Quando a vida te abre uma porta, você tem coragem de descobrir o que há do outro lado? Mesmo se desafiar teu senso comum? Mesmo se te assustar como o inferno? Mesmo se te encantar, te fazendo se questionar, se entregar e se expor? Ou você prefere fi...
O mundo está cinza! Eu queria ter acordado animado, não era de jeito nenhum o caso. Agora estava no uber a caminho do projac, depois de uma sucessão de dias densos, parece que a hora do adeus se antecipou entre nós e tudo em mim se rebelava contra isso, ele simplesmente se fechou, tudo mudou. Eu cheguei até pensar que imaginei tudo que aconteceu, mas a quantidade de vezes que eu atualizava a maldita pagina do Instagram dele, contava uma história distinta. Ontem gravei caldeirão de novo, com o Fábio Jr. e eu estava feliz, de verdade...mas minha felicidade agora parecia vir sempre com validade, mas isso não alterava as certezas que eu tinha do que era melhor pra mim, então talvez eu devesse me acostumar, ia melhorar. Não ia? Notei uma notificação no instagram, dele. Abri contrariado e dei de cara com ele respondendo uma "caixinha de dialogo", perguntando quem era mais implicante, ele ou eu, que obviamente caiu na minha conta, enquanto ele descrevia situações onde eu implicava com ele...precisava ele me marcar pra dizer uns 83 "ele implica"? E pior, precisava ele meter um "mas dizem que quem implica ama", no final? E com sorrisinho... Precisava? Porra, cara! Ainda postou uma frase depois da sequência da caixinha, assim:
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Ele estava errado? Não! Mas tudo que ele postava ou falava, me atingia forte demais e hoje foi minha vez, já que durante os últimos dias ele se deu o direito de ficar na dele, hoje fui eu que fiz isso, trabalhei sem prestar muita atenção(externamente) nele e tava indo bem, a raiva é um bom combustível, até que chegando em casa, vi que me marcou de novo e a pergunta da vez era, se a mãe dele tinha gostado de me conhecer... o qual ele respondeu emocionadamente sobre o amor da dona Fátima por mim e a vontade dela, de que eu fosse até Niterói. Como eu iria a Niterói com ele, sabendo que vou estar de alguma forma mostrando que não posso ir pra ficar, embora não acho que ele quis dizer que se casaria comigo, nem nada assim...mas a possibilidade de ser a causa da tristeza dele me assusta.
05 de Outubro.
Logo que acordei me deparei com uma manchete ridícula que me mandaram, a absurda da Veja resolveu do nada, xoxar o Amaury, falar da humildade dele, era obviamente mentira, uma bem idiota. Chegando no projac a Val me falou que ele tava triste, que a reportagem abalou muito o ânimo dele, claro que sim, era dele ser sensível a essas coisas, porque ele nunca esperava o pior das coisas e das pessoas, apesar de já ter vivido o suficiente de situações negativas na vida, era assim que ele era, uma alma linda e um coração precioso. Me senti de mãos completamente atadas, mas era mais forte que eu a necessidade de consolá-lo, de ficar do lado dele e foi isso que eu fiz. Pelo clima dos estúdios todo mundo tava fazendo o mesmo, as meninas tinham feito stories enchendo ele de amor e isso aqueceu meu coração. Encontrei Amaury na lanchonete, recebendo carinho dos funcionários e fui até o balcão onde ele estava de pé e pedi dez brigadeiros, ele me olhou surpreso e eu pude ver que ele tinha chorado e estava a um triz de fazê-lo outra vez, a qualquer momento, então sorri, tentando com tudo de mim, transmitir toda a vontade que eu sentia de tranquilizar aquele homem enorme e tão frágil.
