Quatro ✰

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— Eu não quero saber, Rachel. Eu exijo que você faça o que eu mandei para amanhã mesmo.  — Marília gritava irritada e eu não sabia se devia ou não entrar em seu escritório

— Caralho, Rachel. Eu já disse ou faz o que eu mandei, ou dê adeus ao seu emprego. Tchau.

Eu estava realmente assustada com a brutalidade de Marília, essa falta de educação, esse jeito mimado. Eu odiava Marília por completo, não havia nada que era possível salvar nela. Após notar que ela havia desligado o telefone, já que estava tudo em silêncio, resolvi bater na porta. Ela respondeu com um simples "entra" e assim eu fiz.

— Licença — Eu pedi antes de entrar. Mesmo que Marília fosse insuportável eu ainda me lembrava de ser educada.

— Ah, é você. Ela deu de ombros.

Revirei os olhos e recebi um olhar reprovador de Marília que foi ignorado.

— Marcela está com febre, não está se sentindo muito bem.

— E por um acaso eu estou com cara de babá?

— Não. Você está com cara de mãe mesmo, e se eu não me engano é a mãe que deve cuidar da filha.

— Eu não tenho tempo para isso — Ela disse ríspida.

— Ah, claro. Desculpe. Você só tem tempo para si mesma. — Eu disse sarcástica.

— Errado. Eu só tenho tempo para o que me interessa.

— E sua filha não lhe interessa?

— Há coisas mais importantes.

— Porra, Marília! Qual é o teu problema? — Gritei, perdendo o pingo de paciência que faltava — para de descontar as suas frustrações e problemas em sua filha, ela não tem nada a ver com isso.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo, garota? — Ela gritou.

— Penso que sou alguém melhor que você, com  certeza.

— Sabe, Maraísa , eu estou completamente exausta de suas criancices e dessa coragem ridícula que você tem para me encarar dessa forma.

Amanhã mesmo você pode pegar suas coisas e sair da minha casa. Essas duas semanas que você ficou aqui serviram para me mostrar que você é completamente incompetente — Marília mantinha seu tom de voz

— Ah, claro. Eu sou a incompetente, né? Sou eu que não estou me importando com minha própria filha. Sou que sou uma mãe horrível., Eu que não estou sabendo separar os meus problemas e frustrações da minha própria filha. Sou eu, não é mesmo Marília Mendonça? Rainha do mundo, mimadinha. Eu não duvido que você abandone sua filha por aí, já que nem atenção você dá para a Marcela. Eu gritei também. Já estava completamente fora de mim, a raiva que eu sentia estava sendo jogada contra a causadora.

A garota me olhou por alguns segundos, comprimindo os lábios, seus olhos se encheram de lágrimas assim como os meus. Brigas sempre me faziam chorar, aliás, eu chorava por tudo e principalmente quando eu ficava nervosa. A única coisa que eu pude sentir em seguida, foi o forte tapa que Marília deu em meu rosto tão forte que me fez cair no chão.

— Eu cansei de suas rebeldias, Pereira. Saia da minha casa agora!

Eu apenas me levantei já sentindo as lágrimas caindo.

— Você é quase um monstro , Marília Mendonça — Eu disse com a voz falha. Eu esperava tudo de Marília menos uma agressão. Eu não sairia daquela casa, não hoje. Marcela não estava bem e alguém tinha que cuidar dela. Então apenas sai do escritório de Marília fui para o quarto da pequena que estava com Maria.

A New Chance For LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora