💙A Torta era Minha💙

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❤️Park Jimin❤️

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❤️Park Jimin❤️

No dia 13 de outubro de 1992 foi quando o mundo recebeu de braços abertos a melhor pessoa desse mundo, eu, sim, Park Jimin, minha história começou definitivamente às 14:14.

Eu nasci na cidade de Busan, em uma época em que o mundo ainda não era obcecado por kpop e as pessoas não queriam super popular a cidade apenas por ver um dorama e sonhar que se casaria com um grande empresário só porque esbarrou nele na rua. Morávamos em uma pequena casa no lugar mais afastado de Busan, era uma vida boa até onde eu me lembre, afinal não ficamos ali por muito tempo.

Nos mudamos em seguida para outra cidade pacata, mas dessa vez em Nova Jersey, Cape May para ser mais exato, meu pai trabalhava com obras e por mais que onde morávamos tivessem muitas, as condições não eram tão boas assim, ele perdeu toda a vontade de trabalhar com aquilo no país após ter presenciado um acidente. Relaxa, ninguém morreu, mas o cara perdeu uma perna, então isso mostrou a ele que ele tinha coisas a mais a se preocupar, como por exemplo me ver crescer.

Então recomeçamos em um lugar onde as casas pareciam ter um padrão, mesmo que as cores fossem diferentes, não era o bairro mais barato, mas meu pai e minha mãe usaram toda a economia para comprar uma casa em um bairro seguro e que tivesse espaço para que eu pudesse brincar, já que onde morávamos as ruas eram estreitas e as casas uma em cima da outra.

O processo de adaptação não foi fácil, aprender um novo idioma e novos costumes não era algo fácil para uma criança como eu, as pessoas eram boas, eu que não confiava nisso, nunca confiei. As pessoas eram diferentes de mim fisicamente e isso acabou me deixando retraído a pessoas.

Quando vovó veio morar com a gente isso mudou um pouco, os membros da minha família eram as únicas pessoas que eu conseguia ser eu mesmo e a vovó contava as melhores histórias, a medida em que fui crescendo eu passei a entender que era um jeito dela me empurrar para o mundo, mas acho que ela morreu de desgosto ao perceber que minha lerdeza não me fez entender a tempo.

Morávamos um uma rua segura, com pessoas unidas onde éramos sempre convidados para festas e churrascos, meu pai continuou trabalhando em obras e minha mãe passou a ser a costureira oficial da rua, ela fazia de tudo, costurava vestidos, cortinas e até mesmo fazia tapetes, e fazia tão bem que passou a ser a figurinista dos teatros da igreja, e isso a ajudou a se aproximar de Deus e com isso nos aproximar também.

Minha vó partiu quando eu tinha cinco anos e minha família entrou em desespero, não porque a velha fazia falta mas porque era minha única amiga, eu conhecia e sabia de tudo na minha rua, mas nunca havia falado com ninguém e sempre fugia quando vinham falar comigo, então eu entendia o medo da minha mãe de eu me tornar um adolescente que usa franja longa de gel, lápis de olho e que fica com um casaco preto no meio do dia em um calor americano, e o pior, não usa desodorante.

Hoje em dia eu tenho o mesmo medo.

No dia do enterro da minha vó a casa parecia que estava sendo vendida, havia tanta comida dada pelos vizinhos que meu pai trancou a despensa por um mês, todos olhavam para mim com cara de tristes porque sabiam o quanto minha vó significava para mim e agora eu teria que falar com as paredes. Por isso, no dia em que todos usavam preto e eu tinha que usar uma espécie de forca portátil no pescoço, a minha única forma de fugir foi correr para debaixo da mesa, os panos pretos forrados me escondiam perfeitamente e o fato de eu ser do tamanho de uma criança de três anos também.

Mas eu não era bobo, havia pegado uma travessa de torta de frutas vermelhas dado pela vizinha da casa azul e isso seria o suficiente para afogar minhas mágoas.

Estar sozinho era bom, gostava da companhia que eu tinha, ela era um doce, mas de forma abrupta e sem nenhum modos a mesa foi balançada e logo havia uma criança com cabelos para o alto, rosto vermelho e inchado e catarro saindo do nariz.

- Ei, esse é o meu esconderijo, procure o seu. - Reclamei, mas quase fiz xixi nas calças com medo de tomar um soco, ou pegar o vírus que aquela criança melequenta poderia me passar.

- Você roubou a minha torta. - Ele estava chorando, chorando tão alto que meu único ato desesperado para não ser descoberto foi tampar a sua boca, e adiantando, isso foi uma péssima ideia.

Vamos recapitular para os lerdos, como eu, entenderem...

O filhote de cruz credo entrou no meu esconderijo com a meleca quase chegando na boca, o menino desesperado para não ser descoberto fez a pachorra de tampar a boca do infeliz, logo, tendo contato com o catarro verde, resultado de uma garganta inflamada a uns dez anos. Quando minha cabeça parou para pensar, eu retirei a minha mão perguntando a Deus porque ele estava me castigando no funeral da minha vó.

- Você é nojento, super choque. - Limpo em sua blusa a minha mão.

- Não faça isso, eu tenho nojo... - foi o tempo o menino falar, antes de vomitar em cima da minha torta, garoto porco invejoso do caramba.

Não consigo descrever o nojo e a raiva que senti, mas mais uma vez meu instinto falhando eu peguei a travessa da torta vomitada e empurrei direto em seu rosto. O único menino que parecia fisicamente comigo era o mais nojento de todo o mundo.

- Pode ficar porcalhão - foi o dia em que odiei Jungkook pela primeira vez, mas não foi a única.

Naquele dia eu chorei de soluçar, meus pais acharam que era porque minha vó partiu, mas eu só conseguia pensar na torta que nunca chegou a minha boca e o quanto Deus havia me castigado por nada, mas na verdade era o contrário.

Deus não estava me castigando, estava me presenteando com o melhor amigo que eu poderia ter, cuidando de mim até quando eu achei que ficaria sozinho.

Entre Brindes E Corações - Jk+Jm= Jikook MPREGOnde histórias criam vida. Descubra agora