Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ Nᴏᴠᴇ

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{Mᴇᴛᴀ: 15 ᴄᴏᴍᴇɴᴛáʀɪᴏꜱ}

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Mᴀʀɪᴀɴᴀ Sɪʟᴠᴇɪʀᴀ

Hoje é segunda-feira. Pedro deveria se apresentar no CT depois de todo o rolo do último sábado. Viro pro lado e olho pro relógio. São sete e meia e, pela lógica, imagino que ele já tenha saído de casa. Mas escuto um barulho no banheiro e olho direto pra lá.

— Pedro? Você ainda tá em casa?

— Eu não consigo ir. — Ele responde lá dentro. — Tô envergonhado, chateado.

— Calma, tô indo ai.

Minha barriga tá enorme. Não sei nem mensurar o quanto. Minhas costas doem, pesam, mas vou até lá com a maior paciência do mundo. Ele tá com o chuveiro ligado, sentado na bancadinha de azulejo que tem por ali.

— O que aconteceu? — Pergunto.

— Não sei. Tô com dor no dente, em primeiro lugar. Mas acordei chateado, não tava conseguindo respirar direito agora pouco.

Tiro meu camisão e o short que tô usando e entro lá dentro com ele. Acho que é o auge da intimidade que você pode ter com alguém. Seguro a mão dele e acaricio seu cabelo.

— Isso é ansiedade. Eu vou ligar pra lá e dizer que você não vai porque tá com dor, tá? Mas você precisa se preparar pra voltar amanhã.

— Eu sei. Só quero ficar com você, juro que é só hoje.

— Tá bom. Fica tranquilo, tá? Vamos resolver isso pouco a pouco. — Digo e começo a levantar.

— Não sai não. Fica.

— Tudo bem. Vem cá.

Ele apoia a cabeça no meu ombro e fica ali por um tempo. Não sou uma ótima rede de suporte pras pessoas, já que não sei muito bem agir quando choram perto de mim. Tenho vontade chorar junto. Mas tento ser a melhor pra ele.

— Você quer ir ao médico? Ver essa dor no dente?

— Não precisa. Vou tomar remédio aqui em casa, mesmo.

— A Vivi já chegou?

— Pedi pra ela não vir hoje. Tô me sentindo péssimo.

— Sua irmã tava me mandando mensagem ontem, dizendo que eles iam dar uma passada aqui hoje.

— Ah. — Ele respira fundo.

— Quer que eu peça pra não virem?

— Não. Tudo bem.

Ele tá mal, sabe? É o tipo de coisa que ninguém quer ver vindo de quem você ama. Nem sei mais se ele tá chorando, porque as lágrimas se misturam com a água que cai do chuveiro.

— Te amo, tá? Muito.

— Eu também te amo. — Ele olha pra mim.

— Você já passou por coisa pior e sabe disso. Vai ficar tudo bem, prometo.

D I S A S T E R | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora