o laboratório

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Antes disso tudo acontecer eu não tinha-o visto, na verdade não cheguei a ver maior parte dessa cidade. Porém agora sua aparência era deprimente, todo coberto por plantas, quase impossível enxergar como ele era antes. Não pude deixar de observar que as janelas quebradas foram tapadas com madeira, parece que alguém tentou viver ali, dificilmente sobreviveu. Me aproximei do lugar, a velha porta dele está totalmente bloqueada por detritos, a velha placa escrita "ViralX" ainda está no topo do prédio intacta, esse lugar realmente me dá arrepios, porém isso só meu fazia ficar ainda mais curioso para explora-lo.

Chutei as tábuas de madeira das janelas, uma por uma, foram caindo até abrir passagem para mim consegui entrar no saguão principal. A primeira coisa que percebi foi a escuridão devastadora, sendo que  a única luz existente no lugar vinha das janelas, o cheiro de mofo misturado com a poeira que flutuava nos poucos feixes de luz era insuportável

- que horrível "murmurou", oque eles faziam nesse lugar? "Coloca as mãos sobre o nariz", esse cheiro... é o próprio lamento deste lugar condenado.

Pego então um bastão de luz, quebro ele e tenho uma fonte de iluminação, é pouco mas melhor que nada. Andando pelo lugar abandonado não descubro nada de novo, nas gavetas papéis totalmente mofados e móveis destruídos pelo tempo. Porém andando pelos corredores eu me deparo com uma figura no chão, cheguei perto para ilumina-la e assim que a vi dei um pulo para trás

-QUE MERDA!

Era um esqueleto jogado, ainda com as roupas agora velha e rasgada do laboratório, no crachá o nome "DR Rodrigues"

-Eu nunca vi um corpo em três anos!

Revirando seus bolsos, encontrei uma pequena lanterna, dessas que os médicos usam para examinar as pupilas dos pacientes. Ao ligá-la, pude iluminar o restante do corredor, revelando uma visão de vários corpos espalhados.

- mas que merda aconteceu nesse lugar!

Com uma iluminação adequada também obersevei o quão deteriorado o lugar estava. O chão em estado precário, com manchas de algumas substâncias, paredes mofadas desbotando a pintura original e o telhado caindo aos pedaços. Continuei meu caminho e fui explorando as salas do lugar, vários e vários lixos foram encontrados, porém um deles chamou minha atenção. Em uma mesa varias folhas rasgadas, em uma delas consegui ler "Projeto NeuroCure" outra informações como envolvidos e até o responsável foram perdidas, também tinha um símbolo estranho em vermelho e a categoria do projeto estava "confidencialidade extrema", toda a descrição estava rasgada, não tinha como ler nada. Isso me deixou curioso, lembro que na época houveram boatos sobre o laboratório estar escondendo alguma coisa, naquele tempo eu realmente achei idiotise, porém talvez seja verdade. Oque será que eles estava trabalhando?

Continuando minha exploração, dei de cara com o elevador do lugar, e do lado havia um mapa. Tinham várias áreas destacadas no laboratório, mas de novo aquele símbolo do papel apareceu, chamando minha atenção. No quinto andar, no lado leste do prédio. Minha missão era só pegar coisas, mas, me vi realmente afim de desvendar o que aquele símbolo queria dizer. Claro que não iria usar o elevador, então fui de escadas, foi um longo caminho até finalmente chegar ao meu destino.

Assim que cheguei até q porta do quinto andar já comecei a perceber que estava me enfiando em algo profundo. A porta era de ferro, com uma placa escrita "acesso restrito", o único meio de abri-la era com um cartão de acesso, porém ela aparentava arrombamento, a tranca estava destruída, foi um bom começo. O silêncio devastador fez com que o barulho da porta abrindo parecesse uma bomba. Ao iluminar o longo e desolado corredor com minha lanterna, deparei-me com marcas de mão impregnadas da mesma substância que permeia todo o laboratório. Essas marcas não estavam limitadas às mãos, também estavam manchando várias partes do chão e das paredes e até respingo no teto. Ao longo que eu andava de forma lenta pelo corredor, o único barulho que escutava era os rangidos dos meus passos; parei para olhar a parede, após ver algo incomum, era uma longa linha vermelha que em cima dizia "NeuroCure: Laboratório de Pesquisa Avançada" observei por um tempo e reparei em uma placa jogada ao lado "Pesquisa pioneira em neurociência", eles estavam estudando o cérebro?

Meus sentidos e sentimentos se misturaram, todo meu corpo arrepiou por vários motivos que não consigo imaginar, porém um deles foi pelos sons de passos que comecei a escutar atrás de mim. Antes mesmo de eu poder reagir, sinto algo me esperando no pescoço e instantaneamente perco minha consciência.
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-sinais vitais ótimos! Na verdade estão vibrantes! Não concordam? E a mente está despertanto!

Minha cabeça estava confusa

- acorde meu querido, temos muito a estudar. A mente é algo surpreende! a capacidade de neuroplasticidade  permite ao cérebro reorganizar-se e adaptar-se ao longo da vida em resposta a experiências, e o que passamos por todos esses anos com certeza é a mais pura revelação de como isso funciona!

-O-oque?

-Voce fala! Mais uma mutação, tenho que anota! Minha notas!

Enquanto eu recuperava minha consciência pude ver um homen, correndo por uma sala cheia de papéis, ele revirava todos

-edrenalina....vírus.....massa encefálica.... Cadê as anotações?! O vírus evoluiu novamente! Isso não é fantástico!

-oque está acontecendo?!

-calado vírus, tenho muito a fazer!

Eu estava delirando?

-quem é voce....e...PORQUE ESTOU AMARRADO

então o homen parou de revirar os papéis e lentamente levantou, olhou para mim e perguntou

-voce não está infectado... Está?

-CLARO QUE NÃO!

-que decepção!

-ME TIRA DESSE LUGAR!

-Porem você deve servir para alguma coisa, sobreviveu por três ano.... VOCÊ DEVE SER MINHA CHAVE....MINHA PEÇA FINAL.....MINHA CURA!

-OQUE?!

-é claro! A última peça era você! Uma pessoa imune ao vírus! Que foi contaminado porém não apresenta os sintomas!

-VOCE É LOUCO!

-Ao contrário meu jovem, sou um gênio!

-ME SOLTA SEU LUNÁTICO

-Não fique em Pânico. Precisarei apenas de amostras de sangue e de sua massa encefálica!

-...... EU VOU TE MATAR!

-hahahahahah não se eu fizer isso primeiro

- ME SOLTA, SEU DESORDENADO, EU NÃO FUI INFECTADO EU SOBREVIVI ESCONDIDO

então o homen misterioso que já estava colocando as luvas parou e me encarou

-Voce está mentindo para mim?!

-NÃO!

-bom, de qualquer jeito vai continuar preso

-OQUE?!

-quer sair?

-CLARO QUE SIM!

-tudo bem, vou te jogar para fora do laboratório. Aproveite e peguei alguns infectados para mim

-NÃO! PARA DE SER LOUCO!

-eu só preciso de amostras de sangue!

-PARA OQUE?

-A cura meu caro. Para acabar com o fim de tudo isso e fazer aquelas pessoas a voltarem oque eram antes!

-cura?!

-sim, vou curar todos!

Ele falou com tanta seriedade que eu congelei, só consegui pensar em minha mãe, eu iria vê-la novamente?







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