A doença

quarto estágio

Faltavam menos de 2 semanas para as férias e estávamos todos ansiosos para isso, na verdade estávamos escondendo que após essas férias entraríamos oficialmente na reta final do nosso Ensino médio.

Eu acordei, escovei os dentes, me arrumei e
Esperei normalmente a hora de ir para a escola como eu fazia todos os dias. Lembro que ao levantar me senti um pouco de mal estar, achei normal e continuei meu dia. Agora me pergunto se isso era uma coincidência ou um aviso. Enfim, fui para a aula normalmente, o céu estava aberto e os primeiros raios da manhã já saiam no nascer do sol, a leve brisa junto com o cheiro de grama molhada me fizeram sentir mais vivo, confesso que fiquei bem animado, incrível como a natureza pode mudar seu estado de espírito tão facilmente. Também a paisagem urbana estava agradável, sem muitos carro pela manhã, pessoas indo trabalhar e algumas crianças indo para suas respectivas escolas, alguns resquícios da chuva que aconteceu na noite passada e alguns animais de rua. Devo dizer que perdi em torno de 3 minutos após acariciar um gato, ele realmente me cativou o bastante para doar um pouco do meu dia a ele, infelizmente ambos continuamos nosso trajeto, eu para a escola e ele para a vida.

Chegando na rua do meu destino observei que o hospital estava calmo, provavelmente por ser de manhã, imagino a loucura que isso iria se tornar após alguns minutos, continuei meu trajeto até o portão

-Bom dia Gabriel. Comprimentou a diretora

-Bom dia!

Segui meu caminho até a minha sala de aula, deixei minha bolsa sobre a mesa e fui atrás de minhas amigas, que por coecidencia haviam acabado de chegar juntas

Gabriel:Bem, bom dia. Estava agora mesmo indo atrás de vocês!

Celine:Bom dia,chegamos agora

Lívia: eu iria ficar em casa hoje,mas fui literalmente obrigada a vir *bufou*

Gabriel: não reclama, você vai ficar sem ver nossos rostos por um mês inteiro

Lívia: que bom né, agradeceria se fosse  anos sem ver vocês

Celine: você choraria de saudades

Lívia: de alegria, só se for

Gabriel: depressão profunda, isso sim haha

Celine: vamos andar um pouco, Jajá o sinal bate

Lívia: vamos matar aula?

Gabriel: tá ficando louca?

Celine: vão pegar a gente

Lívia: vão nada, vamos se esconder na informática é o lugar mais isolado da escola

Gabriel: vão vocês, vou ficar aqui

Celine: digo o mesmo

Lívia: vocês são tão chatos!

Então voltamos para a sala, aonde ficamos até o sinal bater. Podia se dizer que o clima era o mesmo do que eu percebi ao vir para a escola, o vento entrava pelas janelas abertas, o sol já aparecia no céu sem nuvens e o único barulho que se escutava além dos carros na rua era o do professor, eu aproveitei esse clima silencioso para me deitar na carteira. Não demorou muito até que eu caísse no sono.

Não sei exatamente por quanto tempo eu dormi, apenas sei que um forte grito que escoou por todos os lugares me acordou, foi tão profundo que meu coração disparou na mesma hora e assim que eu Levantei minha cabeça percebi que a sala estava em silêncio e o professor sem reação, provavelmente todos se assustaram também. Após alguns segundos mais gritos ecoaram, parecia que vinham de fora da escola

Gabriel: o que é isso?!

Lívia: eu não faço ideia

Estava prestes a me levantar da mesa para ir até a porta quando barulhos de tiros começaram, foi o suficiente para o pânico se estaurar na sala

-ISSO SÃO TIROS?! gritou uma aluna

-FECHEM A PORTA TODOS! ordenou o professor também assustado

Porém assim que ele acabou de falar, um barulho de vidro se quebrando surgiu, extremamente alto. Foi o suficiente para todos saírem correndo da sala

-PAREM TODOS! gritou o professor

Ninguém nem sequer o ouviu, eu segui a manada e assim que sai da sala me deparei com uma porta de vidro toda quebrada e ensanguentada, essa porta ligava o pátio com a direção.

Derrepente no fundo do corredor, vimos a diretora toda ensanguentada correndo e pedindo socorro, e atrás dela várias pessoas com roupas de hospital, também todas ensanguentadas, correndo atrás dela. Toda a turma congelou por um instante, mas assim que as outras salas que estavam na nossa frente começaram a correr e gritar, nós também entramos em Pânico. Foi aí então que realmente me vi em meio a loucura, pessoas gritando e correndo de algo que eu nem sabia o que era, eu estava congelado, imóvel e dominado pelo medo e ansiedade.

Derrepente senti alguém puxar meu braço de uma durma brusca o bastante para quase me derrubar no chão, assim que eu saí do transe eu vi que era Lívia junto com Celine

Lívia: VOCÊ ESTAVA PARADO ALÍ PORQUE?! CORRE GABRIEL!

Celine: OQUE TA ACONTECENDO?

Lívia: APENAS CORRAM!

Celine: CORRER AONDE?!

nessa hora eu só pensei em um lugar

Gabriel: A INFORMÁTICA

Lívia: OQUE?!

Gabriel: A INFORMÁTICA LÍVIA!

Lívia: VOCÊ TA MALUCO, TEMOS QUE SAIR DESSE LUGAR

Celine: ELE ESTÁ CERTO, LÁ TEM CADEADO, VAMOS!

Então dominados pela incerteza, dúvida e principalmente pelo medo e a ansiedade, corremos em direção a informatica, que ficava totalmente isolada da escola. Por muita sorte a porta estava destrancada e o cadeado do lado, provavelmente iriam limpa-la

Lívia: ENTREM LOGO

Todos entramos desesperados naquele quarto, Lívia trancou a porta tão rápido que nem percebemos

Celine: QUE MERDA É ESSA! gritou Celine desesperada

Lívia: SILÊNCIO! não falem nada, fiquem em silêncio, não podem nos achar aqui!

Estávamos tão assustados que obedeceriamos cegamente qualquer ordem imposta a nós. Porém admito que era difícil manter o silêncio com tantos barulhos, gritos, pedidos de socorro, tiros, batidas e tudo o que se possa imaginar tudo junto e misturado, foi um horror, tão horríveil que eu perdi os sentidos. Os sentimentos de medo e pânico misturado me colocaram novamente naquele transe, fazendo assim eu me perder em meus pensamentos, minha audição estava desaparecendo junto com todos meus outros sentidos

E antes de eu desmaiar ou algo assim, eu pude perceber como todos estavam reagindo a situação, Celine com as mãos no rosto e Lívia com os olhos fechados. OQUE estava acontecendo?