🥇 PRIMEIRO LUGAR NO CONCURSO DA LIGA BR WRITERS
" Sempre te guiarei para casa não importa o que aconteça."
A história de um rapaz vazio que coleciona fracassos e frustrações e uma menina que sempre busca seguir seu coração, mas se perde em seus pró...
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Jane
–Você poderia bater na porta! – Murmurei.
– Você poderia se vestir melhor! – Retrucou.
Jena Mellark havia entrado em meu quarto feito um furacão de roupas extravagantes e piadas ásperas enquanto eu me sentava sobre minha cama ainda sedada pelo sono interrompido. Ela vestia um moletom preto com a estampa de um gesto obsceno e uma saia jeans que não era uma das mais compridas. Estava, como de costume, chamativa demais para uma garota de apenas quinze anos que só estava indo à escola.
– O que foi, Jena? – Suspiro frustada pelo cochilo perdido.
Ela me ignora olhando o próprio reflexo no espelho, admirando a si mesma e verificando se o seu visual estava apto para lhe render destaque entre o seu grupo.
Jena adorava me ridicularizar quando o assunto era roupa. Era seu prazer criticar a forma na qual eu me vestia, alegando não ser como as suas "amigas" da minha idade se vestiam. Praticamente jogava em minha cara o quanto eu precisava ir ao shopping de Indiana e comprar roupas que não me classificassem como uma "menina de interior". Eu apenas a ignorava, já que não me interessava por roupas extravagantes e mini saias ou as roupas que julgava estar na moda.
Eu costumava me vestir de forma normal, não tão chamativa quanto Jena ou tão básica quanto Jean. Mas era o suficiente para ser alvo de piadas nada afetivas da minha irmã.
Mas não importa, Jena sempre caçoava de qualquer coisa que eu fazia ou vestia, desde quando éramos crianças, sempre vivia me chamando de "chorona" ou "bobalhona". E até um certo tempo, aquilo me incomodou bastante, depois, aprendi a ignorar, aceitando que aquele era seu jeito.
– Se você ficar enrolando, vamos perder a carona do Liam! – Avisou enquanto mexia e remexia em meu guarda roupa.
Ignorei seu aviso.
– O que você quer com as minhas coisas? –
– Mamãe lavou a minha outra saia e não está nas minhas coisas. Acho incrível como ela sempre esquece que a saia é minha e não sua! – Desdenhou.
Rolei os olhos e me levantei da cama com uma preguiça habitual.
– Já perguntou a ela onde está? – Enrolei meus dedos em meu cobertor azul já o dobrando.
– Não, não meu perco tempo, sei que está nas suas coisas! Katherine esquece que você não tem bom gosto para ter uma saia como aquela! – Joga alguns cabides em cima da minha cama.
– Jena, não estou com paciência para sua voz, pode deixar que dá próxima vez sua saia não vai estar aqui...– Estalo a língua franzindo o cenho em irritação.
A gratidão em seu olhar é terrivelmente satisfatória.
– Vai estar na casa da Amora! – Completo a frase notando sua expressão retornar a sua anterior de desdém.
