Capítulo um

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  — Lin! Vamos! — o ômega gritou, com os braços finos lotados de coisa e procurando em volta se faltava algo a mais. — Lin, agora!

O homem colocou a mochila nas costas com dificuldade e pegou as malas de mão com cuidado. Ele conferiu o celular mordendo os lábios, o horário estava apertado e não tinha como eles perderem o voo novamente.

  — Lin... — antes que terminasse sua frase, escutou passinhos vindo em sua direção junto das típicas batidinhas de sapatos no chão e o cheiro reconfortante de morango chegando em seu olfato.

  — Ei, vamos rápido, temos que chegar a tempo! — sussurrou, movendo as mãos com exagero.

  — Eu- eu... — murmurou, olhando para baixo e apontando com o dedinho.

  — Filhote, o que foi? — Niall sussurrou, se abaixando e ficando na frente do garoto de bochechas rosadas, assim como as suas, os deixando mais parecidos ainda.

  — Tô com frio. — falou e apertou as mãozinhas juntas, o adulto riu um pouquinho, fechando o zíper do casaco infantil e beijando ambas as mãos do filho.

  — Melhor? — perguntou, Lin acenou positivamente e levantou os dois polegares miúdos, quase matando sua mãe por tanta fofura. — Agora vamos, bebê. — sorriu.

  — Ver o tio Louu e o Fredd! — bateu palmas animados e pulou como o lobinho agitado que era.

Niall ofereceu um sorriso carinhoso e avisou:

  — Dá a mãozinha para a mamãe e não solta, está bom?

  — Tá bom. — respondeu com um biquinho, ficando no encalço do ômega mais velho.

. . .

  — Mamãe? — sussurrou, batendo na bochecha gordinha do loiro com os dedinhos. — Mama... — chamou, sentando de joelhos no banco mesmo com o cinto atrapalhando.

O pequeno sabia que era uma tarefa quase impossível acordar sua mãe, ele tinha um sono muito profundo e pesado, então resolveu apelar e fez o ponto fraco do ômega.

  — Moranguinho? — sussurrou, apertando os olhos, sentindo a bochechinha de seu filhote passar na sua com leveza, numa carícia suave. Seu coração se derreteu, era muito fofo ver seu filho agir como um lobinho de natureza.

  — Mama... quen- quem é esse? — separou um pouco seus rostos, deixando apenas os narizes se tocando, o pequeno apontou para a telinha que estava grudada no banco.

  — Quem? — perguntou confuso, seu raciocínio estava lento e havia muita informação no monitor. Sua respiração engatilhou ao perceber quem era.

  — Ele! Ele! — seu filhote pulou, apontando para a tela com animação, enquanto piscava seus olhinhos cor mel.

O rosto de Zayn aparecia na tela, era dele de quem seu lobinho falava. A câmera abriu-se revelando os cinco integrantes da banda numa entrevista, que estavam sendo bagunceiros como de costume e ele estava ao lado do moreno como sempre.

Por mais que amasse sua vida agora e fosse sua melhor fase, realmente sentia saudades daquela época.

  — Ele? — respirou fundo e uma gotinha de suor descia pela lateral de sua testa, seu cheiro ficou mais forte e um pouco angustiado.

  — Sim, mamãe.

Seus olhos azuis agitados saíram da tela, observando o rosto do menino: os olhos cor de mel, os cílios longos e o inconfundível narizinho pontudo.

𝖭𝗈𝗌𝗌𝖺 𝖿𝖺𝗆𝗂́𝗅𝗂𝖺 • 𝖹𝗂𝖺𝗅𝗅 𝖠𝖻𝗈 Onde histórias criam vida. Descubra agora