💙Rosa ou Azul💙

228 41 3
                                    

❤️Park Jimin❤️

Fevereiro 2011

Chegamos no trimestre em que todos os enjoos vão embora, em que as tonturas saem de cena e quando eu já estou acostumado com a minha rotina de pai solteiro, eu estava trabalhando como recepcionista de um escritório de advocacia, era pequeno, mas estava sendo muito útil para que eu conseguisse juntar mais dinheiro para a faculdade e para as coisas do bebê, o trabalho era tranquilo as pessoas mal falavam comigo e eu ainda ficava sentado durante toda a minha carga horária.

- Eai papai, pronto para ver o sexo desse seu bichinho aí? - Taehyung se debruçou em cima do balcão me dando um susto, eu estava com quatro meses, não tinha muita barriga por ser bem magro, então só era possível ver apenas um pequeno ovino quando eu usava camisas muito apertadas.

- Estou pronto, mas não fique muito ansioso podemos não conseguir ver. - pego minha bolsa e desligo o meu computador, já havia avisado ao meu chefe que sairia mais cedo para uma consulta, minha sorte ter encontrado um emprego com pessoas tão gentis e nada soberbas, bom, não é como se o Taehyung não tivesse conseguido esse emprego para mim.

Ele estendeu o braço dobrado para que eu pudesse me enroscar, sempre andávamos assim, grudados um no outro como um casal, na verdade ele só está suprindo a falta de Jungkook, ou somente de ter alguém por perto com que eu possa conversar. Jungkook não pode ser substituído, pelo menos eu acho que não, mesmo que a faculdade de medicina e as milhas de distância acabem soterrando uma rotina de anos, ele vai sempre ter um lugar no meu coração.

- Ué, eu achei que era três ou quatro meses e aí o bichinho se revelaria, como um bom espetáculo de drag queens, aliais você deveria ir comigo uma vez, antes de ser pai você passava uma vibe completamente diferente. - reviro os olhos para o que ele falou mas não deixo de pensar, ainda era o Jimin, ainda comia sorvete de madrugada ou gostava de dançar e cantar no escuro quando ficava sozinho em casa, não curtia muito legumes e a única diferença é que não sou mais a pessoa apocalíptica que topava tudo, costumo dormir mais cedo do que minhas irmãs mais novas e quando não estou trabalhando com toda certeza estou cochilando em algum lugar, além disso, os meus passeios não passam da loja de fraldas e de roupas de bebê.

- Vamos logo antes que eu chegue atrasado. - Saio o puxando pelas ruas, não tinha necessidade de irmos de carro porque o consultório era perto, estávamos no centro, então não precisaria de um táxi ou de um carro, meu médico disse que caminhadas eram boas.

[...]

- Boa tarde senhor Park, que bom vê-lo novamente, esse é seu marido? O outro papai? - entro na sala com as bochechas coradas e coloco a minha pasta com os exames em cima da mesinha me sentando na cama.

- Oh, não, apenas um amigo. - Respondi sem graça.

- Prazer, eu sou Taehyung, será que eu posso dar um conselho ao senhor? Já deve saber que para ser progenitor você precisa de um casal para fazer, mas para ser pai de verdade não é necessário outro, pais solteiros também existem, então se você parasse de perguntar sobre os outros pais quando sabe que pessoas interessadas estão aqui e não em outro lugar, ajudaria muito, eu acredito até que ficaria bem mais famoso. Não me leve a mal, você é gatinho, estou falando isso porque não gosto quando o bonitinho ali fica constrangido pela história dele, gosto das bochechas coradas quando ele está feliz. - Ativando o modo "dizer o que se pensa sem receio" Taehyung fala tudo e mais um pouco, me deixando ainda mais corado, ele sabia que era desconfortável essa curiosidade das pessoas de quererem saber quem é o pai ou onde ele está, como se não estivessem vendo que meu bebê já tem um, o carregando com muito carinho.

- Tudo bem, me desculpe, você tem razão. - Taehyung deu um sorriso convencido e piscou para mim. - Vão querer saber o sexo? Tem alguma preferência? - como não era minha primeira vez eu já sabia exatamente te os passos que seriam feitos, já estavam com minhas calças arriadas e minha camisa levantada, com o tempo nós perdemos a vergonha de mostrar nosso corpo a um estranho que nem mesmo me pagou um sorvete.

- Eu quero menina, mas não é como se fosse um brinquedo né? Não posso escolher de fato, então apenas ficarei feliz pelo que vier. - Sou sincero, eu sei que ele não está acostumado a lidar com "adolescentes".

- Bom, então eu vou dizer para comprar muitas roupinhas azuis, porque em alguns meses seu menininho estará chegando. Veja bem, esse aqui é ele. - Ele mostrava para o borrão que estava muito maior do que da primeira vez que vi. - Aqui é o Piu-Piu dele. - o homem amostrou e a única reação que consegui ter foi rir, caí na gargalhada mesmo, como se estivesse ouvindo uma grande piada, o homem não estava mais me entendendo. - Geralmente não é essa a reação, mas tudo bem. - Ele comentou.

- Desculpa, acho que talvez eu não deveria ser pai, eu simplesmente não consigo ver isso como uma pessoa, para mim isso são apenas borrões que vemos nos cartões da psicóloga, é estranho, na maior parte do tempo eu ignoro a existência dele e de vez em quando eu tenho um pico de emoções e então eu lembro da gravidez, ou então eu noto as mudanças no meu corpo. - De fato eu parava para pensar algumas vezes e não conseguia me imaginar sendo um bom pai, eu quero ficar com ele, meu bebê azul, mas não consigo sentir nada do que os filmes e livros retratam, eu nem mesmo consigo conversar com a minha barriga, parece que eu estou doido.

O doutor não disse nada, apenas balançou a cabeça como se estivesse digerindo o que uma pessoa de dezoito anos acabou de falar do próprio filho, em seguida ouvimos o coração, talvez fosse o único momento em que a minha ficha caia antes de ser reerguida novamente.

Entre Brindes E Corações - Jk+Jm= Jikook MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora