Capítulo XV

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SHIN RYUJIN.

Eu estava enraivecida.

As imagens do rosto ensanguentado de Kwanghee não saíam da minha cabeça por nada, era como se fosse um tipo de assombração. Foi bom desferir socos no rosto daquele idiota, entretanto.

Meus punhos doíam, minhas estavam trêmulas e eu não conseguia parar de pensar em Hyori. Ela sofreu tanto nas mãos de Kwanghee e eu não sabia de nada...

Me sinto culpada. Se eu soubesse que Kwanghee batia nela, eu poderia ter feito algo.

Eu devia ter feito algo.

Fui retirada de meus pensamentos quando Chaeryeong começou a enfaixar as minhas mãos de forma cuidadosa.

Obrigada... Você não precisava ter feito isso. Murmurei, observando a feição concentrada da mais nova.

Ela era tão linda...

E deixar as suas mãos naquele estado? Não mesmo! Chaeryeong exclamou, ainda enfaixando as minhas mãos.

Não demorou muito para ela terminar. Quando o fez, deu um beijo singelo em cada uma das mãos, se levantando para colocar a mala de primeiros socorros de volta no lugar.

Observei meus punhos enfaixados; isso seria ruim para a minha reputação e para a imagem da empresa. Muito provavelmente gravaram a briga e publicaram na internet, e quando descobrirem que eu estava batendo em meu próprio genitor, iriam cair todos para cima de mim.

Suspirei, desgostosa. As ações têm consequências.

Bom... eu irei checar em Yuna e Yeoreum. Elas provavelmente já adormeceram. Lee murmurou, colocando as mãos nos bolsos da calça.

Espere, eu vou com você.

Me levantei da cama e caminhamos juntas em direção ao quarto de Yuna. Ao entrar lá, encontramos as duas adormecidas no chão.

Eu ri baixinho, segurando o corpo de Yuna e o colocando cautelosamente na cama. Chaeryeong fez o mesmo com Yeoreum, deixando-as agarradinhas e confortáveis.

Coloquei o cobertor por cima delas e dei um beijinho na testa de cada uma, me afastando e olhando para Chaeryeong depois.

Quando iremos contar? Chaeryeong perguntou, ainda olhando para as meias-irmãs adormecidas.

Quando estivermos prontas. Respondi, e caminhei para fora do quarto, com Chaeryeong atrás de mim.

Fechei a porta com cautela para não as acordar, porém, quando olhei para a frente, dei de cara com Joohyun. Não a via há um bom tempo, então a cumprimentei de forma alegre.

Senhorita Ryujin. Joohyun se curvou. O seu primo, Choi Beomgyu, deseja conversar com a senhora pelo telefone.

Revirei os olhos ao ouvir o nome daquele nojento. Diga a ele que estou ocupada.

Choi Beomgyu disse que era urgente.

Ele sempre diz isso, e no fim, acaba por ser mais uma das suas inutilidades. Diga-lhe que estou ocupada. Me virei de costas, caminhando até meu escritório.

Horas mais tarde, começou a chover com força. Estava trovoando imenso e por conta disso, Chaeryeong decidiu passar a noite aqui.

Eram duas da manhã, eu estava em meu escritório tratando de alguns assuntos importantes da empresa enquanto bebia meu café, quando minha concentração foi desviada para uma leve batida na porta.

Entre. Para a minha surpresa, era Yeoreum. Yeoreum, o que está fazendo aqui, princesa?

Me levantei da cadeira, caminhando até a pequena figura sonolenta na minha frente.

Eu quero a mamãe... Agarrei Yeoreum no colo, percebendo que ela estava chorando. Imediatamente fiquei preocupada, será que ela teve algum pesadelo?

Você teve algum pesadelo, meu amor? Perguntei, e a mesma assentiu com a cabeça, coçando os olhos. Não se preocupe, irei te levar até a mamãe Chaeryeong, 'tá bom?

Yeoreum assentiu novamente, apoiando a sua cabeça em meu ombro e me abraçando. Não consegui segurar o meu sorriso, abraçando a pequena de volta.

Mal podia esperar para contar...

Caminhei até ao quarto de hóspedes, batendo levemente na porta. Uma Chaeryeong extremamente sonolenta abriu a porta, surpresa por ver Yeoreum em meu colo.

Ela teve um pesadelo. Ao perceber que eu estava de frente com Chaeryeong, Yeoreum pulou para o colo dela, se aninhando à mãe.

Chaeryeong colocou Yeoreum na cama, e eu apenas me contentei em observar aquela interação entre mãe e filha. Involuntariamente, sorri.

Segundos depois, Chaeryeong voltou para a porta, sorrindo de forma singela.

Eu... Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu hoje mais cedo, foi um caos enorme. Falei, abaixando a cabeça. Estava me sentindo um pouco envergonhada.

Não faz mal, Ryujin. Imprevistos acontecem e eu espero que Hyori esteja bem. Talvez... poderíamos repetir o passeio. Levantei a cabeça, levemente surpresa com sua proposta.

Tudo bem, as crianças iriam gostar.

Não, Ryujin... Franzi o cenho. Como assim "não"? Um passeio... só nós duas. Poderíamos deixar as meninas com Joohyun.

Só nós duas... Só nós duas?!

C-Claro! Me xinguei mentalmente por gaguejar. É só... marcar o dia e a hora.

Legal! Chaeryeong se aproximou, deixando um beijo no canto da minha boca. Boa noite, Ryujin.

E ela fechou a porta.

Boa... noite. Saindo de meu transe, toquei no local em que ela havia beijado e sorri para mim mesma.

Eu devo estar louca.

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