Capítulo Dois - Memórias

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Tudo bem, Jenni, você consegue, não é tão ruim, você chegou até aqui, pode continuar, você chegou até o corredor de entrada do gramado, pode sobreviver mais um pouquinho

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Tudo bem, Jenni, você consegue, não é tão ruim, você chegou até aqui, pode continuar, você chegou até o corredor de entrada do gramado, pode sobreviver mais um pouquinho. Eram só seus habituais 90 minutos, 90 minutos contra a Costa Rica e que possivelmente Alexia só entraria no final.

Era relativamente fácil não pensar nela quando tinha uma costarriquenha na cola dela logo depois do apito inicial, a obrigando a colocar todo a atenção no gramado.

Em primeiro momento, a Seleção da América Central tentou pressionar as europeias, quase conseguindo um gol, o que gerou gritos preocupados do banco de reservas, uma voz em específico muito clara aos ouvidos de Hermoso.

Alexia ia colapsar a qualquer momento do banco e mal tinham 15 minutos de jogo, ela definitivamente não tinha sido feita para o banco. Mas ainda era assim, Jenni sorria toda vez que ouvia os gritos da ex namorada mais altos que o do técnico.

De alguma forma, foi frustrante que o primeiro gol tivesse sido delas e não tivesse sido ao mesmo tempo. O primeiro gol do jogo, marcado a favor da Espanha, tinha sido por autoria de uma das zagueiras da Costa Rica que ao tentar cortar uma bola de Gonzalez acabou por lançá-la ao próprio gol.

Mesmo assim, Jenni bateu suas mãos com as de Esther e Salma e comemorou o gol agridoce. Para então as três retornarem ao meio campo pra reiniciar o jogo.

A Costa Rica tentava construir as jogadas, mas os esforços foram inúteis quando Ona interceptou a bola e lançou nos pés de Aitana, que do meio da área, conseguiu se livrar da marcação e mesmo com o toque da goleira, ainda balançou as redes.

Gritando completamente eufórica, Aitana abraçou Ona com força e logo elas foram rodeadas de todas as demais jogadoras que comemoravam e davam tapinhas nas costas da camisa 6. Pouco antes do jogo ser reiniciado novamente, Jenni observou a Bonmati correr até o banco de reservas e até os braços abertos de Alexia.

Hermoso sentiu o coração aquecer ao ver o momento entre as duas jogadoras culé, finalizado por um beijinho carinhoso da mais velha na amiga que logo voltou pro campo, ainda mais enérgica.

Ainda no primeiro tempo, Esther fez 3x0 para La Roja e então veio o momento em que Jenni quis que o mundo se fechasse em volta dela e ela deixasse de existir.

Um pênalti dado para as espanholas depois de Olga ser derrubada na área, um pênalti que era só Jenni bater e condecorar 4x0. Deveria ser fácil, ela estava habituada aquilo.

Mas ela errou.

Jenni errou a porra do pênalti. Mandou nas mãos da goleira costarriquenha e nem no rebote Salma conseguiu chegar. A frustração a preenche de forma sufocante e ela precisou respirar fundo algumas vezes de cabeça baixa e com as mãos nos joelhos pra voltar a cabeça pro jogo. Não podia acreditar que tinha errado.

- Vamos Jenni, tá tudo bem, você supera um pênalti - por um segundo ela achou que estivesse alucinando, mas quando abriu os olhos, Alexia estava ali, na frente do banco, gritando na direção dela

La Duquesa de La Reina - Alexia e JenniOnde histórias criam vida. Descubra agora