12 | " AI CARAMBA!"

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Harry

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Harry

Elise Wilberforce havia me enviado um email esta manhã e por incrível que pareça ele não havia me irritado tanto. O motivo não tinha nada relacionado ao fato da minha mãe não ter traços irritantes, mas sim por eu já estar esperando pela contínua rejeição de Tom, sendo assim não me frustrei com o seu não arrependimento.

Ela sequer havia mencionado o nome do papai, seus carácteres foram apenas direcionados a sua preocupação, sua organização para vir até Creekside e a nova caixa com roupas que me enviaria quando eu precisasse.

Era nítido que a conversa de ambos sobre mim não havia tido êxito, mas naquele momento aquilo não me incomodou. Talvez, após anos, eu finalmente estava me acostumando com a ideia de Tom Wilberforce não fazer mais parte da minha rotina idiota, talvez um início de um aliviador sentimento de indiferença.

Todavia, eu ainda não queria passar os próximos meses preso em um cidade fantasma. O desejo de ainda ir para Brooklyn com Ben para noites baratas de bebida e baseado ainda serpenteavam a minha mente de modo constante.

Por que ficar em Creekside, já que Tom nunca irá me perdoar?

Essa pergunta perambulava por minha mente, em vista da mamãe ter me despachado para essas bandas num genuíno intuito de recolocação social e uma certa forma de repensar meus atos e ser um filho melhor.

Um plano idiota! Penso.

No Brooklin, a essas horas, eu estaria voltando para o apartamento do Ben embriagado excessivamente e de quebra com alguma garota que eu certamente não me lembraria o nome. Aliás, eu teria motivos de sobra para bater em alguém, o que me aliviaria bastante.

No entanto, por ironia do destino, vim parar numa cidade onde todos se conhecem e onde não existem motivos para bater nas pessoas. Claro, exceto por meu querido primo Cooper.

Em Nova York, eu sempre estava cercado de pessoas, entretanto eu conseguia me desvencilhar, fugir para algum canto, e ficar um pouco sozinho para não enlouquecer. Todavia em Creekside eu nunca consigo ficar só um segundo sequer, sempre tem alguém na minha cola perguntando se estou bem ou me chamando para um jantar em família, já que tudo é motivo para jantar em família.

A noite passada foi um exemplo disto.

Após Jane e eu voltarmos do Morro das Pipas, os corredores do Casarão eram como uma orquestra de vozes e risadas altas. Um tremendo alvoroço para uma simples quarta-feira. E o motivo ilustre da "reunião da família mais feliz de Creekside" era um simples pernil assado feito por Mark e tio Paul, que servia a família inteira, já que tudo que eles compram é sempre para servir a família inteira.

Todo mundo junto por conta de um porco? Eu pensava uma vez ou outra.

Na verdade, aquilo me irritava profundamente e me enlouquecia. Enquanto eu queria resolver os meus problemas, a minha família materna sempre parecia estar disposta sentar e cantar, como se nada de ruim acontecesse em suas vidas pacatas.

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