Um Encontro Inesperado.

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Hinna seguiu seu caminho tranquilamente por uma pequena estrada de asfalto que levava até uma cachoeira que ficava acima da montanha, gostava do silêncio do lugar para treinar, a garota que estava distante de qualquer tipo de comunicação não imaginava oque estava acontecendo na cidade.

Passou algumas horas meditando e treinando alguns golpes antes de fazer o caminho de volta, mais pássaros subiam a montanha em bandos, o sons indicavam que estavam assustados, " a natureza sempre alerta do perigo a sua volta" era uma das frases que sua mãe dizia quando faziam trilhas juntas, mas até então, não esperava oque estava por vir.

A poucos metros da casa podia ver um clarão e uma fumaça que vinha da residência, os sons de gritos e objetos quebrando ficava cada vez mais nítido a medida que se aproximava dos portões.

A jovem apressou o passo, quando notou que o incêndio vinha da mansão, corpos tomavam conta do Jardim principal, o cheiro de sangue e madeira queimada fazia seu estômago revirar, seu corpo estremeceu por completo.

-Day!!!! - gritou em vão, em busca de Daylan, atravessou o jardim quando um estrondo chamou sua atenção, a entrada principal estava manchada de sangue, e a fumaça saia pelas janelas do segundo andar, Não era possível que alguém pudesse ter sobrevivido aquilo, mas a garota não perdeu as esperanças.

-Daylan!- outro grito sem respostas, quando um grunhido ecoou de dentro da casa, três homens que faziam a segurança da casa saíram pela porta, seus corpos completamente queimados e desfigurados, aquilo eram mordidas?, a medida que os homens se aproximavam Hinna dava alguns passos para trás, oque estava acontecendo? Ela só tinha saído por algumas horas.

Seu corpo respondeu ao que estava vendo rapidamente quando se viu sem saida, começou a correr em direção a estrada principal, os olhos se enchiam de lágrimas, por não entender oque estava acontecendo, um ataque? Mas como aquelas pessoas ainda estavam andando com tantos ferimentos? Os questionamentos tomaram conta de sua mente enquanto corria na tentativa de salvar sua vida.

Como morava em um lugar afastado, a escuridão e o barulho da floresta tomaram conta da estrada, Hinna já estava longe da casa mas seu corpo não permitia que parasse de correr, os olhos cheios de lágrimas impediram que visse o carro a sua frente, que por sua vez colidiu contra a garota a fazendo rolar alguns metros no acostamento.

Seu corpo doía por completo, sua visão estava embaçada, e sua cabeça girava por conta da batida, se sentou lentamente buscando por ferimentos, mas por sorte só tinha alguns arranhões.

O carro parou a poucos metros da jovem, um homem alto desceu do mesmo indo a encontro da menina.

- Você táa bem? Droga, devia olhar por onde anda, podia ter morrido. - o homem se abaixou para ajudar a garota mas ficou surpreso com sua reação.

- Não toque em mim...- Hinna rapidamente puxou a katana da bainha de uma forma desajeitada e apontou na direção do estranho.

- Eu tô tentando te ajudar. - o homem se levantou ficando sério.

- Você me atropelou! Que tipo de ajuda é essa?. - a garota se levantou ainda com a dor percorrendo seu corpo, e mantinha a espada na direção do homem.

- Eu não tenho tempo pra isso, já deu pra notar que você está inteira, não devia sair por aí correndo desnorteada com tudo que está acontecendo. - o mesmo se virou indo em direção ao seu carro.

- Espera...oque está acontecendo? Do que você ta falando?.

-Pelo jeito que estava correndo ja deve ter encontrado com eles.

-Eles? Do que você ta falando? Minha casa foi atacada e...- os joelhos da garota estremecer a fazendo cair novamente.

- Vai continuar bancando a durona ou vai aceitar ajuda? Já disse não tenho tempo pra isso. - o homem caminhou até ela estendendo sua mão.

- Aquelas pessoas, elas não estavam, não tinha como estarem vivas. - Hinna encarava o chão ainda tentando entender oque tinha acontecido, como aqueles homens ainda estavam andando com tantos ferimentos e queimaduras graves.

- O governo estão chamando eles de terroristas, acreditam que é uma doença que está fazendo as pessoas ficarem agressivas, perderam o controle da situação e a cidade está um caos. - o homem não parecia assustado com oque estava acontecendo a calma em suas palavras e as informações ditas dessa forma mostravam isso.

-Doença?...- Hinna segurou a mão do estranho que o ajudou a mesma a se levantar.

- Provavelmente alguém na sua casa foi infectado, estão dizendo que é transmitida pela saliva.

- Como, como você sabe de tudo isso?

- Bom, antes de todo o caos começar eu estava na delegacia, as primeiras informações chegaram pelo rádio, todas as cidades estão sendo lacradas, estão tentando conter a infeção, sai o mais rápido que pude, mas pelo jeito já chegou aqui também, ficar correndo por aí sozinha não deve ser muito seguro, pode vir comigo se quiser, mas como eu disse estamos sem tempo.

Hinna havia recebido muitas informações de uma vez, se Daylan estava na casa era provável que ja estivesse morto, o caminho até seu pai poderia estar bloqueado, e levaria horas até a cidade mais próxima.

-Eu...Eu vou com você, mas se estiver mentindo ou tentar alguma coisa, eu corto sua garganta.

O homem a olhou com um semblante calmo, abrindo a porta do carro para que a mesma entrasse.

- Se eu quisesse tentar alguma coisa nem teria parado pra ver se você estava bem não acha? Já que mora por aqui, não conhece um lugar onde não tenha pessoas ? Precisamos de um lugar pra passar a noite, até receber mais informações.

-No alto da montanha, tem algumas casas que estão vazias, as famílias as usam no verão, não temos muitas pessoas por aqui.

O homem entrou no carro ligando o veículo na direção indicada, seguiram o caminho em silêncio, quando passaram na frente do portão que levava a casa da garota, o fogo havia se espalhado rapidamente, e os corpos que estavam no jardim, ja não se encontravam lá, apenas manchas de sangue.

- Aliás, meu nome é Levi. - Disse o mesmo prestando atenção na estrada, podia notar que a garota estava assustada.

-Hinna... - seu peito doía e não era por conta do impacto, sua cabeça se perguntava onde estava Daylan, se ele conseguiu sair a tempo, ou se ainda estava na cidade com seu pai, de certa forma a jovem se encontrava sozinha novamente, e sua unica opção era confiar no estranho ao seu lado.

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