Capítulo 9🏳️‍🌈

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Não ficamos na porta do saguão nem mais um minuto após a má abordagem com o Omar.
E ao descer as escadas só deu-me uma vontade única de sumir para lá de novo e  dizer que ele é um total imbecil, que se engrandece por claramente se achar o rapaz mais bonito, sábio e rico deste lugar. Quando na verdade, ele só é mais um burguês padrão, sem educação e sem noção da realidade a sua volta.
Sussurro a palavra idiota e imbecil mil vezes durante o caminho de volta ao nosso dormitório.
E acho que por um segundo o Orange ouve alguma coisa que falo sem querer.
E pergunta para mim:

— Você parece estressado, porque?

— Talvez eu esteja um pouco. Mas não é por nada relacionado a essa festa estúpida.

— É, definitivamente não é.
Orange argumenta com a irônia soando bruta.

— É que... Estou esgotado e preciso ligar pra o meu pai. — Eu não tenho mais nada a fazer aqui...

— Ok. Você quer fumar um cigarro?

Ele mostra um cigarro e eu aceito.
Eu sei que não deveria fumar nada, mas por algum motivo eu acredito, pós é tudo o que preciso para não explodir de raiva.
Pode talvez servir de um analgésico para a minha terrível dor de cabeça.

— O melhor para nós é sairmos do campus e nos esconder já. — Vem!

Falo andando as pressas até a porta do dormitório.
Espio a volta para me certificar que não somos visto por nenhum sentinela de plantão. Felizmente estes idiotas devem estar a beber alguma coisa a escondia ou jogando cartas, enquanto falam mal do sistema capitalista do país.

— Não! Melhor não entrar. Se for fumar melhor ir para o lado do jardim. — A rede lá também é melhor que nos quartos.
Orange me puxa pelo braço e me dirige pelo sentido contrário.

— Me empresta o seu celular?
Peço e ele me dá o seu Nokia preto em péssimas condições.
Mas aparentemente funcional.

— De onde você o conhece?
Orange diz após parar de caminhar.
Não faço ideia para onde estamos indo agora. Jardim?

— Quem?

— Omar. — Sabe, eu percebi que vocês já se conhecem...

— De Vani. Vi ele uma única vez por lá. Em circunstâncias embaraçosas demais.
Respondi parando no meio gramado..

— Parece que ele não gosta muito de você e o sentimento é recíproco pelo que vi a pouco.

— Ele é um imbecil. — É que odeio profundamente burgueses ricos e metidinhos a esnobes.

— Bem, é típico de um pavão, todos eles são assim. — E o Omar não é a excepção disso...

— Ele me gera raiva. — É normal essa antipatia instantânea por um estranho?
Perguntei a ele.

— Acho que sim. — Ninguém gosta de gays.
Ele responde-me, rindo.

— O quê?
Me engasgo com a minha saliva ao ouvir a palavra "gay".

— Você não sabia que ele é gay?
Orange ri mais ao perceber a minha ignorância relativamente a este detalhe sobre o Omar.

— Claro que não. — Ele é?!
Me ponho boquiaberto.

— Não assumidamente. Mas é. Acho que é umas poucas coisas que sei sobre ele, além dele ser um ótimo organizar de festas problemáticas.

— Como você sabe sobre a sexualidade dele?
Perguntei ao Orange, interessado em saber mais.
Porque raios isso me gera interesse, eu não sei, mas ainda quero saber.

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