Minha cabeça latejava incessantemente, como se uma força invisível estivesse pressionando cada centímetro dela. Cada pulsação parecia um martelo golpeando minha mente, ameaçando explodir a qualquer momento. A dor era tão intensa que me deixava tonta, incapaz de me concentrar em qualquer outra coisa.
Além disso, minha pele parecia estar em chamas, uma sensação de calor insuportável que irradiava de cada poro. Era como se estivesse mergulhado em um forno aceso, cada parte do meu corpo reagindo com uma agonia ardente.
Mas o que mais me assustava era a sensação de imobilidade. Por mais que eu tentasse, não conseguia mover um músculo sequer. Meus membros pareciam pesados como chumbo, presos em algum tipo de prisão invisível. Era uma sensação sufocante de impotência, como se estivesse aprisionado em meu próprio corpo, sem poder escapar dessa tortura física e mental.
- Não se move, S/N - a voz de Damon ecoou na minha cabeça, enquanto eu abria lentamente meus olhos e percebia que era realmente ele - Seus machucados estão muito graves, mesmo com a sua regeneração agindo.
- Ai... - resmunguei piscando forte - O que aconteceu...?
- Po, a panela de pressão explodiu bem pertinho de nós - DG simplesmente emergiu das sombras - Na verdade, explodiu na gente...
- É impressionante ver que você, mesmo com visita em casa, consegue fazer bagunça na minha cozinha - o cabeludo falou, um pouco irritado.
- Já falei que não foi minha culpa. Ela quem me distraiu... - cruzou os braços, fazendo birra.
Olhei para Damon, sentindo um desconforto enorme entre eu e ele, tudo por causa de seu amigo, depois de ter dado em cima de mim. E me assusta a forma natural que ele estava agindo após me assediar naquela hora...
Eu olhei ao meu redor e percebi que estávamos em uma sala de hospital, junto de outros Huevari's enfaixados ou engessados, mas a situação deles parecia mais leve que a minha, porque minha pele em algumas partes do meu corpo estão faltando, como em meus braços e pernas - ainda bem que a minha regeneração já está cuidando disso.
As conversas em tom baixo e o cheiro não natural de limpeza, junto dos produtos médicos, estavam me deixando enjoada. Tudo parecia forçado e perfeitinho demais...- Não importa, DG... Você colocou a vida dela em perigo! - o tom de voz dele estava aumentando gradualmente, com as chances de ocorrer uma briga a qualquer momento crescendo junto - E se ela não tivesse essa regeneração? E se ela se machucasse mais? E se ela morresse?
- Aí ela ficaria morta, não? - respondeu sorridente, como se fosse uma brincadeira. Até receber um olhar de desaprovação do outro - Tá, tá... Desculpa, vou prestar mais atenção da próxima vez. Feliz? - desistiu de brincar e ficou sério.
- Um pouco... Além de quase matar a S/N, ainda conseguiu desperdiçar aquela carne... agora vou ter que conseguir mais.
- Nisso eu posso ajudar, afinal faz um tempo que não nos divertimos assim. Tipo, depois que você conheceu ela, não teve mais tempo para brincar à noite.
Por algum motivo a conversa entre eles sempre acabava estranha, principalmente a parte em que DG fala, parece que não está sendo literal.
Enquanto isso, uma enfermeira veio até mim para verificar se eu estava bem, fazendo perguntas baixinho e sendo respondida no mesmo tom por mim. Eu estava me sentindo melhor e cada segundo que passava, minha pele se regenerava e a fadiga que eu sentia também.
- Você já está com alta, entretanto evite ao máximo movimentos bruscos por pelo menos duas horas, já que, de acordo com as minhas contas, você levará esse tempo para se recuperar totalmente.
- Jura? Pensei que a maioria das pessoas que trabalham na área de humanas não gostasse de matemática...
- Só porque eu sou enfermeira, não significa que eu não saiba matemática. Até porque eu estudei na faculdade isso... Enfim... Hmm... Eu não devia ter conversas muito casuais com pacientes... - pressionou os lábios, contudo deu de ombros e continuou - Eu queria ser professora de matemática, porque é mais fácil para mim, porém... minha família queria que eu fosse enfermeira para honrar a linhagem dessa profissão, já que teve quatro gerações que trabalharam com isso. Não é totalmente triste, na verdade, porque posso ensinar matemática para as crianças hospitalizadas, mas não é como se a maioria delas se importasse com isso. Preferem mais ver o Batman do que saber geometria espacial.
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Broken Colors
FanfictionNuma narrativa encantadora, acompanhamos a jornada de S/N, uma doce e dedicada garota do interior que se muda para uma cidade grande, completamente desconhecida para ela, repleta de luzes e intensa incessante. Lá, ela se envolve com um grupo de pess...