Capítulo quinze

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Azriel~

     Passamos duas horas torturando o guarda, na verdade, eu passo torturando. Lucien se sentou para assistir.

Ele detesta crueldade e violência, mas seus olhos brilhavam com raiva, enquanto observava o macho ficar em pedaços.

Finalmente o desgraçado antes de encontrar com a Mãe, nos contou que Beron matou nosso espião depois de tê-lo torturado por muito tempo.

E que o Grão-Senhor da Corte Outonal tem planos para aniquilar todos, inclusive o próprio Rhysand, mas que ele não tinha ideia de como seria feito.

Aquilo não nos surpreendeu. Beron é uma cobra criada que ficou muito tempo vivo.

— Eu acho que tinha mais coisas que poderíamos ter coletado — Lucien diz ao se erguer e ir lavar sua flecha em um lago próximo.

O tempo parece nublado e muito sinistro. Aquela névoa ainda cerca a floresta, repentinamente, surgindo no fim de tarde.

— Agora você gosta de violência — ergo uma sobrancelha achando graça.

— Ele mirou para te acertar — Lucien murmurou sem olhar para ele.

Suas palavras aquecem algo no meu peito, mas eu ignoro. Eu ainda odeio ele, e acho que Lucien é um problema.

— Vamos voltar para a Corte Noturna — falo, esperando ele terminar de guardar as coisas. — Da onde surgiu essas madeiras de freixo?

Lucien olhou para ele e depois para o que tinha em mãos. Deu de ombros, colocando a aljava nas costas.

— Eu peguei do arsenal do Jurian. Ele não é tão ruim quanto acham — Lucien disse, e eu estreito os olhos.

— Jurian está do lado dos traidores. Está admirando algo do lado genocída?

Minhas sombras se contorcem em volta de mim em um aviso. Lucien passa seu único olho, agora, sobre mim em uma avaliação que não gosto nenhum pouco.

— Se vocês tirassem a cabeça da bunda veriam que nem tudo que vocês acham no mundinho de perfeição de Velaris é verdade — rebate ele, irritado.

— Jurian provou de várias formas que não é de confiança...

— E você fala isso só porque ele te derrubou com uma flecha?

— Ah! Deve ser um novo amante que você está protegendo...

Lucien revira os olhos e passa por mim me dando um encontrão no ombro. Um aviso. Agarro o braço dele, girando-o para mim.

— Não gosto dessa tua atitude. Matei outras pessoas por muito menos — um grunhido sai da minha garganta em pura ameaça

O ruivo me encara com a testa franzida, desviando os olhos do meu rosto para onde a minha mão segura. Ele se desvencilha de mim, e bufa.

— Não é porque eu fiz a burrice de foder com você de novo que você algum direito para falar sobre mim. E nunca mais me ameace — ele resmunga.

Seu olho mecânico estala. O cabelo dele parece mais vermelho, talvez seja sua herança da Corte Outonal.

— Engraçado que não era burrice, enquanto você gemia no meu ouvido como um putinho — provoco, fechando ainda mais minhas asas.

— Sou bem putinho e não só com você — ele devolve me acertando em cheio.

Estremeço de raiva, pegando-o pelo pescoço e o empurrando contra uma árvore, fazendo balançar.

— Isso já está ficando chato — resmunga Lucien, arfando, mas com um sorriso convencido. — Sempre me empurra contra algo.

Corte de Desejos Sombrios | luriel (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora