Capítulo 6🏳️‍🌈

17 5 3
                                    

O dia amanhece rápido.
E só acordado com berros e gritos do meu pai.
A gritaria vinha de fora. A principio não consigo identificar se são de raiva, desespero ou susto. Mas tudo o que automaticamente consigo fazer é descer as escadas, totalmente assustado e agitado e saio ao quintal onde está o meu pai e enxergo na garagem o carro dele, onde ele está fixamente olhando e andado as voltas com a mão sobre a boca, ele ainda esta de pijama listrado, como eu. Quando o vejo não percebo o porquê de tamanho alvoroço pela manhã, mas, eu só percebo o motivo de sua agitação assim que observo detalhadamente o carro e noto que está absurdamente sujo, com os vidros quebrados e pneus furados. Incrédulo e assustado vou até próximo do meu pai para entender a situação. A namoradinha do meu pai também sai de casa às pressas, assustada, e enrolando simplesmente com uma toalha e se aproxima de nós sem entender.

— O que aconteceu aqui? Perguntei ao pai, enquanto estava a analisar o estrago de perto.

— Alexandre! Meu pai berra assim que percebe minha presença. — O que você fez com o meu carro?!

Seus olhos estão cheios de susto e raiva também.
E minha reação é mais defensiva, antes mesmo de puder entender o que está acontecendo aqui.

— Eu não fiz nada! Eu estava dormindo até poucos segundos, pai.

— Ah, não! Ele geme em pratos. — Eu amava este carro, era velho mas é...

— ...Tudo o que tinha. Concluí sua fala.

— Sinto muito amor. Disse a namoradinha ao abraçar o meu pai.

— Porquê fez isso? Já não basta tudo o que aconteceu nos últimos dias? Precisava descer tão baixo?

— Não fui eu...
Respondo alto na defensiva.

— Então quem foi?
Ele olha a sua volta como se procurasse o culpado no quintal.

Meu pai parece aborrecido, e segura uma lágrima no canto do olho, enquanto se segura para não pegar no carro e se sujar com o que credito ser qualquer coisa como fezes de animal.
O Toyota Nissan está destruído.
Eu amava este carro.
E eu jamais faria uma coisa tão porca e maldosa como está.
Mas certamente o meu pai não crê nas minhas palavras.

— Eu não fiz nada. Eu estava dormindo. E eu jamais quebraria o seu carro!

— Quebraria sim. Isso tudo é porque lhe matriculei num colégio interno militar?

— Eu não me importo mais com isso, e isso seria estúpido mesmo, já que não mudaria nada. Eu não o fiz...

— Como posso acreditar? Você tem me surpreendido pela negativa e tem agido como um meliante. Eu não tenho confiança em si.

— Então eu não posso fazer nada, pai. Eu não fiz estrago nenhum. E se eu realmente quisesse destruir essa sucata eu colocaria fogo...

— Se orgulha do que acabou de falar? Não vê os danos de seus actos?

— Estás mesmo a me obrigar a dizer tais palavras que me pesam. Não gosto da ideia de lhe detestar.

Me seguro para não sair disparando minhas frustrações por cima dele.
Não importa o que eu diga, ele não crê na minha inocência.

— Então porque fez isso? Só me dá um motivo por ser tão impulsivo e maldoso comigo!

— Amor... Eu acho que não foi o Alexandre que fez isso.
Ruth diz, tirando um pedaço de papel do parabrisa do carro.

— O quê é isso?!
Meu pai pergunta ao olhar para ela.

— Vê você mesmo. Ela entrega o bilhete ao meu pai. — Acho que os possíveis autores desde vandalismo deixaram um recado.

Quem Sou Eu?Onde histórias criam vida. Descubra agora