Sete ✰

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Havia passado uma semana e meia que a Marília e a Marcela tinham viajado, e sinceramente, eu estava morrendo de saudade da minha menininha. Eu estava sem notícia nenhuma, e isso estava me deixando aflita, afinal, a Cela havia se tornado meu amorzinho desde a primeira vez que a vi.

— Isa? Pensando em que meu amor? - Luísa entrou no quarto com praticamente uma bacia de pipoca.

—  Nada demais. Eu só estou com saudades da Marcela.

— Eu tô com ciúmes já. — Luísa disse fazendo um bico — Você fica todos os dias com ela — Ela sorriu e em seguida, eu quis espreme-la nesse momento.

Luísa se sentou e se ajeitou atrás de mim e eu deitei meu tronco no dela. Começamos o filme, Rei Leão, um dos meus favoritos, e desde o começo eu soube que estaria na merda, não tem nada que me faça chorar mais que um filme que tem bicho.

Eu e Luísa estávamos na cozinha preparando algo para comer, depois de tanto choro nós tínhamos ficado com fome, e pipoca não iria nos satisfazer.

— Isa.... Eu estou com fome...

— Já to quase acabando meu amor. - Respondi sentindo Luísa me abraçar por trás.

— Mas não é de comida... Eu quero você... — corei com a frase — Desde aquele dia a gente — Não tem feito nada. — Ela continuou a falar enquanto deixava beijinhos no meu pescoço.

— L-Luísa... Agora... Melhor não. - Disse sem graça. Não queria acabar com o clima, mas não é como se eu quisesse transar. Luísa um amor, mas não queria sexo, pelo menos não agora... Não com Luísa.

Não sei exatamente o que eu sinto pela Luísa, eu gosto dela, mas não sei realmente se é desse jeito, além de que eu tenho medo de machuca-la, não conseguiria ver o rosto dela triste, principalmente se fosse por minha causa, não sei se aguentaria a culpa por deixa-la triste... Eu não sei o que eu estou sentindo...

— Estranho você negar isso, Isa. Tem algo de errado?

— Não é isso... Eu só.. Não estou no clima, entende? — Ela me virou de frente para ela.

Ela suspirou. Por um momento eu esqueci que ela me conhecia bem .

— Seja sincera, Maraísa.

— Estou sendo, Luísa.

— Tudo bem — Suspirou novamente e beijou minha testa.

Eu odiava mentir para Luísa, mas enquanto não tivesse certeza de meus sentimentos, não podia abrir o jogo para ela. Mas também sabia que não poderia demorar muito, não era justo com ela. E também, no fundo, eu queria acreditar que era apenas uma questão de tempo para gostar de Luísa como ela gosta de mim.

Escutei meu celular tocar, e demorei para ter coragem de levantar, minha cama estava tão confortável que eu não queria sair nunca debaixo dela.
Caminhei até a cômoda onde ele estava e só faltei pular quando vi o nome de Marília na tela.

—  Alô? — Disse contendo minha animação.

— Tia Isa! — Quando ouvi a voz da Marcela , abri um sorriso gigante, eu estava tão feliz por falar com ela.

—  Minha princesa! Eu estou com tantas saudades de você!

— Eu também, Isa! Não vejo a hora de voltar para podermos brincar!

— Eu também meu amor. — Pulei na cama — E quando vocês voltam?

— Amanhã!

— Mas vocês não iam voltar no Domingo? — Perguntei. Hoje ainda era Quinta-Feira.

— Mamãe disse que vai conversar com você sobre isso, Isa. Mas antes eu quero saber como você está?

— Eu estou bem, Cela. Estou namorando!

—  Sério? Namorando quem? Sua voz de surpresa me fez rir. Eu conseguia imaginar sua carinha naquele momento.

— Sabe aquela loira que foi me buscar no dia em que você foram viajar?

—  Lembro sim! Tia Isa, ela é linda! Leva ela em casa para nós brincarmos, vai ser legal!

— Eu levo sim, meu amor. Pode deixar.

— Me deixa falar com a Maraísa agora, Marcela. Se despeça. — Pude ouvir a voz de Marília ao fundo da ligação, ela parecia estar calma.

— Tia Isa, preciso ir. Amanhã você vai me ver né?

— Claro meu amor.

—  Te amo! Tchau, Isa.

— Tchau. Também te amo. Sorri.
Após alguns segundos, pude ouvir a voz de Marília.

— Maraísa?

— Oi , Marília.

— Como a Marcela falou, estamos voltando amanhã. Tenho algumas coisas para resolver e não dá para adia-las mais. Porém, você só volta amanhã se quiser, eu te dei duas semanas.

— Não, eu quero voltar amanhã sim. Estou morrendo de saudades da pequena e não tenho muito o que fazer aqui, já descansei.

—  Tudo bem então. Chegaremos de tarde, quando chegarmos eu te ligo.

—  Não precisa, eu pretendo ir para lá depois do almoço.

— Maria só irá voltar segunda.

— Tudo bem.

— Ok, então, Nos vemos amanhã então?

— Sim.

— Ok, então até amanhã. Beijos.
— Até. Beijos. Desliguei o celular e suspirei aliviada.

Finalmente eu teria um tempo longe de Luísa para pensar , ver se eu estava certa em continuar com ela ou não, aquilo estava me sufocando, eu precisava resolver essa situação de uma vez por todas.

Era tão estranho, quando ela estava perto de mim eu me sentia tão mal e sufocada, meu coração ficava apertado e eu me sentia culpada, mesmo sabendo que no fundo eu queria gostar dela a mesma forma que ela gostava de mim. Porém, eu sabia que no momento eu não sentia exatamente aquilo, e tinha medo de não sentir depois também.









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