Apartamento 777

25

— Só me escuta agora, por favor, Mel... Melinda, você entrou na minha vida de uma forma inusitada. Jamais imaginei que um dia estaríamos namorando, mas não vou negar que, quando te vi pela primeira vez, te achei linda, com esse jeitinho único de ser... meio maluquinha. — Ela ri, tentando limpar as lágrimas. — Quando você sorri, é como se o mundo parasse pra mim, e só existissem você e eu. Mel, não quero que seja só minha namorada, quero que seja minha mulher. A pessoa que, quando eu abrir a porta de casa, possa me receber com um sorriso, ou que, quando eu for te buscar no trabalho, venha correndo me abraçar, e a gente converse sobre como foi o dia. Quero dormir todas as noites ao seu lado, sentindo o cheiro de pêssego do seu cabelo, da sua pele. Quero limpar suas lágrimas, tanto as de alergia quanto as de tristeza. Vou falar logo, porque meu joelho já está doendo. — Melinda ri, e ele mostra a caixinha, abrindo-a para revelar um lindo anel de brilhante. — Melinda, você quer se casar comigo?

— Claro, claro que eu aceito, Jin! — Ela fala em voz alta, chorando muito. Ele se levanta, colocando o anel no dedo dela, e logo uma fina chuva começa a cair, molhando o casal, que sorri e, em seguida, ele a beija.

(...)

Amanhecemos deitados na rede da área da casa. O sol bateu com tudo em nosso rosto, e foi inevitável não acordar.

— Bom dia, flor do dia! — Dou um sorriso, admirando o rosto dela, todo amassado.

— Bom dia! — Ela ri e se espreguiça. — Nossa, nunca dormi tão bem.

— Eu percebi, você roncou. — Ela me dá um tapa no ombro, e começamos a rir. Voltamos a nos abraçar.

— Sabe de uma coisa? — Coloco meu queixo no ombro dela.

— Hum? — Indaga com a voz ainda sonolenta.

— Eu queria poder ficar com você assim para sempre, gostaria de parar o tempo para vivermos juntos para sempre, sem nenhum problema, sem nenhum pensamento ruim ou algo de ruim para acontecer.

— Eu também. — Ela sorri. — Mas saiba que todos os momentos que passo com você são mais que especiais, são todos perfeitos. Eu amo tudo, você é a melhor coisa que já me aconteceu. Eu te amo mais que tudo, tenho certeza de que serei a mulher mais feliz desse mundo, porque sei que estou fazendo a escolha certa. Você sempre cuidou de mim, e cuida muito bem. Quero muito fazer o mesmo por você.

— Falando sobre "por você", o que acha de iniciar aquela faculdade que você sempre quis fazer?

— Medicina? Não tem como eu pagar. Tenho que ajudar minha mãe e...

— E quem disse que você vai pagar? — Ela me olha, desentendida.

— Como assim? — Ela arqueia a sobrancelha.

— Deixa eu pagar a faculdade e todas as despesas para você, inclusive o que você precisar para ajudar sua mãe. Você pode trabalhar se quiser, mas sem se preocupar com nenhuma conta.

— Ah, não. Pode esquecer, não tem como eu aceitar isso. Você pagar minha faculdade, que já é cara, e ainda ajudar minha família? Não. — Ela parece ficar irritada.

— Vamos ser uma família, meu amor. Cada um ajuda o outro. Quero que você se forme e seja aquilo que sempre desejou ser: Doutora Melinda. Ou melhor, Doutora Melinda Kim. O que acha? — Mel começa a rir.

— Seu bobo! — Ela me dá um selinho.

— Estou falando sério, meu amor. Eu só quero te ajudar.

— Você deve ser muito rico, não é?

— Tenho um dinheiro guardado, já há bastante tempo. E então, o que me diz?

— Depois conversamos sobre isso. Vamos tomar um banho e comer, minha barriga está roncando. — Mel se levanta da rede, mas a seguro pelo braço.

— Vamos, Jin, eu estou com fome!

— E eu estou com preguiça! — Começo a rir e a puxo de volta para a rede, fazendo-a se deitar em meu peito. — Te amo! — Dou um beijo no topo de sua cabeça.

— Eu também amo você!

(...)

25 de dezembro...

É noite de Natal. A casa está toda enfeitada, com uma grande árvore de Natal repleta de enfeites diversos e muitos presentes embaixo. Vários piscas-piscas estão espalhados pela casa, inclusive do lado de fora, dando um ar ainda mais aconchegante. Jin está cuidando da comida, Namjoon das bebidas, e as meninas estão se arrumando.

— Solto ou preso? — Hwasa amarra o cabelo com a mão. — Ai, que droga! Com essa barriga, nada fica legal em mim. Estou me sentindo uma bola, meus pés estão inchados, o sapato que comprei no começo do mês não está servindo por conta do inchaço.

— Ora, que isso, você está uma grávida linda. — Mel faz um carinho na barriga da amiga, e logo sente o bebê chutar. — Viu só? Ele concorda com a titia dele. — Ela faz ondas no cabelo com o babyliss e termina de prender o vestido vinho. Coloca um grampo do lado esquerdo, com desenho de uma estrela prata, uma leve maquiagem nos lábios e o colar que Jin lhe deu.

Logo, elas estão prontas e descem para a sala de jantar. Jin não consegue evitar mostrar o quanto é apaixonado assim que vê Mel descer as escadas, acompanhada da amiga, que está com uma barriguinha grande e linda. Hwasa vai até Namjoon e já começa a beliscar algumas coisas. Jin vai até Melinda e a beija.

— Meu Deus, obrigada por me presentear com essa mulher maravilhosa. — Melinda fica vermelha de vergonha. Ele lhe dá um beijo de leve para não borrar a maquiagem dela.

— Você está lindo! — Ela acaricia o rosto dele.

— Eu sei. — Ele ri. — Está tudo pronto, vamos jantar?

— Claro. — Todos ajudam a colocar as comidas sobre a mesa. Quando todos se sentam para se servir, a campainha toca. Namjoon se levanta e abre a porta.

— Oh, Namjoon, meu sobrinho querido! — Ele o abraça. Namjoon está paralisado, mas se afasta e caminha até a sala de jantar. — Feliz Natal a todos! Vim comemorar essa noite tão especial ao lado de vocês, junto ao meu filho querido, ao meu sobrinho, à linda Hwasa e à nossa querida Mel. — Melinda olha para o pai de Jin, perplexa.

— O que está acontecendo aqui? Que história é essa? — Questiona Melinda, lembrando de onde conhece o homem.

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