Vinte e oito ✰

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Acordei assustada com um trovão, fitei o relógio e era quase 03:30 da manhã. Ótimo, o tempo resolveu mudar e provavelmente agora terá uma tempestade e o que eu vou fazer?

Encolhi-me na cama ao ouvir mais um trovão. Respira, Maraísa. Vamos, 1, 2, 3... Mais um trovão! Puta que pariu!

Dei um pulo da cama e corri para fora
do meu quarto, quando dei por mim,
já estava abrindo a porta do quarto de
Marília desesperada e mais um trovão
me fazia pular de susto. Marília estava sentada na cama com o abajur ligado e pareceu não se assustar comigo ali.

— Acordei com um trovão, como
já sabia que você viria fiquei te
esperando. — Ela bateu a mão no
colchão — Vem.

Apenas assenti e corri para a cama
quando mais um trovão deu sinal de
vida, puxei as cobertas e me cobri até
a cabeça, ouvi o barulho da risada de
Marília e me encolhi mais. Droga, o que eu estava fazendo aqui?

Marília se deitou e logo senti seus
braços me envolverem, ela me puxou
para mais perto dela e tirou a coberta
do meu rosto. Ela arrumou meu cabelo e beijou minha testa.

— Vou cuidar de você. Eu estou aqui.

— Obrigada — Sussurrei. Sentindo
meu coração se acalmar com a paz
que ela me passava. Era tão bom sentir seu cheirinho de novo, fechei os olhos aproveitando o momento.

— Maraísa?

— Sim?

— Preciso te falar algumas coisas. Você pode só ouvir se quiser, mas eu preciso falar, desabafar...

— Tudo bem...

— Certo. Bem, primeiramente eu
queria dizer que esse mês que eu
passei sem você do meu lado foi
extremamente torturante. Te ver todos os dias no café da manhã toda linda de pijama, com aquela carinha de sono. — não a olhei, mas jurava que ela estava sorrindo — Quando você saía com as meninas, eu sentia tanto medo de você conhecer alguém e acabar gostando dessa outra pessoa e eu espero que isso não tenha acontecido, apesar de saber que você conversa bastante com a Larissa. Tinha medo de que você não tivesse sentido minha falta, mas aí ouvi
você conversando com a Marcela e
todo meu medo foi embora. — Suspirei, lembrando-me do dia.

FLASHBACK ON

— Mamãe? — Marcela entrou no meu
quarto.

— Sim, meu amor? — Olhei-a.

— Posso te fazer uma pergunta? Você
promete ser sincera?

— Sim e sim. — Respondi e sentei-me na cama puxando-a para o meu colo. — Ela olhou-me nos olhos.

— Você ainda ama a mamãe Marília?
— Ela falou e eu quase engasguei com
a minha própria saliva — Não pode
mentir, mamãe.

— Sim, Mel. Eu ainda amo sua mamãe.
— Suspirei — Eu não queria, mas eu
ainda a amo. E pequena, infelizmente,
no coração gente não manda... —
Abaixei a cabeça e senti seus bracinhos envolverem meu pescoço. Abracei-a forte.

FLASHBACK OFF

Tinha medo de nunca mais sentir
O gosto do seu beijo, tinha medo de
você ir embora e eu não te ver mais.
Mas, no fundo, eu sabia que ainda era
recíproco tudo o que eu sentia. Porque quando você me olhava eu ainda via seus olhinhos apaixonados, brilhantes.

— Eu tenho medo, Lila...
Finalmente disse.

— Medo de que, meu amor?

— Do seu ciúmes. Sabemos que ciúmes é bom, mas quando se torna exagerado demais pode acabar desgastando nosso relacionamento. Lembra da nossa briga por causa do Ed? Ou a briga por causa da Larissa?

FLASHBACK ON

Luísa me deixou em frente à casa
da Marília. Eu não estava muito bem,
então os seguranças me levaram até
a porta, a partir dali eu acho que eu
conseguiria ficar de boa. o relógio
marcava quase 5 da manhã, eu estava
exausta.

Depois de muito custo eu abri a
porta da sala devagar. O dia estava
amanhecendo, e eu não via a hora de
cair na minha cama. Mas toda a minha paz foi embora quando eu ouvi a voz do meu maior pesadelo.

— Maraísa Pereira, que porra de
foto é essa? — Marília estava sentada
novamente em sua poltrona.

Revirei os olhos, preparando-me para
mais uma briga. E lá vamos nós outra vez!

— O que você quer, Marília? —
Perguntei e sentei-me no sofá que ficava na sua frente — Quer brigar? Então Vamos brigar — Eu certamente estava falando enrolado.

— Você bebeu, Maraísa?

— Sim, mamãe, eu bebi. Algum
problema? Vai me deixar de castigo?
Ou devo te lembrar que você não tem
nada a ver coma minha vida e eu já sou maior de idade!

— A única coisa que eu quero saber, é o que significa isso — Ela mostrou a foto que estava em seu celular. Eu e Larissa  estávamos nos beijando. Eu não sabia quem havia mandado aquilo para ela, mas já agradecia imensamente.

— Isso é um beijo de lingua, um beijo
muito bom por sinal. Se você soubesse
o que essa mesma língua foi capaz de
fazer... — Mordi meu lábio e gargalhei
com a cara de Marília. Ela estava muito puta.

— Está achando graça, Maraísa?

— Estou, Marília. Estou achando isso
muito engraçado, aliás.

Ela revirou os olhos e continuou me
encarando.

— Quem me mandou isso?

— Eu vou saber? Eu não fazia a mínima ideia da existência dessa foto até você me mostrar.

— Certo. — Ela suspirou.

— Acabamos o interrogatório? Ótimo.
Boa noite.— Levantei-me do sofá e fui
para o meu quarto com dificuldade
para subir as escadas, mas fui. Estava
exausta, de tudo.

FLASHBACK OFF

— Eu prometo que vou tentar
melhorar, Maraísa. Só não posso ficar
sem você, é muita tortura. Eu não
quero mais isso. Eu te amo. — Ela disse afobada.

— Calma — Olhei-ae acariciei seu
rosto — Olha, eu vou te dar mais uma
chance. Uma chance, apenas. Não
me decepcione outra vez Marília, por
favor.

— Não vou, nunca mais! — Ela sorriu e me puxou para um beijo. Ah, como eu amava aquele beijo.

Senti suas mão descer até meu
bumbum, ela o apertou e eu mordi seu lábio. Ela subiu as mãos e levantou meu babydoll junto, causando arrepios pelo meu corpo inteiro. Senti ela descer os beijos até meu pescoço e depositar um leve chupão ali, mordi meu lábio e
levei minha mão até seu seio.

— Mamãe? — Ouvimos voz de e
Marcela e nos afastamos rapidamente
— Mamãe Maraísa?

— O que foi, meu amor? —
Perguntamos juntas e nos olhamos
sorrindo.

— Tive um pesadelo, posso dormir com vocês?

— Claro, meu anjo. — Eu disse e
ela correu até a cama, peguei-a e a
coloquei entre nós.

— Porque você está aqui mamãe
Maraísa? Vocês voltaram?

— Sim, filha — Marília disse e ela
sorriu.

— Ai meu Deus! Eu estou tão feliz! É
o melhor dia da minha vida! — Ela se
deitou e nós nos deitamos também,
abraçando-a. Ela fechou os olhinhos
e falou baixinho — Eu amo vocês,
mamães!

— Nós também te amamos, Marcela
Marília disse.

— Muito — Completei, sorrindo.

Nos abraçamos e logo nós três pegamos no sono. Finalmente eu me sentia completa.

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