Capítulo XIII

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tw: aborto espontâneo.
SHIN RYUJIN.

A primeira coisa que fiz ao chegar no hospital foi correr em direção a Kwanghee, este que estava sentado numa das cadeiras com a expressão perdida.

Kwanghee, o que aconteceu? Cadê a Hyori?! Exclamei afobada, aquilo não podia ser verdade. Não podia. Cadê ela, inferno?! Me responde!

Ela está na sala. O doutor não me deixou entrar. Pude perceber que Kwanghee estava se segurando para não chorar. Senti pena dele por um momento.

Coloquei as mãos nos cabelos, me sentindo estressada. Não era a primeira vez que acontecia, porém era deprimente ver Hyori naquele estado, tentando ao máximo se recuperar daquele baque.

Não queria estressar Chaeryeong e as crianças com aquilo tudo, então elas foram para minha casa.

Me sentei do lado de Kwanghee, tentando arranjar alguma forma de me acalmar. As minhas pernas tremiam involuntariamente, e eu não parava que roer as unhas.

Até que - finalmente - minutos depois, o doutor caminhou em direção a recepção. Familiares de Lee Hyori?

Somos nós.Respondi, me levantando ao mesmo tempo que Kwanghee.

Sinto muito. Não conseguimos salvar o bebê. O doutor suspirou, e uma vontade enorme de chorar veio com tudo. Atrás de mim, pude ouvir Kwanghee chorando.

Porém eu sabia que aquele choro era falso. Ele estava pouco se fudendo para aquela criança.

Eu... Eu posso ir vê-la?Perguntei, suspirando ao ver o doutor assentir com a cabeça e pedir para eu o acompanhar.

Caminhamos até a sala em que Hyori estava e no momento em que entrei, senti as lágrimas molharem minhas bochechas.

Hyori estava sentada na cama de hospital, encarando um ponto qualquer. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar e ainda caíam algumas lágrimas. O que doía mais era ver a mão dela acariciar a própria barriga, inconscientemente.

Hyori... Me aproximei devagar.

Eu achava que eu ia conseguir. Eu jurava que eu ia conseguir. Hyori olhou para mim, seus olhos vermelhos de tantas lágrimas.

Caminhei rapidamente até Hyori, a envolvendo em um abraço apertado e sentindo o meu coração doer ao ouvi-la chorar audivelmente em meu ombro. Ela não merecia isso.

Ninguém merecia isso.

Continuei abraçando a mais velha, sentindo ela se acalmar aos poucos. Acariciei os seus cabelos, numa tentativa de a acalmar. Sempre funcionava.

Quando Hyori fez menção de se afastar, a soltei contra a minha vontade, mas ainda apertei a sua mão carinhosamente.

Semana passada eu descobri que era uma menina. Era uma menininha, Ryu. Eu já tinha o nome planeado e tudo. Eu ia contar 'pra você amanhã. O quartinho dela já estava pronto. Eu tinha comprado umas roupinhas fofas para quando Sooyoung nascesse, ela pudesse usar. Hyori sorriu, mas o semblante triste não saia de seu rosto.

Sooyoung é um nome lindo, Hyo.

Eu sei. Foi você que escolheu. Franzi o cenho. Como assim? Você obviamente não se lembra, mas quando você era pequenininha, eu me lembro que, um dia, você foi na empresa com a sua mãe, e eu me lembro de ter ouvido você dizer que queria ter uma irmãzinha chamada Sooyoung. Porque você tinha um crush numa menininha da sua turma que se chamava Ha Sooyoung.

A Yves?Perguntei ao me lembrar da garota de cabelos pintados de vermelho bordô. Hyori sorriu fraco ao assentir. Nossa... Eu tinha um crush na Yves?!

Sim! Você era doida por aquela garota. Vocês eram inseparáveis até ao ensino médio.

Até ela conhecer a Jiwoo... Sim, eu me lembro dessa parte! Sorrimos juntas, mas o sorriso de Hyori durou apenas poucos segundos.

Ela voltou a acariciar a barriga inconscientemente, encarando a minha mão e apertando-a em seguida. Eu preciso te contar algo sério, Ryujin.

Apenas assenti com a cabeça, me sentindo um pouco assustada com o semblante sério de Hyori. Pelos vistos, era realmente sério.

Ryujin... Essa decisão não foi fácil 'pra mim, acredite. Mas depois do que aconteceu ontem à noite-

O que aconteceu ontem à noite? Interrompi, e imediatamente pedi desculpas ao ver o olhar levemente severo de Hyori sobre mim.

Enfim, como eu estava dizendo... Depois do que aconteceu, eu finalmente decidi que... eu irei me divorciar do seu pai.

LEE CHAERYEONG.

Estava preocupada com Hyori. Nem sabia que ela estava grávida, porém deve ser muito ruim perder um bebê desse jeito. Não seria capaz de desejar isso para ninguém.

Yuna e Yeoreum estavam curiosas sobre a reação da mãe delas. Tentei as distrair de alguma forma, e por sorte, funcionou.

Deixei as duas brincando no quarto da mais nova e decidi enviar uma mensagem para Ryujin, estava preocupada.

Lee Chaeryeong
18:45 - A Hyori está bem??

No momento em que enviei a mensagem, me assustei ao ouvir a porta de casa bater de forma brusca. Peguei uma faca da cozinha e a segurei com força, suspirando em alívio ao perceber que era Ryujin.

Uma Ryujin muito irritada, aliás.

Ryujin? Coloquei a faca na bancada, caminhando até ela devagar.

Ela estava sentada no sofá, sua perna estava tremendo, seus olhos derramavam lágrimas e suas mãos estavam ensanguentadas.

Espera, ensanguentadas?!

Ryujin, o que... As suas mãos! Corri até a Shin, pegando nas mãos dela e percebendo que a situação estava feia. O que aconteceu? Porque suas mãos estão assim? Esse sangue é seu?

Ryujin não respondeu. Ao invés disso, ela me puxou para um abraço apertado. Acariciei as suas costas, percebendo suas lágrimas molharem meus olhos. Seus braços rodeavam minha cintura e apertavam com uma certa força. Ela estava me machucando, mas eu não me importava. Não naquele momento.

Eu... Eu bati nele... Franzi o cenho, mas permaneci em silêncio. Ele fez a Hyori... sofrer o aborto...

Me afastei dela bruscamente, ainda com as minhas mãos em seu rosto. Como é que é?! Ele quem?!

Kwanghee... Ele bateu na...Ryujin soluçou, parecia ter dificuldade em respirar.

Já tinha entendido tudo. Apenas assenti com a cabeça, voltando a abraçá-la. Ryujin voltou a chorar e soluçar em meu ombro, me doía vê-la assim. Enquanto acariciava seus cabelos, suspirei em raiva ao me lembrar do sr. Shin. Ele era um homem asqueroso, e me dava nojo ver homens assim como ele estarem livres.

Ele iria receber o seu karma. Mais cedo ou mais tarde.


peço imensas desculpas se o capítulo estiver muito curto ://

our daughterOnde histórias criam vida. Descubra agora