04 | " Apenas uma xícara quebrada."

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Jane

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Jane

   Eu simplesmente amava o cheiro de terra molhada que impregnava o ar nesta sexta de outono. O dia estava impecável, cinzento e acolhedor. As poças refletiam o céu coberto de nuvens e se estendiam até o final de cada rua.
Creekside estava um pouco agitada para um dia chuvoso, na padaria formava até filas e os Clarkson estavam a correr em volta do lago.

Algo definitivamente estranho para os Clarkson.

A relva parecia mais verde do que nunca, embelezava as redondezas, enquanto algumas folhas caíam ao chão. O dia estava um bocado frio, eu estava usando até um casaco vermelho e uma touca branca. Mas não era como os dias de inverno, que quase não se vê a grama, por conta da neve.
Talvez eu vá sentir falta do outono, uma época que me traz aconchego e me faz achar Creekside mais bela do que nunca. Porém, o inverno estava chegar, e junto consigo, a festa da colheita, a tradicional festa da cidade. Por conta da chegada do inverno, o solo já não é tão bom, então é como um agradecimento pela renda da nossa terra. É de fato uma celebração unânime, surge moradores até dos bueiros para festejar na praça, pisar em uvas, comer churrasco e tortas de maçã da padaria dos Warren. Eu simplesmente a adoro, junto com meus primos e amigos, passamos toda a madrugada na rua. A avó Leslie sempre colabora com sua magnífica canja de galinha, não há de fato uma igual. Eu costumo ajudá-la a preparar, ela insiste em me ensinar, mesmo que eu já tenha me conformado que nunca chegará aos pés da dela.

Outro fator que me fazia desejar o inverno, era o natal. Amava quando os moradores se juntavam e se dividiam em grupos para enfeitarmos a praça da cidade. Os Clarkson distribuíam chocolates quentes para todos. As crianças se divertiam em conjunto. E os jovens se juntavam com os amigos do colégio. Era uma contagiante energia.

Saio de meus devaneios ao sentir algo gelado e molhado bater contra o meu calcanhar coberto pelo jeans. Viro-me para o chão, a procura da fonte hídrica que me molhou e de imediato noto que era Connor a chutar água de uma poça, a 20 centímetros de mim, em minha direção enquanto um sorriso travesso ocupava seu rosto. Sorrio-lhe e chuto de volta, porém acaba a pegar nas calças de Cooper e este logo devolve, num piscar.

– Ei, foi sem querer! – Defendo-me chutando água em suas canelas.

Cooper encara suas pernas molhadas por alguns segundos e me provoca:

– Não deveria ter feito isso, Jane Mellark! –Ele posiciona sua perna na intenção de me molhar, porém atinge a Connor, propositalmente.

O irmão caçula de Cooper o encara perplexo, como se houvesse sido traído. Porém, ao invés de retrucar neste, Connor desloca seu olhar para a pequena Snow. Noah logo segura a mão da irmã, deslocando-a para seu lado esquerdo.

– Nem pense em fazer isso com a minha ir...– Noah foi cortado quando Connor chutou água em uma altura que atingiu até seus joelhos.

Meu primo super protetor suspira profundamente e larga a mão de Snow. E esta corre e abraça minhas pernas.

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