𝘖 𝘷𝘢𝘨𝘢𝘣𝘶𝘯𝘥𝘰 𝘦 𝘢 𝘥𝘢𝘮𝘢 |ᵃⁿᵈʸ ᵍᵒˡᵈᶠᵃʳᵇ

(CABELEIREIRO)

Millena Ishtar

Já acordei nem querendo sair da cama, meus pensamentos só se mantinham nele, Andy Goldfarb.

Sai da cama com uma carranca, me olhei no espelho e quase cai pra trás com o susto que levei ao ver-me no reflexo.

Olheiras enormes, rosto inchado, cabelo bagunçado e pra piorar, as minhas unhas estão todas ruídas. Eu acabo roendo as unhas quando fico ansiosa.

Dei uma repaginada, passei base nas olheiras, passei produtos para desinchar o rosto, penteei o cabelo e coloquei roupas descentes.

— Vó! Vou ao cabeleireiro depois da escola. Devo chegar um pouco tarde. - Gritei e saí de casa, correndo até a escola.

Assim que avistei as minhas amigas, corri até elas e contei sobre os acontecimentos de ontem no handball.

— Amiga, você sabe que eu sempre te apoio, né? Mas tipo, ele tá certo. - Mariana falou e eu concordei.

— Eu sei que ele tá certo, Mari. Eu sou uma trouxa. - Falei olhando para o chão.

— Fica calma, Lena. Tá tudo bem. - Tina falou e eu assenti.

O sinal tocou e fomos para a sala de aula.

[...]

O intervalo finalmente começou, minhas amigas foram na cantina e eu fiquei sentada em um banco sozinha.

De repente, uma bola atingiu meu rosto, me fazendo cair para trás com toda a força. (Do you get a Deja Vu? Uh)

Olhei para o menino que jogou a bola na minha cara por acidente e quando vi que era o Andy, senti uma vontade enorme de ir até ele e abraçá-lo até esmaga-lo e contar o quanto eu senti falta dele.

— Desculpa, Ishtar. - Andy falou ríspido e eu não respondi nada, apenas abaixei o olhar e deixei lágrimas caírem. Apoiei meus braços na mesa e chorei, tudo o que eu não tinha chorado ontem, botei pra fora hoje.

Merda, desde quando eu comecei a ficar tão fraca?

Desde que ele chegou.

[...]

Assim que a aula acabou, esperei meu irmão chegar com o carro dele para podermos ir ao cabeleireiro.

Mas me deparei com Andy na saída e me afastei o máximo possível dele.

O que eu não esperava, era que Andy foi se aproximando de mim e de repente, senti uma respiração em minha nuca.

— Por que está se afastando, Millena? - Andy perguntou e eu não tive coragem para encara-lo.

Porque você falou coisas para mim no handball que me fizeram chorar a noite inteira.

— Não estou me afastando. - Falei encarando o mato.

— Então por que você não me encara? - Ele perguntou e senti sua respiração se aproximar mais do meu pescoço.

Me virei para ele, encarando seus olhos cor mel pelo sol.

— Estou te encarando agora. - Falei me afastando, mas Andy se aproximou mais.

— Desculpa pelo o que eu falei, eu acho que eu só queria dizer que eu senti sua falta. - O garoto a minha frente explicou e eu desviei o olhar.

— Também senti sua falta. Ficou com alguma garota nesse meio tempo? - Perguntei.

— Não. A única que eu queria estava a 11370 km de mim. - Ele falou rindo. - E você? Algum garoto em seu coração?

— Nenhum. - Falei e senti minha respiração descompassar quando Andy se aproximou mais, fazendo com que minhas costas se pressionassem na parede fria do colégio.

Quando Andy ia dar mais um passo e se aproximar, escutei uma buzina, uma buzina muito bem reconhecida por mim, a buzina do meu irmão.

Sai de perto de Andy e ele olhou-me enquanto eu entrava no carro.

O garoto de cabelo parcialmente cacheado, olhou para mim e acenou, acenei de volta e sorri para ele.

— Pera, aquele era Andy Goldfarb? Isso quer dizer que Gabriella Goldfarb também voltou? A minha ex voltou da Argentina e eu não sabia? - Felipe perguntou tudo de uma vez e eu ri de sua reação.

— Sim, Lipe. A Gabi voltou e o Andy também. A Gabi tá uma gatona, a vi no handball.

— Vamos pro cabeleireiro? Eu marquei com o amor da minha vida daqui a uma hora. - Meu irmão falou e logo entendi que ele j havia se referido a Maria Laura.

— Tá bom. - O carro passou a se mexer e logo chegamos na entrada do cabeleireiro. Entrei e Felipe foi embora.

Falei com Igor, meu cabeleireiro e meu best, sobre o corte de cabelo que eu quero e logo me sentei na cadeira.

Contei para Igor sobre o Andy enquanto ele cortava meu cabelo e a cada momento saia da boca dele algo como: "babado, menina!" "não creio!" "meu deus, é verdade?"

No fim, eu cortei o cabelo quase que na altura do ombro e retoquei as luzes.

Enfim, esse dia foi estranho demais para uma simples adolescente de quinze anos.

NÃO ME MATEM PELO ATRASO
AMO VCS
BEIJOS DA ANA💋