Gemma Ferrari é a" boa menina". Aprendeu que não deveria cruzar a linha que foi estabelecida entre o seu mundo, e o mundo daqueles para quem o seu pai trabalhava. No entanto, assim que ele foi promovido a capo, a linha foi quebrada, e ela começa a p...
> Esse capítulo não é obrigatório para oentendimento da história.
> Contém uma mera cena de ação e violência.
> Boa leitura!
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Ronnie estava atento. Embora tivesse sido bem treinado, ele raramente participava dos confrontos. Possuía inúmeros soldados à sua disposição tanto para aquele tipo de ocasião quanto para a sua segurança, já que o medo de ser pego e torturado pelos inimigos não exigia que saísse sem proteção. No entanto, ao se ver no meio do confronto, se arrependeu rapidamente de não ter levado ao menos dez homens consigo.
Sabia que um capo não deveria demonstrar medo, então tentou suprimir suas emoções e transformá-las em raiva. Sentia raiva daqueles que o enganaram por meses, roubaram seu dinheiro e venderam sua mercadoria sem permissão. Mas nem mesmo o desejo de estraçalhá-los supera o medo falho de morrer.
Ele espiou por trás daquelas prateleiras enferrujadas atrás de uma mureta de tijolos que protegia sua cabeça das balas, as prateleiras tumultuadas não só bloqueavam sua visão como também impedia que ele fizesse um tiro certeiro. Seu capitão e braço direito que até a alguns instantes estava ao seu lado, contornou o galpão para ter uma vantagem, mas até agora os inimigos permaneciam firmes.
Limpou o suor do rosto e examinou a arma entres os dedos trêmulos, quatro balas seriam suficientes? Ele não sabia, apenas que precisava desengatilhar seu carregador antes que o confronto chegasse ao fim. Até mesmo um soldado recém-iniciado a poucos centímetros à sua direita havia gastado sua munição mais rápido do que ele havia utilizado em vida.
Antes de avançar para o ataque, retirou a carteira do bolso de trás da calça tirando dela uma foto. Na imagem sua esposa Abigail e sua filha mais velha sorriam, ele fitou os rostos serenos uma última vez, guardou a foto junto da carteira e enxugou novamente o suor do rosto antes de destravar a arma.
Saindo de trás da mureta de tijolo e das prateleiras enferrujadas atirou contra o inimigo que revidou. Ele xingou um palavrão se abrigando atrás de uma prateleira vazia que não cobria seu corpo inteiro. Restavam três balas, três para um único homem que obviamente tinha sua mira direcionada para ele, enquanto seus comparsas trocavam tiros com os poucos soldados que estava ali. Ronnie não queria ser taxado de covarde mais do que já era, precisava acertar um tiro nem que fosse de raspão.
Emergindo de trás da estante com a arma apontada para o alvo, pronunciou o juramento que o fez tornar-se um homem feito. Mas antes que pudesse disparar contra o inimigo à sua frente, uma bala atingiu seu braço direito seguida por outra em seu peito e, por fim, em sua cabeça. Seu corpo robusto tombou no chão, os olhos dilatados pela dor e pelo medo. A última visão que teve foi a do seu assassino, ostentando um sorriso triunfante nos lábios antes de mandar uma bala para a sua cabeça.
