Aos vinte e seis anos posso dizer que não houve nada nesse mundo que eu não tenha feito. Porra, eu estou nessa vida desde os dezesseis, droga, álcool, sexo, viagens... isso de certa forma se tornou meu castigo.
É sábado à noite e um dos amigos que fiz durante a faculdade está inaugurando uma boate. Sempre achei que Jackson se tornaria um médico, modelo, gamer, menos dono de uma boate. No convite o horário dizia que abria as 21:30, então me preparei para hoje, desmarquei alguns compromissos, tomei um banho bem demorado e procurei por uma roupa que ficasse legal. Optei por vestir uma calça branca folgada, tênis da mesma cor, blusa preta e jaqueta jeans em um tom de azul escuro, cabelos penteados, um perfume gostoso e estava pronto. Sorri para meu próprio reflexo e saí do quarto, peguei a chave do carro, carteira e desci, entrei no veículo e dei partida rumo a boate Sinners.
Quase meia hora depois finalmente chego na boate e logo de cara me surpreendi, a entrada estava lotada, uma fila enorme esperava pela sua vez de entrar. Desço do carro e logo de cara encontro com Jackson, esse que veio na minha direção e me cumprimentou com um belo sorriso.
— Nem com o passar dos anos você conseguiu crescer? — ele disse entre risos.
— Quer estrear sua boate faltando alguns dentes? — respondi sorrindo pequeno.
— Seu humor nunca muda, não é mesmo? — encostei no meu carro e ele fez o mesmo — Vai dar de cara com muita gente conhecida do nosso passado aí dentro e tem uns amigos que quero te apresentar também.
— Ainda com mania de cúpido? — busquei pela carteira de cigarro no bolso e acendi um, traguei e joguei a fumaça para o ar — Vou precisar pegar essa fila toda? — ele sorriu para mim negando com a cabeça
— Vem, vamos entrar logo, alpinista de meio-fio. — e ele me puxou pelo braço — Pode entrar fumando, sem restrições aqui.
Ao entramos percebi que o lugar era bem maior que podia imaginar, mesas e um sofá enorme ficava encostado na parede dos lados direito e esquerdo, escadas em ambos os lados levava para o segundo andar, provavelmente para vips, paredes carmesim, cortinas em um tom de vermelho claro, luzes brilhantes piscando bem no meio da pista de dança e um pequeno palco, talvez para os DJs e mesmo que do lado de fora estivesse com uma fila enorme esperando para entrar, uma grande quantidade de gente já estava dançando aqui dentro.
- Vip? - perguntou Jackson quase gritando por conta do barulho da música alta
- Prefiro ficar aqui mesmo - apontei para o sofá no lado esquerdo
- Fique à vontade Guinho, irei receber o resto das pessoas e já volto por aqui - eu assenti e ele saiu.
Caminhei até o sofá, pedi por uma bebida e logo fui atendido por um garçom bonitão.
Por volta de meia noite e meia a boate já estava lotada, barulho de gritos sempre que uma música nova era tocada, pessoas dançando, outras se pegando e nesse ponto eu já estava mais alto que as árvores, já havia perdido as contas de quantas tinha bebido. Decidi ir ao banheiro, tive um pouco de dificuldade para encontrar, mas encontrei, joguei um pouco de água no rosto e me encarei no espelho.
- Acho que precisamos nos divertir do nosso jeito - disse para meu próprio reflexo sorrindo.
Peguei do bolso da calça um pequeno saquinho com uma substância branca, entrei em uma das cabines, peguei um pedaço de papel higiênico, limpei a tampa da descarga, despejei o conteúdo do saquinho, peguei um cartão e separei pequenas quantidades, abaixei a cabeça e suspirei do conteúdo. O sorriso instantâneo veio nos meus lábios, levou alguns minutos até que usasse tudo aquilo sozinho, entretanto a sensação era maravilhosa. Ao deixar a cabine, lavei meu rosto novamente e saí do banheiro de volta à festa.
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༺𝑹𝒆𝒅𝒆𝒏𝒄̧𝒂̃𝒐 ᭄ ʸᵒᵒⁿᵏᵒᵒᵏ
Hayran Kurgu[ CONCLUÍDA] Por duas vezes abri as portas do meu coração, a primeira vez milhares de facas atingiram meu coração. Achando que superei, que me tomando a sombra do que um dia eu fui, novamente me deixei cair na mesma armadilha. Eu desci o mas baixo...