09| Nos braços do babaca.

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Amelie 🍄

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Amelie 🍄

Socorro!......

- Tem alguém aí? - Ouço uma voz vindo de cima da ponte, como se fosse Deus. - O que está acontecendo?

Juan se assusta e sai correndo. Estou caída no chão, o lado direito do meu rosto lateja, estou toda doída.

Não acredito que isso aconteceu comigo, estou me sentindo suja, imunda estou sentindo repulsa de mim mesmo.

- Socorro! - grito.

- Aí meu Deu, você está bem ?

Não consigo falar, estou com um nó na garganta. Só quero ir para casa, só quero ficar segura.

Ele se ajoelha na minha frente.

- Você está bem? - Só consigo assentir. - Quer que eu chame a polícia? Consegue andar?

Com a ajuda dele, eu me levanto e nós saímos da escuridão infernal.

Mamãe me ajude.

Mamãe.

Casa.

Isso é tudo que meu cérebro consegue processar.

O garoto me empresta o celular, e com os dedos trêmulos eu digito o único número que conheço: o da minha mãe. Mas ela não atende, e meu coração afunda no peito.

Lágrimas encobrem minha visão.

- Quer que eu chame a polícia? - repete ele.

Não, não quero a polícia, não quero perguntas, só quero ir para casa, onde estarei segura, onde nada pode me fazer mal.

Mas não tenho coragem e nem condições de andar por essas ruas sozinha, não outra vez.

Me lembro que depois que Thomas me mandou mensagem eu gravei o número dele. No momento, não importa o que ele e eu combinamos, só preciso que alguém me leve para casa, e o cara que me salvou disse que estava com pressa porque perderia o último trem.

Esse telefonema é minha única salvação. Se Thomas não me atender, terei que chamar a polícia e esperar sozinha.

No quarto toque ele atende e sua voz soa do outro lado:

- Alô?

O nó na minha garganta torna quase impossível dizer algo.

- Oi, Thomas.

- Quem é?

- É... a Amelie. - Minha voz falha, as lágrimas escorrendo. - Eu...

- Amelie? Você está bem? Está chorando?

- Não, tudo bem, sim... Eu...

- Pelo amor de Deus, Amelie, me fala o que está acontecendo.

Não consigo falar, apenas chorar. Por algum motivo estranho, escutar a voz dele me fez chorar. O garoto toma o celular de mim.

- Olá, sou o dono do celular. A garota foi agredida em um beco- Há uma pausa. - Estamos na quinta avenida, em frente ao prédio em construção. Certo, tudo bem. -
Ele desliga.

Eu sou apenas um mar de lágrimas. O garoto toca meu ombro.
- Ele já vem, vai chegar em alguns minutos. Calma, respira.

Os minutos se passaram e logo vejo o carro de Thomas dobrar a rua. Thomas para o carro e desce rapidamente. Seus lindos olhos encontram os meus, e a preocupação em seu rosto me desarma.

Levanto-me para caminhar até ele. Thomas não diz nada e me abraça rapidamente. Ele cheira a sabonete e, neste momento de segurança, também cheira a tranquilidade. Estou a salvo. Ele se afasta e segura meu rosto.

- Você está bem? - Fraca, faço que sim, e ele passa o dedo pelo meu lábio machucado.

- O que aconteceu?

- Quem fez isso com você?

- Não quero falar, só quero ir pra casa.
Thomas não me pressiona e olha para o garoto ao nosso lado.

- Vou cuidar disso, pode ir. Obrigado.

- Ok fique bem- o garoto se despede.

Thomas volta a me abraçar. Nos braços do idiota que partiu meu coração, sinto-me segura. O silêncio entre nós não é incômodo, apenas quieto. O céu está limpo, as ruas ainda estão movimentadas com alguns carros, as luzes alaranjadas dos postes continuam iluminando como se nada tivesse acontecido.

(.....)

Esse menino foi um anjo cara 🥺.

Bye bye 👋

Megan Rodrigues.

Loving the wrong person Onde histórias criam vida. Descubra agora