A doença

capítulo 2- andarilho solitário

Ainda me lembro da última vez em que ouvi a voz dela

"Não abra essa porta! Tampe os ouvidos e feche os olhos....eu te amo! Nunca se esqueça disso"

Mesmo com os ouvidos tampados eu ainda conseguia ouvir os gritos dela enquanto aqueles monstros rasgavam a carne da minha mãe. Depois daquele dia eu jurei matar todos que eu vi pela frente.

3 anos anos: o fatitico dia

-Já conversámos sobre esse assunto tantas vezes e você sempre volta nele!

-você precisa entender meu lado as vezes, mãe!

-lucas, já te falei centenas de vezes que não temos como ter uma vida estabilizada, meu trabalho e o seu futuro depende dessas viagens. Qualquer pessoa adoraria viajar para todos os cantos do mundo igual você

-eu não sou todo mundo!

-Querido, eu sei o quão ruim deve ser, porém não podemos fazer nada, me desculpe por isso

-tudo bem....

Ela sabe me convencer com essa voz toda tristonha, é a arma secreta dela!

-vamos apenas parar na loja de tintas e já voltar para nossa casa

Minha mãe é uma fotógrafa muito famosa, não temos um lar estabilizado e sempre viajamos para outros lugares, ela é apaixonada pelo seu trabalho e acredita que cada lugar tem sua própria beleza e história a ser contada. Eu realmente odeio viajar tanto, nunca tive amigos e nem um lugar de origem, todo mês eu estava em um lugar novo. Porém sobre a minha mãe eu não tinha motivos para reclamar, sempre me deu o melhor mesmo após meu pai nos deixar, ele era um soldado americano e em uma das guerras que ele foi...bem, ele não voltou. Na época isso foi uma bomba estourando em nossas vidas, eu tinha apenas 11 anos, porém minha mãe me deu todo o apoio que eu precisava. Ele é gentil e a melhor pessoa do mundo, sempre fomos eu e ela contra o mundo.

Naquele dia estávamos nessa cidade para uma sessão de fotos com um famoso, estava faltando cor no cenário então minha mãe foi até a loja de tintas. Entramos e pegamos o que precisávamos, porém assim que chegamos ao caixa os primeiros gritos ecoaram pela loja, multidões começaram a correr desesperadamente. Assim que os primeiros monstros entraram na loja, minha mãe já me puxou e corremos até o fundo, aonde subimos em uma escada para o segundo andar. Ela me jogou para trás da porta e fechou

-MAE?!

-FICA AI, LUCAS!

-ENTRA AQUI!

-Não abra essa porta! Tampe os ouvidos e feche os olhos....eu te amo! Nunca se esqueça disso

Fiz como ela mandou, porém mesmo com os ouvidos tampados ainda escutava seus gritos, foram minutos ouvindo ela até o silêncio da sua voz pairar, eu já sabia que havia-a perdido. Eu fiquei escondido, jogado no chão por horas escutando todo os gritos e tiros, até que uma explosão tremeu tudo, não tive coragem para sair pela janela, porém tinha certeza que eram os militares. Os helicópteros vieram, os tiros se intensificaram e as explosões começaram, foi um pesadelo.

Já no fim da tarde eu tomei coragem para levantar do chão, explorei um pouco o lugar que estava e cheguei a conclusão que deveria ser um tipo de casa ou algo do tipo, bem, tinha uma casa, um sofá em mal estado, geladeira com mantimentos e outros móveis em estado precário. Não pense que eu consegui me acordar, ainda existiam todos esses barulhos horríveis que nunca acabamam, de manhã, tarde, de noite e até de madrugada eram as mesmas coisas. Só no terceiro dia que foi mudar, um avião passou com um aviso "sobreviventes evacuem a cidade e procurem abrigo", eu não tive coragem de sair de lá, talvez por medo desses monstros me acharem ou por imaginar achar minha mãe entre eles ou talvez apenas o corpo dela. De qualquer jeito, as pessoas seguiram as ordens, as mais espertas correram por suas vida para longe desse inferno, as outras menos desprovidas de inteligência resolveram sair da cidade com seus carros, o que causou um enorme engarrafamento. De cima do segundo andar eu só pude observar os infectados chegando lá, todas aquelas pessoas tentando fugir da fileira infinita de carros, a maioria não conseguiu nem sair e foram mortos dentro deles. O terceiro dia estava chegando ao fim e os sons haviam diminuídos, consegui finalmente ter uma noite em paz, porém foi apenas no quarto que tudo ficou em silêncio, a cidade foi oficialmente evacuada e os militares deviam estar ocupados em outras áreas. Claro, os monstros ainda paravam pelas ruas, porém estranhamente deminuiram os números, eles ainda estavam lá, escondidos nas sombras apenas esperando sua próxima vítima

Os dias passaram e eu pude observar como eles se comportavam, estando sozinho nessa cidade desolada eu passava a maior parte do meu tempo observando eles. Durante a noite, tomavam as ruas, estavam por todos os lados, hordas de figuras desumanas famints por carne humana. Porém assim que os primeiros raios do sol chegavam, eles se escondam em lugares escuros, não gostavam da luz, isso era bom. Querendo ou não era um ponto fraco neles, o primeiro que eu havia descoberto!

Eu fiquei pouco tempo nesse lugar até que eu achasse alguma coragem para procurar novos horizontes, parece que mesmo preso a essa cidade eu ainda não tinha um lar estável, a única diferença é que no começo era eu e minha mãe contra todos. Agora sou apenas eu contra, meus próprios pensamentos .
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Uma ligação misteriosa me envolve neste lugar; todas as manhãs, sinto um chamado intrigante. Por um tempo, essa sensação me confundiu, mas hoje, acredito que minha missão seja purificar esta cidade. Talvez eu possa restaurar sua antiga glória, transformando-a em um refúgio que, quem sabe, possa ser a salvação para a humanidade – se, é claro, restar algum humano vivo.

Eu ando por todos os cantos desse lugar, fico um tempo e dou o fora. Já passei por todo o norte, sul, leste e agora vou para oeste.

-ja passei por aqui *risca uma parte do mapa com a caneta* vamos ver... Aqui também *risca novamente* wow, aqui é interessante. Vamos então *faz um círculo em uma região do mapa

Comecei minha caminhada de tarde e só cheguei ao meu destino na tarde do dia seguinte, escureceu bem rápido e me abriquei em uma velha loja. Porém em fim cheguei em um dos lugares mais curiosos, e que particularmente não sabia da existência até o dia de hoje. O antigo centro de pesquisas ViralX