52. O DOUTOR WOLF: ESTÁ PREPARADO PARA EL CELO

671 73 33
                                    

Faltando apenas uma semana e meia para a rotina, as coisas ficaram um pouco apressadas e estranhas. Nos meus últimos dias de trabalho não fiz o que normalmente fazia, que era enrolar nas atividades e mandar eles para o inferno, porque ia receberde qualquer. Pelo contrário, continuei fazendo minhas tarefas e tentando deixar a melhor impressão possível, pois era um cargo bem remunerado, confortável e tranquilo.

Foi preciso desentupir alguns vasos sanitários e consertar algumas coisas, mas ainda assim foi melhor que muitas outros. Taehyung me acompanhou nesses últimos dias, suspirando de vez em quando até finalmente confessar: - Nossa, vou sentir um pouco de falta disso.

- Eu também. - respondi depois de soltar uma nuvem de fumaça para o lado. - Não acho que meu próximo trabalho terá máquinas de venda automática.

O lobo me olhou pelo canto dos olhos, mas acabou sorrindo e balançando a cabeça. Agora ele se sentava ao meu lado, na mesma mesa, a menos que estivéssemos na portaria, onde ele havia aproximado a cadeira da mesa para colocar os pés para cima, como eu fiz. Na quinta-feira, em nossa última noite lá, comprei para Taehyung um pacote de meio litro de cerveja e até guardei um para Minhyun, o estoquista da máquina de vendas, que chegou e lançou ao lobo o mesmo olhar nervoso.

- Você está comemorando alguma coisa? - ele me perguntou, tirando distraidamente as chaves para abrir as máquinas.

- Hoje termina meu contrato aqui. - respondi, um pouco mais alegre e expressivo por causa do álcool.

- Ah, e...isso...te faz feliz? - Minhyun murmurou e dei de ombros antes de responder.

- Eu preferiria ter um emprego e continuar recebendo, mas as coisas são assim. Vou procurar outro em uma semana.

- Bem, se você estiver interessado, minha empresa está procurando estoquistas. - ele me disse de repente, algo que não esperava e para o qual não estava preparado naquele momento. - Você tem carteira de motorista?

- Sim. - pisquei algumas vezes e balancei a cabeça. - É claro.

- Você teria que levar seu currículo para a sede, fica na periferia, mas talvez eu pudesse te dar uma mão. - o homem continuou, olhando para mim de vez em quando enquanto se virava para pegar os sacos de jujubas, pães industriais e sacos de salgadinhos antes de preencher as lacunas que faltavam. - É um trabalho muito chato, mas pelo menos o salário é decente.

- Ahm... - balancei a cabeça novamente e levei o cigarro aos lábios. - Obrigado, Minhyun, vou passar lá na semana que vem.

Quando o homem saiu, Taehyung olhou para mim e balançou a cabeça.

- Você não vai conseguir colocar todas essas coisas num buraco estranho, fumar um cigarro e sair com o dinheiro, Hoseok. Para esse trabalho, tem que ter cuidado e saber contar, você acha que conseguiria?

Praguejeinalgo sem olhar para ele e continuei fumando. No dia seguinte, voltei à tarde para entregar o cartão magnético e assinar uns papéis, esbarrando com no outro zelador em seu posto. O homem evitou a todo custo olhar para mim e até se escondeu, o que gerou um pequeno sorriso maligno em meus lábios. Quando cheguei em casa com as sacolas de comida, Yoongi já estava deitado no sofá, nu e com uma mão no controle e a outra nas bolas. Ele rosnou e virou o rosto para me cumprimentar.

- Diga a Namjoon para mandar Taehyung à doceria, irei vê-lo lá esta semana até que eu encontre outro emprego. - eu lhe disse depois de me aproximar dele para lhe dar um carinho e um beijo na boca.

Meu lobo assentiu e se levantou para lavar as mãos na pia e sentar em seu banquinho em frente a uma enorme bandeja de macarrão com carne picada. Desde que o vi comer espaguete à bolonhesa como se não houvesse amanhã, pensei em incluir mais macarrão em sua dieta. Pra mim também foi perfeito, porque também ficou mais barato que cinco quilos de carne de porco grelhada. Depois do nosso cochilo depois do almoço e da nossa foda depois do cochilo, o levei até o chuveiro e me vesti ao lado dele, lembrando-o de falar com Namjoon antes de sair com a Matilha.

HUMANO (Sope)Onde histórias criam vida. Descubra agora