our daughter

Capítulo XXIII

tw: menção a estupro de vulnerável e violência.
NARRADORA.

Alguns dias depois, Yuna finalmente recebeu alta. A pequena estava mais do que feliz para poder voltar para casa, mas essa felicidade logo desapareceu ao ver que iria de carro.

— Mamãe Ryujin, a gente tem realmente que ir de carro? Eu não quero... — Chaeryeong e Ryujin se olharam, preocupadas. — Não podemos ir de outro jeito?

Yuna olhava para as duas mulheres enquanto agarrava a mão de Yeoreum com firmeza. Ela parecia hesitante e assustada.

— Yu, vai correr tudo bem! Eu, a mamãe e a tia Ryu vamos estar com você, nada de ruim vai acontecer! — Yeoreum tentou acalmar a meia-irmã, porém, sem sucesso.

Os olhos de Yuna começaram a lacrimejar e ela negava com a cabeça. — N-Não, eu não quero... Eu não quero, eu não quero!

— Yuna, amor, se acalma. — Ryujin se agachou na frente da filha e a abraçou. — Você quer ir de ônibus? A gente pode ir de ônibus.

Yuna voltou a negar com a cabeça e lágrimas começaram a sair dos seus olhos. — Não...

— Então, como você quer ir 'pra casa, Yu? Me diz. — Ryujin perguntou de forma suave, tentando não assustar a filha.

Yuna apenas negava com a cabeça. — Eu não quero ir de carro...

— Eu sei, linda, eu sei... Mas como você quer ir? É isso que eu quero saber para poder te levar. — Enquanto Ryujin tentava acalmar Yuna, Yeoreum abraçou Yuna por trás, se sentindo triste com toda aquela situação.

Yuna se sentiu mais segura com o abraço de Yeoreum. — A gente... A gente pode ir a pé?

— A pé?! — Chaeryeong e Ryujin a olharam, surpresas. Yuna apenas assentiu com a cabeça.

— Linda, a gente não pode ir a pé. O hospital fica muito longe de casa. — Chaeryeong respondeu, se agachando ao lado de Yuna e tocando em seu ombro carinhosamente.

— Mas eu não quero ir na estrada, Chaery, eu não quero! — Yuna voltou a ficar nervosa.

— Ei, Yu, não foi isso que eu disse. Eu só disse que ir a pé vai demorar muito, e além disso, vai nos deixar muito cansadas. Mas eu não disse que a gente tinha de ir na estrada, disse? — Yuna negou com a cabeça, hesitante. — Pois. Agora, respira fundo junto comigo e com a mamãe, Yuna, assim.

Chaeryeong e Ryujin inspiraram e expiraram, incentivando Yuna a fazer o mesmo. Por sorte, isso a deixou mais calma, até ao ponto de adormecer.

Ryujin pegou a filha no colo, caminhando até ao carro de forma hesitante.

— Tia Ryu, não! A Yu disse que não quer ir de carro! — Yeoreum tentou impedir a Shin.

— Yeoreum, olha 'pra mamãe. — Chaeryeong se agachou na frente da filha. — A gente não tem mais como ir para casa. E além disso, a tia Ryu vai conduzir bem devagar e com cuidado, sim?

— M-Mas... E se a Yu acordar no meio do caminho e perceber que a gente 'tá num carro? — Chaeryeong suspirou, sem saber o que fazer. Esperava que Yuna não acordasse no meio do caminho.

‧

Por sorte, Yuna não acordou durante a viagem de volta. Yeoreum a observou como uma águia e Ryujin conduzia com tanto cuidado que quase perdia a paciência quando algum condutor não cumpria as leis da estrada. Chegaram em segurança, entretanto.