Cᴀᴘíᴛᴜʟᴏ Dᴏɪꜱ

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{ᴍᴇᴛᴀ: 15 ᴄᴏᴍᴇɴᴛáʀɪᴏꜱ}

{ᴍᴇᴛᴀ: 15 ᴄᴏᴍᴇɴᴛáʀɪᴏꜱ}

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Pᴇᴅʀᴏ Gᴜɪʟʜᴇʀᴍᴇ

É o grande dia. Dia do jogo contra o Al Hilal, primeiro desafio do Mundial de Clubes. Estamos saindo do hotel por volta das seis da tarde, horário local.

— E ai? Como você tá? — Mariana aperta minha mão e encosta a cabeça no meu ombro.

— Tô bem. Tô um pouco nervoso, mas tô bem.

— Não fica, amor. Você tá preparado. Eu te preparei.

— Eu sei que tô. É só afobação, acho. Meu sonho é ganhar esse título. Te falei isso em absolutamente todos os dias em que estamos aqui.

— Eu sei, eu sei. O sonho é nosso também. Vai dar certo, hm?

— E se não der?

— A gente tenta de novo. A gente sempre dá um jeito. Eu fui demitida e tô aqui, não tô?

Continuo nervoso mesmo assim. Tô com um pressentimento estranho desde que acordei e isso tem me dado um aperto no coração enorme. Não deixo que a mão dela solte a minha e coloco o fone de ouvido, dividindo com ela. Ela acaricia minha mão com calma e tenta me ajudar durante todo o trajeto.

Mas o clima fica ainda mais estranho quando o ônibus estaciona no estádio. Tiro os fones e guardo na mochila, me preparando pra descer do ônibus. Mari me puxa pra trás, pedindo pra que eu espere até que todos saiam do ônibus.

— Vai dar tudo certo, Pedro. Sempre deu. Você não ganhou o prêmio de melhor jogador da Libertadores atoa. Tem muito recurso ai dentro desse coraçãozinho pra ser explorado. — Ela acaricia meu rosto e dá um sorriso bobo. — Amo você e sei que você é capaz. Estamos na torcida por você, papai.

Puta que pariu. Papai. Meu coração acelera e meus olhos se enchem de lágrimas. Puxo ela pra um abraço e recebo muito carinho de volta.

— "Papai". — Repeti, sorrindo. — Posso?

— Sempre que quiser.

Me ajoelhei e levantei um pouquinho a blusa dela. Depositei um beijinho ali. Não havia volume algum ainda. Mas eu sei que quero criar todos os laços possíveis com o meu filho. Ou filha.

Ajeito a camisa dela de novo e levanto. Ela sorri e encosta nossos lábios lentamente, acariciando minha nuca. Passo a mão por toda a barriguinha dela e retribuo o beijo. Dou alguns selinhos no fim.

— Obrigado. Você sabe mesmo como me ajudar a melhorar.

— Sempre. Agora bora lá que temos um compromisso importantíssimo, artilheiro.

São duas da tarde no Brasil agora. Aqui, em Tanger, são oito da noite. O trânsito tá um caos por aqui. É a primeira vez que vejo isso e demoramos quase duas horas pra chegar. O jogo começa por volta das dez. Mariana não solta minha mão um segundo, mesmo no caminho até o vestiário.

D I S A S T E R | Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora