Capítulo 9: A Luz da Alvorada

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À medida que o sol nascia e tocava o mundo com seu ouro matinal, Anemone sentia o seu coração pulsar em sintonia com o novo dia. A luz da alvorada não trazia apenas o despertar da floresta, mas também o renascer da esperança em sua jornada. Havia um frescor no ar que a enchia de uma energia revitalizada, um pressentimento de que algo significativo estava à beira de se desdobrar.

Ela se levantou, esticando os músculos cansados e contemplando a direção a tomar. A floresta agora revelava um caminho que antes estava oculto pela sombra e pelo mistério da noite. Um caminho que serpenteava através das árvores e parecia convidá-la a seguir em frente, para descobrir o que estava além do horizonte.

Com a nova luz, a floresta parecia transformada. As folhas tinham um brilho esmeralda que parecia capturar e dançar com os raios do sol. Os pássaros entoavam suas canções matinais, uma sinfonia que falava de um novo começo, de alegria e de vida. E no meio desse esplendor natural, Anemone encontrava a sua força.

Ela se lembrava das palavras da mulher em seu sonho, o conselho de plantar a semente na confluência da luz e da escuridão. Com o amanhecer, parecia que a resposta estava se desdobrando diante dela; a própria jornada era o terreno fértil onde ela deveria plantar as sementes do seu futuro.

Pela manhã, o caminho à frente a levou a um riacho. Sua água estava clara e fria, murmurando sobre as pedras polidas pelo tempo. Anemone se abaixou para beber, e enquanto suas mãos tocavam a superfície da água, uma visão a atingiu. Era uma imagem de si mesma, não como ela era agora, mas transfigurada, rodeada por uma aura que era um tapeçário de fogo e ar, o calor de sua paixão e a liberdade do seu espírito.

A visão foi fugaz, mas deixou uma impressão duradoura. Ela sabia que a água tinha lhe dado um presente, um vislumbre do que ela poderia se tornar se continuasse a abraçar todos os aspectos de seu ser, a bruxa que ela era e a mulher que ela estava destinada a ser.

Enquanto continuava sua jornada, o caminho gradualmente se abriu para um campo vasto e exuberante. O mundo parecia estar se despertando completamente agora, banhado na luz do sol que prometia um dia de aventuras e descobertas.

Foi nesse campo que Anemone encontrou as primeiras pistas do que procurava: círculos na grama que falavam de magia antiga, de rituais antigos e celebrações sob a lua cheia. Ela caminhava no meio desses círculos, sentindo a energia residual zumbindo sob seus pés, como se a terra ainda se lembrasse daqueles que dançaram e cantaram em seus campos.

Agora, mais do que nunca, Anemone sentia a proximidade do seu destino, embora ainda não soubesse onde ou o que seria. Ela sabia que cada passo a levava mais perto da verdade que buscava, da compreensão do poder que residia nas profundezas de sua alma e da magia que fluía, invisível, mas tão real quanto a luz que inundava o campo e aquecia sua pele.

O capítulo do dia tinha apenas começado, e Anemone caminhava com confiança sob o céu claro, pronta para o que quer que viesse a seguir, com o coração aberto para as mensagens sussurradas pelo vento e refletidas na luz da alvorada.

Anemone parou por um momento, fechando os olhos para absorver a energia que o campo irradiava. Havia algo mais aqui, algo que puxava por ela, uma corda invisível que a ligava ao coração da terra. A brisa matutina brincava com seus cabelos, sussurrando segredos que apenas o mais sábio dos ouvintes poderia entender. Ela se deixou ficar quieta e atenta, um receptáculo para os ensinamentos antigos que o vento carregava.

O campo diante dela se estendia, vasto e aparentemente sem fim, com flores silvestres pontuando a grama verde como estrelas no céu noturno. E foi então que ela o viu: um vulto ao longe, movendo-se com uma graça que parecia desafiar a própria natureza. Um estremecimento de reconhecimento percorreu seu ser. Não era uma figura de carne e osso, mas uma manifestação do elemento que ela tanto amava: o vento.

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