38. Após os Portões de Ferro

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— Está louco?! — Manoel incrédulo, exclama a Mendes

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— Está louco?! — Manoel incrédulo, exclama a Mendes. — Me fez trazê-lo à casa do infeliz do meu irmão para dizer tolices?

— Não sou tolo. E ele sabe a que me refiro.

Mendes esperava de fato que soubesse, que Antônio ouvisse, mas detestava essa necessidade. A desconfiança persistia dentro do homem por atrás do rebuscado portão.

— Não tente me acuar. Você disse quem é, mas poderia ser eles tentando me manipular. — Com o pronome "eles", Antônio se refere aos Perpétunos.

— Não quero lhe enganar ou manipular. — Tranquilizou Mendes. — "Eles" que menciona, nos atacaram durante o tiroteio se passando por seguranças. Estava uma confusão. E você deixou que isso acontecesse em seu trabalho na demolição.

— Você não conhece essa gente que me persegue.

— Conheço o suficiente, conheço Eldric.

— Esse nome carrega mal presságio.

— Acredita que mortos trazem mal presságio?

— Por que fala isso?

— Pois é assim que Edric está.

— Morto? — Antônio encarnou a descrença, com um dos cantos de seus lábios parecendo se erguer. — Se for verdade, dormirei em paz.

— Eu não pregaria o olho sabendo que ele tem um filho por aí.

— Eldric tinha um filho? — Indaga Antônio.

— Não era você que conhecia essa gente?

Manoel se insere na conversa querendo saber mais a respeito do diálogo e o cenário, mas não obtêm resposta direta do irmão que inicia uma nova provocação:

— Manoel, é melhor não me fazer perguntas antes de me responder como encontrou estas pessoas sendo que eles estavam no território de demolição. A não ser que você também estivesse lá.

— Por que me acusa tão fácil?

— Ah, irmão... acha que estou perdido como tu. É tão óbvio e previsível. Só não entendo por que insiste em me sabotar, quando poderia viver tão bem, apenas desfrutando de sua classe.

— Lamento que esse seja seu ponto. Enquanto não esquecer dessa maldita classe, meus motivos não serão para você.

— Então a conversa que teremos lá dentro também não será sua. — Antônio fez um gesto para Mendes. — Vamos entrar e conversar longe do meu irmão.

Manoel balançou o rosto impassível, enquanto afastava-se do portão. Mendes fitou de um Soares a outro, dando passos curtos até os dedos tocarem a entrada do portão e a voz pedir humildemente:

— Meus amigos podem entrar?

— São mais do meu sangue, como tu se diz ser?

— Na verdade não... Ela é uma guardiã, já a conheço bem. — Mencionada, Isadora não se moveu e Mendes continuou apontando para Kaimbe. — E ele... ele está com a ela.

O relógio de areiaOnde histórias criam vida. Descubra agora