Identidade

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???: Meu nome? Sempre me chamaram de qualquer coisa que estivesse na mente.

Diz afirmando com os olhos fixos em Any, acompanhado de um sorriso brincalhão, mas concentrado na dança.

Any: Ora mas todos temos um nome, ao menos alguma palavra, está me dizendo que o senhor não tem ideia de como se chamas?

Por alguns minutos, o prezado rapaz, parecia um pouco quieto e pensativo, ele se esqueceria do seu próprio nome? Ou apenas não tivesse o orgulho da palavra que foi nomeado?

Michael: me chame de Michael.

Os dois se encaram por um pequeno tempo, mas parecia ser tão longo, seus pés param de dançar e a melodia dos parecia desafinada em suas mentes, pedindo uma pausa. Os olhos estão em movimento como de estivesse querendo encontrar uma maneira boba de se explicar, um nome bobo? Um nome estranho? Uma pessoa estranha? Ou alguém que não merecia ter nome ou ser chamado de algo para ter uma identidade? Até que se ouve uma risada, uma risada leve não muito ofensiva, mas sim algo agradável de se ouvir.

Michael: Senhorita? Por que está rindo?

Ao se aliviar um pouco de algumas gargalhadas, ela recupera o seu fôlego diz:

Any:—Me desculpe, me desculpe, apenas me lembrei que tem o mesmo nome que o meu corvo de estimação. Jamais imaginei que teria uma coincidência assim, o senhor me lembra muito meu corvo.

O homem olha tenta disfarçar um pouco, colocando expressões confusas em seu rosto.

Michael:—Um corvo? Um animal de estimação bem inusitado, não acha? Não é todo dia que vemos uma duquesa com um animal como esse.

A garota solta mais umas risadas, o diferente era realmente algo interessante.

Any:—Creio que há muitos animais de estimação que estejam na moda hoje em dia, mas o que vale é a companhia. O que adiantaria ter um animal totalmente exótico, mas está de enfeite sem lhe contar as tristeza e os remorsos de cada dia? Meu corvo pode até não falar, mas é meu melhor amigo.

Um ponto a se colocar, tudo o que poderia sentir era uma companhia diária, logo, Michael, "o corvo", era um bom ouvinte.

Michael:—Você tem um belo ponto madame, uma moça cheia de palavras tão certeiras, o que teria de tão especial?

Any se encolhe um pouco, parecia até que tinha ficado mais tímida, porém depois de seus olhos ficarem relutantes, abre sua boca e diz:

Any:—Apenas sou uma amante de livros, que tem uma imaginação fértil demais, sinto que não sou tão pé no chão, sinto às vezes que poderia chegar às nuvens, por inventar simples histórias.

O que isso? Uma sensação de nostálgica com a mistura de uma dor de cabeça irritante, lembranças e mais lembranças vazias e sem sentido. Michael eleva sua mão na testa, para que sua cabeça parasse de girar e girar, com memórias tão escuras.

Any:—Senhor? Está bem? Eu disse algo inconveniente?

Ela estande suas mãos, mas o rapaz recua, parecia querer fugir de um simples toque, aquela péssima sensação, como se algo o sufocasse com a aquele sentimento claustrofóbico, que era agonizante.

Michael:—Eu estou bem, eu estou bem, não é nada demais, foi apenas uma dor de cabeça não é algo tão alarmante, você não disse nada. Olha a hora, eu preciso ir, me desculpe mas talvez nos encontraremos algum dia.

Enfim, ele começa a andar se afastando da jovem mulher, enquanto a garota apenas assistia, sem nenhum sentido.

Any:—Quando iremos nos encontrar de novo?

Any and Michael love between disgrace Onde histórias criam vida. Descubra agora