... É teu e de mais ninguém!

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   Eu respirei fundo, tentando acalmar toda a inquietação que a situação tinha me deixado e foquei nele, no sorrisinho canalha, no carinho naqueles olhos. Ele estava alí, com o queixo apoiado na minha perna e um olhar divertido.  Apoiei a mão na bochecha dele, pra fazer algo além de apertar os punhos de nervoso e me permiti respirar, olhar pra ele com calma e quando dei por mim, está sorrindo também.

— Dormi sim. Tomei café... e você?

— Eu também, muito bem até! Se preocupa não viu, a gente vai tomar cuidado,  a gente deve esse cuidado ao Ramiro e ao Kelvin, mas também porque a gente se deve esse cuidado.

— Ela falou sobre casual...

— Uhum...

— É isso, Amaury? Isso que a gente é?– ele segurou minha mão, no meu colo, entrelaçando nossos dedos.

— A gente é a gente Di, não vejo porque colocar num molde...

— Assim, longe de mim cobrar alguma coisa, eu sou poli, sabe. Mas ao mesmo tempo eu gosto de ter as coisas claras, de entender onde eu tô.

A expressão dele mudou sutilmente, caiu um pouco, junto a isso, ele soltou minha mão, embora que delicadamente e levantou.

— Eu não acho que seja algo a pensar agora, sabe. Vamos viver, ver onde vamos chegar, mas se você não quiser eu vou entender.

De onde veio isso?

— Como assim, vai entender? Vai dropar e pronto?

— Por mim continua, exatamente como tem sido, mas se você precisa desses termos todos, agora mesmo não saberia o que fazer.

— Amaury?

— Tá tudo bem, não é pra te deixar preocupado,  mas você acabou de dizer que gosta de saber onde tá...

Eu não sabia bem como assimilar, tecnicamente ele tava certo. Porque se sentia tão estranho? Era assustador perceber como eu tava apegado, cheguei a sentir uma vertigem. Então concordei com a cabeça, dei um beijo rápido no rosto dele e destrancando a porta, saí dali.

Amaury POV

O dia como sempre cheio, transcorreu bem, pelo menos profissionalmente falando...aquele "longe de mim querer cobrar alguma coisa, eu sou poli", girava e girava na minha mente. Eu não me considero um cara de mente fechada e ao mesmo tempo que não queria colocar um rótulo na gente e sim ir vivendo tudo de lindo que tínhamos pra viver, não sentia como casual ou relação poli se encaixasse com a gente de jeito nenhum. Era amor, caralho! E amor era amor, eu não me sentia com a necessidade de reduzir o Diego a definição nenhuma e ao mesmo tempo tinha pavor dele falando essas coisas, nunca fui possessivo, minha mente tava uma confusão épica, uma bem ridícula.  Além do Diego, o que eu queria? Essa pergunta precisa encaixar e fazer sentido pros dois e isso sim poderia ser complicado de resolver.
   Já era noite, no set do Natandei e o Diego que aparentemente ficou puto comigo desde a manhã, estava super brincalhão com todo mundo, menos comigo, mas ele não pense que eu não notava a inclinação natural dele ao lado onde eu estivesse, que eu não percebia que ele aumentava a voz quando queria que eu prestasse atenção na conversa dele com os outros. Idiota! Eu tava ouvindo cada palavra.
    Numa hora onde finalmente soltaram ele um pouco, me aproximei, já gravando storie, porque não sou bobo... dei a volta filmando ele, naquele figurino de Kelvin Star e pude notar perfeitamente quando ele me notou, desmontando todo, mas calado ele não ficaria, como bom diabinho que é. Filmei ele dos pés a cabeça, quando via o rosto dele pela tela do celular ele tinha a carinha mais travessa do mundo

— Qual é o seu problema?– me perguntou.

Apontei pra ele em silêncio, sem mostrar no storie, mas ele queria brincar

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