(personagem GP)
Você sabia que ela era casada. Porra, você sabia que se apaixonar por ela era completamente inviável, mas você fez. Cada vez que ela sorria, seu coração batia mais forte. Tinha frio na barriga sempre que tinha que encontrá-la. Você simplesmente ignorou todos os avisos e agora estava sofrendo por uma mulher casada, dormindo com outras para tentar superá-la.
Já faziam duas semanas desde que vocês brigaram e, desde então, sua cama na cobertura luxuosa em Nova York viu mais modelos do que a passarela da Semana de Moda de Paris.
- Ei, bom dia - falei assim que senti o beijo de mais uma desconhecida da noite passada nas minhas costas nuas.
"Bom diaaaa" falou com uma voz manhosa e estendida.
- Você toma café?
"É claro que sim. E depois de ontem, eu verdadeiramente preciso recuperar minhas energias", sorri lembrando dos quatro maravilhosos orgasmos que tive.
- Então fique à vontade, vou tomar um banho. - Servi os ovos para ela e fui para o banho.
O banho foi curto, eu pretendia dar uma rapidinha antes de sair pra malhar.
- Ei, você quer tomar banho? A pressão da água aqui é ótima - saí do banheiro me secando.
"Ela já foi." Ouvi uma voz familiar que fez meu coração errar as batidas.
- O que você está fazendo aqui, Anne? Quem te deixou entrar?
Anne: Eu já vim nesse apartamento mais vezes do que sua empregada, seu porteiro me conhece.
- Eu não estou nem um pouco afim de conversar.
Anne: Quem era ela?
- Uma amiga.
Anne: Amiga? Qual o nome dela?
- Eu não faço ideia, e mesmo se soubesse, por que eu te falaria? - Falei com raiva - Volta pro seu maridinho e para de me encher.
Anne: Quantas?
- Quantas o que?
Anne: Quantas garotas vieram aqui desde que a gente brigou? - Ela andava pelo quarto.
- Não te interessa.
Anne: Parece que muitas. - Ela pegou uma calcinha do chão com as pontas dos dedos - Esse quarto fede a sexo e tristeza.
- O que você quer? Veio só pra me encher?
Anne: Adam e eu vamos nos mudar, a casa está pronta.
Senti meu coração arder. Eu sabia que eles estavam planejando mudar para uma casa maior, mas eu não podia evitar. Ela mexia comigo de uma forma inexplicável, e saber que ela estava construindo ainda mais coisas com ele me deixava muito mal.
- Achei que a reforma fosse demorar mais.
Anne: A gente teve que adiantar.
- Ansiosos para morar juntos, que fofo. - Revirei os olhos.
Anne: Na verdade, a gente precisa, precisa de algo maior.
Olhei para ela com desprezo. Eu realmente não acreditava que ela foi ali só pra me dizer pessoalmente que estava ainda mais próxima dele.
Anne: Não quer saber por quê?
- Não me importo nem um pouco.
Anne: Eu estou grávida.
Senti meu coração sair do meu peito, como se estivesse bem no pico de uma montanha russa. A adrenalina no meu corpo seria capaz de reviver um cavalo. Tentei respirar e raciocinar.
- É... Eu não - Ela me cortou.
Anne: Não é dele - Falou rápido - Quer dizer, eu acho que não.
- Por que acha isso?
Anne: O bebê tem seis semanas, a última vez que transei com ele foi há duas semanas, e antes disso a gente não fazia nada há mais de seis meses.
- Quanto tempo é seis semanas?
Anne: Meu Deus... - Falou brava - Você é tão idiota.
- Desculpa, eu não sei o que falar.
Anne: É um mês e meio.
- Certo... - Passava a mão na cabeça desesperadamente - E você acha que é meu?
Anne: De quem mais seria?
- Sei lá, você pode muito bem ter transado com outras pessoas.
Anne: Vai se foder - Saiu brava para a cozinha.
- Anne, espera - Corri atrás.
Anne: Eu não quero que esse bebê seja seu tanto quanto você, pode relaxar, não vim aqui brincar de família feliz - Ela apontava o dedo para mim - Só achei que você tinha direito de saber - Me empurrou de leve - Ele pensa que é dele, e eu não vou falar que não é.
- Mas ele vai fazer as contas, quando o bebê simplesmente nascer antes e em perfeito estado.
Anne: Muitas crianças nascem prematuras.
- Eu sei, mas quando isso acontece, elas precisam ficar internadas. Como você vai explicar tendo uma menina perfeita?
Anne: E quem disse para você que vai ser menina?
- Sei lá, eu tenho espermatozoides femininos e sempre achei que faria uma filha linda - Ela sorriu de leve.
Anne: Isso é uma merda.
- Eu posso falar?
Anne: Vai em frente - Sentou-se e eu sentei na frente dela.
- Eu não quero abrir mão da criança - Ela respirou fundo - Anne, você não pode fazer isso, se essa criança for mesmo minha, você não tem o direito de me tirar da vida dela.
Anne: Você não pode fazer isso comigo.
- Você ama ele tanto assim? O que ele tem que eu não tenho?
Anne: Você não entende.
- O que eu não entendo? Eu tenho dinheiro Anne, muito dinheiro, você sabe disso. A gente pode fazer o que você quiser - Ela ouvia com lágrimas nos olhos - Eu compro uma cidade para nós, se você quiser, para ser só nós três, tudo o que você quiser... Eu te amo, porra - Meus olhos ficaram embaçados com as lágrimas.
Anne: Você me ama? - Falou entre soluços.
- Mais do que você pode imaginar.
Anne: Então por favor, não se mete nisso, não complica mais ainda... Só confia em mim...
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Imagines
FanfictionHistórias curtas de mulheres por quem tenho uma queda (ou não). Sem a intenção de ferir ou insultar a imagem de nenhuma da pessoas citadas.