43 | Iguaizinhos

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— Tem certeza que tá tudo bem mesmo? — Gabriel me perguntou assim que pisei o pé dentro de casa

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— Tem certeza que tá tudo bem mesmo? — Gabriel me perguntou assim que pisei o pé dentro de casa. Está com os braços cruzados e aparentemente preocupado.

Hoje foi o dia que retornei à clínica e assim que saí de lá mandei mensagem dando a notícia do resultado dos meus exames, que não mostrou nenhuma alteração e que pelo visto estou bem fisicamente.

— A médica disse com todas as letras que está tudo bem — Minha mãe o respondeu — O que causa aquele alvoroço dela passar mal são os estresses que vem acontecendo.

— Por isso que ela veio morar comigo, aqui não tem nada disso — Gabriel diz, caminhando atrás de mim — Por que tá com essa cara?

— Fome — Digo entrando na cozinha — Pode esperar um pouquinho? Preciso comer.

— Vou pedir pro Fábio avisar ao pessoal que vamos atrasar — Deu meia volta indo atrás do primo.

— Sobrou alguma coisa do almoço, tia? — Cheguei de mansinho ao lado da Rose que agora está de frente a pia lavando a louça.

— Eu guardei tudo na geladeira agorinha, quer que esquente? — Me pergunta com um risinho no rosto.

— Não, pode deixar que eu esquento tudo e sirvo a minha filha — Minha mãe quem diz, já abrindo a geladeira como se fosse dona da casa.

Não sei o que deu nela. Hoje não falou muita coisa e nem me lembrou do meu pai, fora que está meio esquisita mas prefiro nem perguntar o que houve, não agora.

— Quando é mesmo que vocês voltam? — Tia Rose perguntou virando o pescoço na minha direção.

— Na semana que vem — Respondi.

— Caraca, tudo isso — Exclamou — Então vocês vão mesmo me abandonar aqui...

— E a senhora vai passar uma semaninha de folga em casa, tem coisa melhor do que isso? — Perguntei, enfiando a colher cheia de salada na boca.

— Prefiro ficar aqui alimentando meus ogrinhos — Riu sem dente.

O Gabriel e o Fábio entraram como dois furacões dentro da cozinha, o clima mudou e ficou caótico a partir do momento que começaram a me apressar.

Pô, café da manhã, almoço e jantar são momentos sagrados.

— Nem no almoço eu tenho paz, olha... — Reclamo, vendo o Fábio me fuzilar com o olhar.

— Estamos atrasados pro compromisso em SP e ainda estamos em casa — Disse a agenda falante, parado de frente à mesa com as mãos na cintura.

— Se você tivesse me avisado que tinha compromisso em São Paulo eu teria me programado melhor, agenda falante do Gabigol — Digo, dando um gole no copo de suco de laranja natural.

— Continua nesse ritmo aí que eu mando te deixar para trás — Vejo ele dar de ombros saindo da cozinha como um foguete.

— Tá foda essa implicância de vocês — Gabriel deu risada enfiando a mão no meu prato.

Último Romance • GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora