Ryan era tão estranho, um homem à beira da loucura, porém ao mesmo tempo eu percebi o quão genial ele era. Eu o vejo como duas pessoas diferentes, uma é o Ryan, louco e esquizofrênico que vive conversando sozinho e totalmente focado nessa doença e na cura, o outro é o doutor Ryan, um homem que nas poucas vezes que o encontro é culto, educado e gentil. Eu realmente queria encontrá-lo mais vezes, as conversas até que dão agradáveis.
Eu cheguei nesse laboratório ontem à tarde e já mudei totalmente meus objetivos, não conheço muito esse cientista mas já tenho minha opinião formada sobre ele. Espero que eu esteja fazendo a coisa certa dessa vez
-você realmente não acha que o intelecto humano chegaria a esse ponto! Claro que não!? *Ryan estava falando sozinho do outro lado da parede*
- ele é muito irritante, não consegui dormir direito essa noite!
Não se tratava de um hotel, mas arranjei um canto para dormir no próprio laboratório abandonado. Parecia ser um antigo escritório, algo assim. Reuni alguns panos para servir de cama. Apesar do mofo, da escuridão, das goteiras e do ar sombrio que existiam no lugar, a noite se desenrolou com uma relativa tranquilidade, dadas as condições deprimentes do ambiente.
- sim, você! Não tem trabalho para fazer não? *Disse Ryan, enquanto me encrava pelo vídeo quebrado*
- quer que eu pegue um infectado agora?
- sim, a noite está sumindo e o sol nascendo. Os infectados são fotosensíveis!
- dadas a condição desse lugar... É melhor limpar isso para receber eles
- você não está vivo para limpar o laboratório, me traga as espécimes!
- tudo bem
- se aprese! Estarei no meu laboratório trabalhando na vacina
- mais fácil falar que você estará naquele lixão falando sozinho
- Lucas! Não estou para brincadeiras
- tudo bem, doutor
Me levantei da minha cama *o chão* e caminhei sobre os corredores escuro da instalação
- EI! Gritou Ryan
- oque foi?!
- vai caçar com as mãos vazias?
- não... Eu acho
- tome. Jogou uma arma
- Uma arma?! Você não queria eles vir
- claro que sim, Lucas. São tranquilizantes, não traga meus pacientes mortos!
- tudo bem.
Encontrei o doutor novamente, como eu disse antes, ele é uma pessoa mais intelectual, mesmo sendo as mesmas pessoas,só sigo as ordens dele.
Desci os degraus e sai daquela caverna escura e me deparei, enfim, com a luz do sol, respirando o ar puro mais uma vez. Normalmente, todas essas plantas espalhadas me deixariam irritado, mas é reconfortante ver algo além do mofo que infesta as paredes do laboratório. Contudo, a visão da cidade em ruínas ainda me incomoda profundamente. O caos das plantas invadindo as ruas e corroendo os prédios é algo que detesto intensamente. Sinto falta dos motores roncando e das conversas das pessoas, e isso me afeta mais do que esperava. Ainda me lembro de todos os locais que visitei com minha mãe. Paris se destacava, foi meu preferido, a cultura francesa me envolveu completamente. O Louvre era majestoso e a visão da Torre Eiffel era de tirar o fôlego. Roma também foi espetacular, cada lugar, cada monumento, cada escultura, todos maravilhosos. Minha mãe sempre mencionava minha sorte, e hoje sinto saudades disso tudo. Espero ser capaz de reparar todo esse caos e tê-la de volta ao meu lado.
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A doença
Science FictionEm um mundo onde uma epidemia de uma doença misteriosa ameaça a humanidade, três jovens veem suas vidas mudarem completamente . Unidos pela necessidade de sobrevivência, enfrentam desafios, conflitos pessoais e a origem de tudo isso.