Os primeiros raios solares surgiram, e com eles os infectados foram se escondendo nas sombras, pobres almas presas em um inferno. Ryan e Lucas se preparavam para começar o dia
- muito bem, o que você precisa?
- não ache que vou conseguir a cura definitiva de hoje para manhã
- tudo bem
- é extremamente difícil curar um vírus como esse. Porém, segundo minhas pesquisas, eu consigo fazer um atitodo temporário que irá bloquear o controle mental da doença. Claro, se isso realmente é o que está acontecendo
- tudo bem, precisa de algo para começar?
- silêncio e concentração
- tudo bem, estou saindo
- não precisa sair, apenas fique em silêncio
- tudo bem!
Ele parou por um segundo
- você está bem?
- isso me lembra o passado
- você parece mais concentrado depois de ontem
Ryan olha seu reflexo no espelho
- mas minha aparência não é das melhores
- apenas se concentre na cura
- me dê um segundo
- aonde você vai?
Ele sai da sala
- sozinho, novamente
Lucas se vira para os infectados que estavam presos em macas
- vocês ainda precisam comer? Ou beber?
Sem resposta
- eu espero que vocês estejam me ouvindo, se não tudo estará perdido
Ele puxa um banco e senta de frente para eles
- sabe, vocês não parecem como os outros, estão mais *humanos* que o restante. Apenas repare no cabelo, enquanto os outros infectados estão desgrenhados, vocês ainda parecem mais arrumados. Qual é a história de vocês?
Ryan volta
- demorou um pouco, porém resolvi um problema
- aonde voc- *Lucas se choca com a imagem de Ryan*
- não foi nada de mais, apenas cuidei um pouco de minha aparência
Ryan havia cortado sua barba, raspado seu longo cabelo e troca do jaleco para um novo
- você está igual nas fotos!
- já estava na hora de eu colocar minha cabeça no lugar
- muito bem doutor, o que você irá fazer agora?
- vai ser difícil sem energia, porém já tenho algumas coisas prontas.
- eu posso ajudar em alguma coisa? Não tem exatamente nada para fazer
- sabe, acho que tem sim. A horta já está pronta para a colheita e está precisando de um cuidado. Fica no telhado
- telhado? Eu fui para lá e não achei nada
- você olhou tudo?
- andei até os painéis solares
- então você não olhou tudo
- tudo bem, vou indo
Eu costumava me questionar sobre a origem das verduras frescas que consumíamos, mas nunca obtive uma resposta clara. Subindo as escadas, alcancei o telhado e me deparei com algumas caixas contendo plantas - era a suposta "horta"-. Surpreendeu-me o fato de que um laboratório daquele porte optasse por algo tão rudimentar; talvez uma estufa faria mais sentido do que caixas simplesmente dispostas no telhado.
De qualquer modo, colhi algumas verduras maduras e as reguei com um balde d'água que estava por ali, provavelmente cheio por causa da chuva. Fiquei a pensar como ele cuidava da horta, já que ele mencionou não ter visto a luz do sol por três anos.
Após concluir minha tarefa, retornei para verificar como ele estava, mas ele continuava ocupado, coletando amostras de sangue e manipulando várias substâncias desconhecidas. Decidi deixá-lo concentrado e desci para o térreo, garantindo que não estivesse desprotegido; peguei uma arma de tranquilizantes disponível. Prefiro usar meu tempo arrancando as plantas que brotam no asfalto, uma forma de revitalizar a cidade, tornando-a menos abandonada e mais urbanizada.Odeio esse toque natural indesejado.
Eu arrancava algumas flores e outras plantas indesejáveis até me cansar. Ao observar meu progresso, não havia diferença perceptível, mas essa atividade ocupava meu tempo. Novamente, volto a este laboratório sombrio, como se fosse meu destino permanecer aqui. Devo admitir que já estive em lugares e situações piores, mas nunca desisti de nada. Uma frase que minha mãe costumava repetir e que permanece comigo é "todas as coisas trabalham juntas para o bem". De alguma forma, isso me infunde esperança de que o futuro pode ser melhor. Parando para pensar, tudo o que eu já fiz foi pensando e lembrando dos conselhos dela, na época eu achava que tudo o que ela fazia e falava era sem sentido. Porém agora vejo o quanto ela me ajudou, mesmo não estando comigo, eu realmente sinto falta dos conselhos dela, espero poder cura-la.
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Semanas se passaram e Ryan continuo trabalhando. Até que um dia ele me chamou- oque foi?
- está pronto!
- SERIO?!
- se acalme, não é a cura. Isso apenas irá provar se eles realmente estão vivos ainda
- então vamos fazer isso hoje?!
- agora!
- tudo bem.. o que fazemos? Como começamos? Temos que aplicar a vacina ou é um soro ou uma pilula?
- se acalme garoto. Primeiro precisamos apaga-los, e só depois aplicar o protótipo
- vamos nocautear eles?
- claro que não. Vou aplicar um sedativo
- tudo bem, é menos agressivo
Ryan então aplicou sedativos nos três infectados, que perderam a consciência instantaneamente
- agora vou começar a administrar a soro *aplica*
- quanto tempo demora para fazer efeito
- se fizer, tem a possibilidade de não funcionar
- mas e se funciona
- vai demorar um pouco, até o efeito do sedativo passar
- então esperamos?
- sim
Esperamos eles acordarem, casa segundo que passava era uma tortura, principalmente para Ryan que parecia bastante nervoso com a possibilidade de todo seu trabalho ir para o lixo se fosse provado que os infectados estão mortos e o vírus tomou conta de 100% do cérebro deles. Para acabar com aquele clima tentei puxar um assunto
- se eles não estiverem aí, não podemos fazer nada?
- não. Se eles não estiverem vivos, estão mortos
- mas eles estão andando
- o vírus está andando. Seria como uma casca vazia, apenas teria o vírus
- ainda temos esperança?
- claro que sim
- se eles acordarem, iremos solta-los?
- claro que não. Isso é um teste, os resultados serão temporários, logo eles voltarão a perder o controle
- como será que eles se sentem, presos e não podem fazer nada a respeito
- não consigo nem imaginar como deve estar o estado mental deles
Ficamos discutindo sobre algumas coisas relacionadas ao vírus e os infectados. Foi a primeira vez que tivemos uma conversa normal. Porém fomos interrompidos por uma voz
- ATÉ QUE ENFIM, NÃO AGUENTAVA MAIS UM SEGUNDO PRESA NESSE INFERNO. ALGUÉM ME ARRUMA UM CREME PARA MEU CABELO!
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A doença
Fiksi IlmiahEm um mundo onde uma epidemia de uma doença misteriosa ameaça a humanidade, três jovens veem suas vidas mudarem completamente . Unidos pela necessidade de sobrevivência, enfrentam desafios, conflitos pessoais e a origem de tudo isso.