36. Pirra parte 3

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 ~-~Especial~-~

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A cabeça que não associava-se aos animais ao lado, imersos, em seu desmaio, tomou para si uma lembrança que logo misturou-se ao relaxar dos músculos, levando-a ao sono profundo e a adolecência, especificamente em abril, uma moça, ela, que se via numa realidade onde todos recebiam seus presentes de páscoa, e para ela, não restava nada.

— Vamos sair. — Avisou Joana atrás do pai das meninas — Pirra, Lara... o coelho pode passar nesta casa, mas, pode também não passar, pensem nisso. — Fechou a porta com suave estampido.

Joana não era uma mulher formidável, mas também não tinha como compará-la a seu pai e até com Silvia. Ela era mais como aquelas pessoas que receberam boa educação, bons estudos só para serem lançadas no meio do ninho de pragas. Para Pirra, tudo no mundo atribuía consequências, ela mesma sabia que suas escolhas haviam feito dela saco de pancadas sempre que não aceitava as ideias de seu pai. Mas porque Joana se tornará tão azarada com uma filha e marido tão questionável? Talvez, essa devesse viver desta maneira, para conquistar a vida merecida, pelo menos era assim que Pirra imaginava ser a vida; ter ar suficiente para viver seu crescimento ou experimentar por tempo maior à própria mediocridade. Este ar, armazenava-se precioso, e Pirra quase o perdeu naquele mesmo instante de contemplação, somente por avistar a menina que considerava arrogante e que se aproximava.

— Ganhei três ovos de Páscoa. E vocês, quantos ganharam?

Silvia, a filha amada, que era somente respeitosa na frente dos adultos, mas pelas costas, mudava a narrativa original. Pirra não suportava, mas seu pai a castigava sempre que a """importunava""", entre muitas aspas, pois quem de fato era a maldosa era aquela de cabelos cheirosos e claros. Essa, apenas clareava a verdade que Pirra tinha dela: uma garota invejosa, ou que permitia-se apenas ficar em primeiro lugar e no centro das atenções.

Pirra olhou para ela indiferente. — Por que pergunta se já sabe a resposta? Não ganhamos nenhum.

— Isso acontece porque eu tenho uma mãe que me ama, e vocês... têm apenas um pai que as abandona.

— Nosso pai... nos ama também — Lara questionou de volta.

— Não acredito nisso. Mas, mesmo assim, sou sua irmã de consideração, decidi que... vou dar a vocês um ovo de Páscoa. — Silvia anunciou, num tom beirando a condescendência.

— Um... ovo? Para nós duas? — Lara desconfiou.

— É, mas... não vou simplesmente dar, vocês vão procurar.

— Mentira. — Pirra cética, questionou — falou que nosso pai não nos ama e já quer tentar ser nossa irmã boazinha, esse ovo não existe.

— Ué, existe, mas... se eu falar onde, aí qual é a graça? — Silvia tentou instigar o interesse delas.

O relógio de areiaOnde histórias criam vida. Descubra agora