue. O deus geme de dor, e tosse sangue.
-Hermes, fica acordado... por favor.
-Eu... por favor, Perséfone, só me largue aqui. Eu já perdi muito sangue. Eu vou acabar morrendo por causa disso.
Perséfone faz Hermes se levantar, e o leva até seu quarto. Ela o coloca em sua cama.
A deusa pega algumas flores, e tenta usa-las para estancar o sangue de Hermes. O deus acaba fechando os olhos, adormecido. A deusa se desespera, preocupada com as chances dele morrer durante o sono.
-Por favor, Hermes... não morra.
Os pensamentos dela focam um pouco em Hades. Teriam outros deuses o atacando? Ele acabaria como Hermes, extremamente ferido?
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Perséfone e Hades: Uma História de Romance
RomantikHades, sob efeito de uma das flechas de Eros, o famoso cupido grego, se apaixona por Perséfone e a rapta. Perséfone não fica satisfeita em morar no submundo, mesmo com Hades fazendo de tudo para conquista-la. Hades nunca havia se apaixonado antes...