A New Chance For Love

Quatorze ✰

Abri os olhos devagar e percebi que
Marília me olhava, mas ao mesmo
tempo ela parecia não estar ali. Estava
perdida em seus pensamentos.

Suspirei e sentei-me, assustando-a.
Encarei seus olhos castanhos e lembrei da noite anterior. Céus, O que estava acontecendo?

— Bom dia. — Ela disse e eu sorri.

— Bom dia, Marília. — Continuei
encarando-a.

— Está se lembrando da noite anterior?
— Ela sabia ler pensamentos?

— Talvez.

— Que bom. Porque eu também estava. ótimo.

— Deveríamos terminar o que
Começamos. — Ela sugeriu e eu
sabia que isso era apenas seu jogo de
provocação.

— Deveríamos. Aqui, na sala, na
cozinha, no banheiro e até mesmo na
piscina. — Mordi os lábios.

—  Ótimo. — Ela se aproximou de mim, encarando meus lábios — Que tal começarmos agora?

Seus lábios estavam à centímetros do
meu, fitei seus lábios e subi meu olhar
para seus olhos. Sorri e soltei um riso
em seguida.

— Não, baby. — Empurrei-a e me
levantei — Quem sabe depois, ou
quando eu quiser. — Pisquei para ela
que me olhava séria, parecia irritada.
Sai do quarto saltitante em direção ao
meu.

Mendonça iria aprender que não se pode ter tudo na hora que quer. Ela deixaria de ser mimada.

Marília havia saído e eu estava
brincando com Marcela. Ela me
Contava algumas histórias e usava suas bonecas e sua casinha de exemplo. Ela tinha uma imaginação e tanto.

Eu estava tão concentrada que não
havia percebido que havia mais
alguém ali.

— Maria! — Marcela disse animada
assim que a viu — Sente-se aqui com a
gente! Preciso te contar uma história.

— Claro, pequena. — Ela sorriu e se
sentou ao meu lado.

— Vou pegar uma xícara de chá e
biscoitinhos para você! Espere aí. — Ela subiu até seu quarto me fazendo rir. Ela é tão amorosa.

—  Marcela é um anjo. — Eu disse
enquanto fitava seus brinquedos.

— Com certeza. Essa menina só vai dar orgulho para Marília.

— Já dá. E que ela não demonstra, mas
vive babando por ela em segredo —
Sorriu —  Mas me diga, que história é
essa que eu vi na revista de namoro?

—  Não estamos namorando de
verdade. Ela disse que precisava de
uma namorada de mentira e que não
queria arranjar alguém que não ligasse pra Marcela, e como ninguém sabe que sou babá dela e moro aqui, ela pensou em mim.

—  Por isso foi com ela na premiação
ontem?

—  Sim.

—  Mas esse namoro não é tão falso
assim né?

— Como assim?

— Vocês se beijam, não é?

— Claro. Na frente das câmeras, faz
parte do "teatro".

— Não, Maraísa. Sem isso de câmeras.
Alguma coisa acontece entre vocês, não é?

— Maria! — Marcela anunciou que
estava voltando. Fazendo o assunto
parar ali.

Maria sussurrou um "isso não acabou
aqui" e voltou sua atenção a Marcela,
que entregou seu chá e biscoitinhos
e se sentou novamente no chão
para recomeçar a história que havia
acabado de me contar.