Protejo esse amor pra ser só teu.

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18 de Setembro.

Eram por volta das dez da manhã quando Valéria os viu chegar, os dois recém banhadinhos e muito juntos, na realidade nada tão diferente que desse pra apontar, era mais como que a atmosfera tinha mudado, eles de repente pareciam mais açucarados, gravitando ainda mais perto um do outro, se é que era possível.

Ela ficou alerta, a postos pra ajudar, até porque não fazia nadinha de tempo eles mesmos haviam negado todo envolvimento rotundamente e do jeito que estavam, a não ser que estivesse fantasiando legal, as pessoas iam perceber. Ela precisou sair do camarim pra gravar, mas sempre que cruzava com o par, decifrava tranquilamente um Diego extra sorridente e um Amaury com carinha de apaixonado e aquilo era lindo, era sim! Mas a preocupação com as negativas deles enquanto o comportamento não condizia estava colocando uma pulga atrás da orelha dela.

Diego POV

A Val... eu conseguia sentir o olhar dela o dia inteiro sobre nós, o que estava me matando de constrangimento, porque toda vez que eu notava a atenção dela eu lembrava, tipo flashes mesmo de mim, mentindo descaradamente quando ela perguntou pela nossa relação e me encolhia por dentro. Eu meio que sentia necessidade de ir falar com ela, não que a gente devesse explicação, mas ela sempre foi tão incrível e se preocupou com a gente e agora que eu sabia que ela tava notando, sei lá, não queria que passasse a impressão de que eu não queria que ela soubesse, porque de verdade não era o caso. Depois que esse pensamento cruzou minha mente, um monte de questionamentos tomaram esse lugar, questionamentos sobre o "quem eu queria que soubesse" e sobre o "soubesse o quê?" o que nós éramos agora, o que era isso? Isso era algo?

Eu olhava pro Amaury, do meu lado sentadinho na sala de espera enquanto conversa com o Ignacio e cara... eu só queria continuar vivendo o que tínhamos começado, eu quero estar com ele, quero muito.

Já no fim da tarde, chamei a Val pra conversar lá na praça de alimentação e seria até engraçado se não fosse tão vergonhoso perceber que ela sabia exatamente do que eu queria falar. Nos sentamos e pedimos comida, passamos pela infinita conversinha jogada fora que consistia em falar do tempo, da correria, das cenas, até que eu cansei e respirei fundo, pra falar de uma vez o que eu queria:

- Val, eu quero falar sobre mim e o Amaury...tô procurando forças, pera.

- Diego, não precisa. Realmente não é algo que você precise dizer, mas eu tava me roendo pra dizer uma coisa só a vocês, posso falar pra você?

- Claro, mulher! Pode falar sim, na verdade adoraria conselho, tô um pouco apavorado, sabe. Se você puder me ouvir também seria tudo pra mim.

- Menino, eu ia dar uma dica e vou ganhar a fofocona deliciosa? Pois bora lá! O que eu queria dizer é que vocês dois precisam estar de acordo sobre a imagem que querem passar, fica todo mundo perdido, até vocês parecem perdidos. Se forem negar, tenham cuidado.

- Mas Val, antes eu queria negar porque meio que não tinha nada demais...

- Ah meu Deus, vocês fizeram? EU SABIAAAA! - Ela gritou a ultima parte se levantando, comigo me esticando pra puxar ela pra sentar de volta.

- Dá próxima grita da porta, mana. Pra galera do estacionamento ouvir também!

- Desculpa meu bem, acho que era shipper e nem tinha me dado conta. Isso na sua clavícula é um chupão né? Precisa retocar viu...

- Mulher, pare. Bem...mais ou menos, é a resposta da sua pergunta, a anterior. A questão é que nos dissemos coisas que foram bem decisivas, sabe. Não dá pra gente fingir, digo entre os dois mesmo, não dá mais pra fingir que não acontece nada. Mas Val... e agora? Eu tô feliz, tô empolgado e até emocionado, mas não sei o que fazer, porque como você disse, não podemos só ser naturais sem ter que dar respostas e agora mesmo só queria viver com ele o dia após dia sabe, tenho medo de mexer e estragar...

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