💙Relatos da Tia Sojin💙

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Park Jimin❤️

Outubro 2010

Com a formatura chegando as coisas ficavam cada vez mais corridas, eu ainda não havia achado minha roupa ideal, na verdade eu nem mesmo sabia o que eu queria, se era algo muito sexy para atrair olhares e marcar na mente daqueles fracassados ou algo elegante o suficiente para me sentir como um CEO de uma grande empresa, a única certeza que eu tinha sobre o baile de formatura é que eu não estaria sozinho, Jungkook estaria comigo e acho que isso já melhorava muito esse negócio de baile.

Minha tia Sojin estava vindo da Coreia para ver minha formatura, ela era a irmã mais nova do meu pai e quase não víamos ela porque sempre está viajando, seja a trabalho ou a procura de aventuras, a última vez que eu a vi, tinha meus quinze anos e ela me deu um rádio de presente com um disco assinado de uma das bandas que eu gostava muito na época, agora eu não faço a mínima ideia de onde está esse disco.

Papai estava preparando um churrasco de domingo para a chegada da minha tia, eu e minha mãe iríamos buscá-la no aeroporto e assim eu poderia me acostumar a dirigir um carro, porque mesmo tendo carteira, mamãe não me deixava dirigir com medo de eu bater ou simplesmente baterem em mim, ela sempre pensava no pior.

Chegando no aeroporto eu fiquei segurando a plaquinha que minha mãe fez, era uma cena brega de filme adolescente, não era a sua primeira vez em Nova Jersey, muito menos em Cape May, ela poderia facilmente ir sozinha já que tem o endereço, mas toda vez que ela vem, sempre precisa de algo especial. Não me levem a mal, só estou levemente de mau humor porque adolescentes são assim e talvez seja porque tem tempo suficiente que eu não vejo Jungkook, ele anda estranho e afastado e isso está me deixando puto para cacete, tirando isso, eu amo minha tia, gosto do jeito irado dela e de seus pensamentos a frente de seu tempo, mas realmente não é um bom momento para sorrisos falsos e fazer sala para visita.

- Pequeno Jimin. - Ela me abraçou, estava com roupas despojadas, mas o cabelo parecia incrivelmente hidratado.

- Oi tia Sojin, teve uma boa viagem? - indaguei, e ela se afastou de mim para abraçar a minha mãe.

- Dormi a viagem inteira, adoro os assentos executivos, são espaçosos. - Externou e eu peguei suas malas apenas concordando com a cabeça e seguindo para o estacionamento.

[...]

Quando chegamos em casa, minhas irmãs já estavam correndo por todo o lado e o cheiro da salsicha e do hambúrguer parecia delicioso.

- Venham, já está saindo, parece que adivinhei que vocês estavam chegando. - falou meu pai.

- Isso porque eu te mandei mensagem. - respondeu minha mãe fazendo todos rirem, bom, menos eu. Peguei as malas e subi para o quarto de hóspedes, minha cabeça estava cheia, tantas dúvidas e tantas hipóteses que eu já estava ficando irritado em um nível preocupante.

Eu montei meu hambúrguer e meu cachorro-quente, coloquei o máximo de ketchup que eu conseguia, eu não gostava de cachorro-quente seco, sabe, gosto dos caldos coreanos. A noite estava começando a chegar, o som estava alto e todos conversando, mas meu olhar estava na casa azul quase em frente à minha, a janela que dava para rua mostrava que a luz estava ligada, então ele esteve em casa o dia todo, sem nenhuma visita, ou mensagem, sem sinal de sua existência durante todo um domingo.

- O que foi que mordeu você para estar com essa cara de quem é capaz de cometer um assassinato? - vi minha tia se sentar do meu lado, segurava uma latinha de cerveja.

- Pensando em algumas coisas. - Respondi brevemente tentando não estender o assunto, mas ela não parecia querer isso.

- E isso tem a ver com o fato de você ter feito 18 anos e agora está prestes a se formar e ir para a faculdade? - olhou para mim como se pudesse ver através dos meus olhos.

- Mais ou menos, parece que quanto mais perto de sair do drama adolescente, mais dramas aparecem. - Profiro e pego a lata de sua mão, dando um gole.

- Se tem uma coisa que eu posso te dizer é que os dramas adolescentes não vão passar de uma hora para outra, até que esteja realmente vivendo como um adulto, ainda será um adolescente. Olha, quando eu estava na faculdade eu vivi muitas coisas boas, mas tem muitas coisas que eu me impedi de viver por medo ou por não querer ver o óbvio, isso me trouxe muitos arrependimentos. - Contou e eu desviei meu olhar da janela para ela.

- Que tipos de arrependimentos? - perguntei, curioso.

- Quando eu estava quase chegando na metade do curso, eu encontrei uma pessoa, ele era um cara legal mas já havia saído da faculdade, era lindo, responsável e já estava em outra fase, eu queria mudar o mundo, queria ser uma mulher independente e foi isso que nos uniu, eu era responsável e independente e acabamos tendo uma grande intimidade, algo como uma amizade, eu não sei se posso de fato chamar assim. Então os sentimentos começaram a mudar, para os dois, e eu fiquei desesperada porque ele já tinha a vida dele e eu ainda estava começando a minha. - Ela fez sinal para que eu esperasse e levantou para buscar outra cerveja no cooler.

- Vocês ficaram juntos? - perguntei, eu não estava entendendo muito, mas aquela história estava mexendo em algo dentro de mim.

- Não, mas ele tentou, se declarou para mim, me tratava como se eu fosse a única, era possível ver o amor nos mínimos detalhes, até que ele me pediu em namoro e tudo desandou, eu não podia aceitar mesmo que o amasse de volta, eu não podia deixar que ele atrasasse minha vida, mas o maior medo era que deixássemos de ser o que éramos. No fim, ele ficou bem magoado e arrumou um emprego em outra cidade. Antes de embarcar eu o vi com a família, a esposa e os dois filhos, isso instigou minha curiosidade e eu procurei por ele no Facebook e tive a surpresa de que eles estavam indo comemorar o aniversário de casamento e ela estava esperando o terceiro filho. - Tirando a caixa de cigarros do bolso, ela pegou um e acendeu.

- Você não o procurou depois disso? - indaguei.

- Não querido, achei que fosse o destino ou a coisa certa, eu sempre adiei as coisas e no final esse foi o meu maior arrependimento, Não dizer como eu me sentia naquela época, ou de não termos ficado juntos como um casal, eu percebi que ele foi o amor da minha vida e que nunca sequer encontrei alguém como ele, mas sei que dois anos depois que ele saiu da minha vida, ele criou sua própria família. O medo me parou, foi um dos poucos casos que isso aconteceu.

Entre Brindes E Corações - Jk+Jm= Jikook MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora