Capítulo dezoito

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Lucien~

Dia do casamento...

    Acordei escutando os preparativos para o casamento de Azriel e de Mellaria.

Nunca pensou que estaria tão infeliz em uma celebração assim. Minha cabeça latejava pela bebida da noite anterior.

Azriel havia me encurralado em uma sala e se aproveitado da minha vulnerabilidade para me atacar, e depois me deixar lá parado como um idiota.

Rhysand havia entrado no escritório logo depois de o espião ter desaparecido em sombras. Tive que inventar que tinha me perdido.

Quando voltei para fora arrumando meu cabelo, encontrei o illyriano perto da noiva.

Helion, meu pai, havia me lançado um olhar de canto de olho como se perguntasse o que acontecera.

Tentei fingir estar bem sendo que eu estava arrasado por dentro. Não queria dar sentido para aquele sentimento que tinha desenvolvido por ele.

Azriel foi um inimigo. Um rival de corte. E apenas um parceiro de sexo.

Então, porque eu estava chateado há mais de uma semana?

Levantei da cama e tomei um longo banho. Olhei-me no espelho vendo a aparência de merda que eu estava.

Não quis tomar café da manhã quando me chamaram. Aguardei no quarto até o horário do casamento acontecer.

Seria no final da tarde e contava com algumas pessoas. Eu e meu pai havíamos sido convidados para o casamento, mas tínhamos chegado um dia antes porque Helion e Rhys queriam traçar um plano para a guerra.

Aquilo ainda era um típico sensível para todos. A guerra poderia estourar a qualquer momento.

Eu e Helion havíamos feito um acordo com algumas pessoas do círculo íntimo dele, para que caso eles perdessem a guerra que levassem os pégasos para outra terra.

Não iríamos usá-los na guerra, além de serem poucos, também não queríamos envolver aquelas criaturas magníficas naquilo.

Eu havia ficado apaixonado pelos pégasos assim que coloquei os olhos neles.

Uma batida na porta me fez afastar dos pensamentos sobre a guerra. Helion entrou vestido em sua toga branca típica e a coroa em formato de sol.

— Você está bem? — ele perguntou, encarando-o.

Lucien não olhou para o macho. Não queria encontrar pena no olhar do seu pai. Terminou de colocar a camisa de algodão amarela.

— Sim — disse, ajustando os botões da roupa.

— Filho — Helion o chamou. — Você pode parar esse casamento se quiser.

Lucien ergueu o rosto. Primeiro chocado por ter sido chamado de filho e segundo pelo absurdo que saia da boca de Helion.

— Não farei isso — falou, desabotoando a camisa novamente porque errou alguns botões. — Ele vai se casar com a parceira e também não tem movidos para eu interferir.

— Lucien, você o ama — seu pai disse em um sussurro.

Encarei meu pai.

— Que nem você interferiu no casamento da minha mãe com o Beron? — perguntou, mas logo se sentiu culpado ao ver dor brilhar no rosto do macho. — Desculpa, não quis dizer isso.

— Você está certo — ele assentiu mais para si mesmo, olhando para a janela — Por isso que estou dizendo para você fazer algo e não carregar a culpa para sempre como eu.

Corte de Desejos Sombrios | luriel (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora