02| " Bem vindo de volta, Harry!"

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    Eu definitivamente odiava as sextas-feiras de jogo de Nova York

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Eu definitivamente odiava as sextas-feiras de jogo de Nova York. Todos saindo eloquentemente do trabalho para um desejado final de semana. O trânsito se tornava insuportável. Várias filas longas de carros ou constantes pisões de pé, de pais e empresários impacientes, todos tentados por sua cerveja e um jogo dos Lakers.

O patrocínio era ensurdecedor, assim como a quantidade de pessoas com as caras pintadas de seus respectivos times era irritante.

Sexta também era o dia exato em que Ben e eu marcávamos de jogar beisebol em um dos campos do Brooklyn. Lembro que o rapaz audacioso que vivia a carregar sua garrafa de Vodka, irritava-se profundamente com o esbarrar de ombros e o cheiro de óleo de que se sobressaia no ar provindo de diversos bares.
Fora as sextas de jogos, Jones alegava que o condado era um lugar aconchegante para curtir com os amigos. Eu me daria bem morando no Brooklyn. Sair bastante, trabalhar em um bar qualquer, dividir um apartamento com meus amigos do antigo colégio público, sem ter um pai gênio dono de hospitais a me irritar.

Eu definitivamente acreditava nisto, mas minha mãe não.

Com certeza às sextas populares no condado de Indiana eram diferentes.

Creekside era o tipo de lugar ideal para quem desejava fugir de uma vida agitada e desgastante. Cercado de lagos, colinas e bosques, causaria paz e tranquilidade em um casal de idosos que trabalhou duro durante a vida ou para um jovem conturbado que desejava apenas se sentar sobe uma árvore e observar o sol se pôr solitariamente.
Era um lugar apreciativo para casamentos durante o dia, pescas ou caça. Talvez atrativo para quem gosta de acender uma fogueira, tomar um café enquanto relata seu dia fadigado e suas terríveis dores nas costas.

Os habitantes vivem uma vida simples e conservada. A maioria trabalha durante a semana como cabeleireiro, professor ou como enfermeiro nos pequenos postos de saúde. Vão à praça aos sábados conversar com cada cara conhecida e alimentar a grande quantidade de patos. Vão a igreja no domingo de manhã e a tarde vão ao lago comer um churrasco enquanto reclamam sobre o final de semana que passou rápido.

Bem, isso segundo um pequeno livro de turismo que distribuíram no avião, que me dei por trazer sem perceber.

Recordo-me de tantas coisas relacionadas a este lugar. O pastor Norman era uma destas. Vizinho à avó Leslie, costumava sempre presentear as crianças com biscoitinhos com versículos bíblicos entre eles. Ele havia perdido a esposa, mas era um homem de imenso coração e nunca demonstrava tristeza. Ele zelava por sua pequena igreja e constantemente oferecia tomates aos vizinhos. Norman e meu falecido tio Sam tinham uma boa ligação, eram homens bons e amáveis.

Eu havia descido do avião, exatamente, às 15h47min. Ou seja, faz uns três minutos que espero encontrar a droga da minha mala nessa máquina lenta.

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