24. O Peso de Uma Escolha

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As horas haviam se esvaído até o entardecer enquanto o estúdio continuava mergulhado na luz vermelha

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As horas haviam se esvaído até o entardecer enquanto o estúdio continuava mergulhado na luz vermelha. mendes permanecia parado, distraído, as fotos sobre a mesa e um milhão de coisas passando pela cabeça. O telefone de disco na madeira rústica da mesa, vibrou, com um toque insistente, quebrando a quietude da sala.

— Alô? — ele atendeu.

— Sérgio, sou eu, Paulo. Estou no meu intervalo e estou preocupado com você. Eu quero saber o que aconteceu. Estão dizendo aqui que você saiu de uma tribo.

— É verdade.

— Tribo indígena? Sérgio... Por quê? Como você conseguiu sair de lá? Eles não são... hostis?

— Eu estava investigando os rebeldes, mas encontrei dois corpos incendiados na floresta. A situação mudou.

— Dois corpos? Ainda tem essa... O que é que mudou?

— Existe uma seita. Eles mataram vários indígenas. Algo ruim vai acontecer na cidade, e eu quero fazer alguma coisa. Mas agora, suspenso, tudo fica mais difícil.

Paulo soltou um palavrão baixo.

— Se precisar de alguma coisa, Sérgio, você me avisa...

Foi quando Mendes ouviu vozes ao fundo do telefone, uma discussão. Inicialmente, a voz da mulher abafada. Ele conseguia captar fragmentos da conversa.

"...por favor, alguém tem que... fazer alguma coisa...não, a polícia não está... não estão fazendo nada! Ele só... sumiu..."

— Paulo, o que está acontecendo aí?

— Ah, é só uma mulher que tem vindo aqui quase todo dia. Ela reclama que o marido desapareceu. Um momento, minha senhora...

Ele ouviu Paulo se afastar, falando com alguém, antes de voltar ao telefone.

— Essa história é estranha. Você sabe o nome do marido dela? — Perguntou Mendes.

— Não, mas posso checar.

Mendes ouviu Paulo se afastar novamente. Após alguns minutos, Paulo voltou à linha.

— O nome dele é Joaquim Almeida da Silva. Por quê?

— Joaquim? Eu acho que conheço esse homem. — ele apertou o telefone.

— Há é. E onde ele está?

— Foi morto por um dos índios que fazia parte da Seita.

— Sérgio, eu não ousaria nem tentar entender isso agora.

— Paulo, você pode me passar o endereço dessa mulher? Preciso falar com ela pessoalmente, mas não vou voltar para a delegacia.

— Talvez você não devesse fazer isso...

— Olha, você acabou de me dizer que eu podia contar com você — Mendes lembrou-o. — E eu preciso da sua ajuda.

— Merda... Tá bom, mas só porque meu intervalo está acabando.

O relógio de areiaOnde histórias criam vida. Descubra agora