Capítulo 10

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Meus olhos se abriram de repente, como se tivessem sido arrancados da escuridão por um susto repentino. Minha mente, ainda turva pelo sono, lutava para se acostumar com a vigília enquanto uma sensação de peso parecia pressionar meu crânio. Uma mistura de confusão e letargia me envolveu, como se minha consciência estivesse emergindo de um mergulho profundo no oceano do sono.

Minha coluna reclamava, protestando contra as horas passadas em uma posição desconfortável. Um desconforto surdo ecoava por todo o meu corpo, um lembrete indesejado das exigências negligenciadas do repouso noturno. Eu tinha a sensação de que havia dormido por uma eternidade, mas o visor digital do relógio ao lado da cama desmentia essa percepção, exibindo apenas quatro horas passadas desde o momento em que finalmente caíra no sono.

- Só quatro horinhas? - murmurei para mim mesma, a voz rouca e áspera como se tivesse sido raspada por lixa. Uma pontada de desconforto se manifestou em minha garganta, provavelmente resultado de horas de respiração irregular durante o sono. Suspeitei que uma madrugada inteira de dormir de boca aberta tivesse contribuído para a inflamação, embora minha especulação fosse apenas isso - uma suposição leiga de alguém longe de ser um médico.

Com um esforço considerável, arrastei-me para fora da cama e meus pés descalços encontraram os chinelos com um tapa abafado. Erguendo-me com a energia de uma pessoa muito menos sonolenta do que eu me sentia, segui pelo corredor até a porta do quarto de Damon. O silêncio na casa era quase palpável, uma quietude opressiva que contrastava fortemente com o caos habitualmente associado à presença de Damon e DG.

A essa altura, eu esperava, pelo menos, ouvir os sons distantes de suas vozes ou o eco de seus passos apressados, mas tudo o que encontrei foi um vazio ensurdecedor. Uma sensação de inquietação começou a se insinuar em minha mente, alimentada pela ausência de qualquer indício do paradeiro deles. Será que estavam bem? A ideia de encontrar a casa vazia, sem sinal de Damon ou DG, desencadeou uma onda de preocupação que me fez apressar o passo em direção ao lado de fora do quarto de Damon, a expectativa de encontrá-los bem, aumentando a cada passo.

Rapidamente, como um raio, dirigi-me até a sala, impelido por uma curiosidade ansiosa que borbulhava dentro de mim. Ao adentrar o recinto, deparei-me com uma visão surreal e desconcertante: meus dois amigos, DG e Damon, estavam mergulhados em um sono profundo, suas formas contorcidas em posições estranhas e incomuns que desafiavam a lógica e a razão.

DG, com sua habitual excentricidade, parecia ter-se transformado em uma escultura bizarra, com uma das pernas absurdamente apoiada no pescoço de Damon, como se fosse um cachecol ou um pedaço de pano qualquer. Seu torso e cabeça pendiam desajeitadamente para baixo, encontrando-se com o chão frio da sala, enquanto o restante de seu corpo aproveitava as pernas do amigo como suportes improvisados, mantendo-se em uma precária estabilidade.

Damon, parecia ter sucumbido ao sono primeiro, evidenciado pela sua posição desajeitada e desconfortável. Sentado de forma tortuosa, servia como mero apoio para as pernas de DG, sua expressão tranquila traída apenas pela inconveniência física que enfrentava.

A cena, digna de um quadro surrealista, despertava em mim uma mistura de perplexidade e humor. Como poderiam dois seres Huevari's adormecerem em uma configuração tão absurda e improvável?

 Enquanto eles dormiam tranquilamente, eu permanecia ali, observando cada um como se fossem obras de arte em um museu silencioso. O quarto estava envolto em uma calma suave, apenas o som suave da respiração deles preenchia o ambiente. Um leve sorriso adornava meu rosto enquanto eu os via, cada um em sua posição peculiar, demonstrando uma flexibilidade e serenidade que eram verdadeiramente impressionantes.

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⏰ Última atualização: May 10 ⏰

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