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— Jisung? — aquela voz o fez engasgar, denunciando a exata cabine que se encontrava.

O rapaz recém-chegado caminhou até a porta do único lugar que tinha certeza que Han estava, não podia negar a preocupação crescente em seu peito, manteve contato com Christopher desde que viajou para o Canadá e soube de como Jisung piorava cada dia mais. Esperava realmente não ter chegado tarde ao ponto do garoto estar machucado, os sinais de uma crise forte eram evidentes desde que o moreno havia colocado os pés naquele colégio.

Bom, pelo menos para Lee Minho.

— Ji? — deu duas batidas na porta e não obteve nenhuma resposta, apenas viu o sinalizador da porta ir de "ocupado" para "livre" e então adentrou na cabine.

Ambos os corações dispararam imediatamente quando os olhos se encontraram, uma saudade de quatro anos que parecia sufocar os corpos ali presentes em um nível que lhes causava agonia e um certo desespero para recuperar o tempo perdido. Jisung estava assustado, esperava todo tipo de ofensa ser dirigido a si pelo mais velho à sua frente, seus pensamentos voavam para todo canto negativo possível.

"Você é um filho da puta por ter feito isso com o Lee"

"Jisung, você fez bem em se afastar dele, esse garoto só te atrasava e eu não duvido que você tenha tornado a vida dele um inferno com seus chiliques"

"Ele está bem melhor sem você"

Han não pôde evitar, as lágrimas corriam desesperadamente por seu rosto novamente enquanto diversas desculpas eram murmuradas de forma desajeitada e pela primeira vez em anos, ele se permitiu chorar alto sem reprimir um som sequer.

Minho queria conversar, queria pedir explicações ao garoto, mas sabia que aquele não era o momento e que quando Jisung se sentisse pronto pra falar sobre tudo que aconteceu, ele falaria. Não demorou para agarrar o corpo delineado que tanto sentiu falta em um abraço apertado enquanto acariciava os cabelos macios sussurrando que ficaria tudo bem.

O mais novo nada disse, tentava a todo custo se acalmar para poder dizer algo coeso, queria poder se explicar a Minho, pedir perdão e abrir o jogo como sempre fez. O cheiro de Lee não havia mudado nadinha, ainda era o mesmo que ficava preso às roupinhas das pelúcias que havia ganhado anos atrás, ele se sentia mais tranquilo com isso.

Não demorou muito para que a respiração de Jisung se normalizasse e as lágrimas cessassem de vez e consequentemente Lee o soltou calmamente para encarar seus olhos e secar seu rosto.

— Se sente melhor? — o menor assentiu. — Quer que eu ligue pro Chris? 

— Não precisa... —  respondeu baixo pela vergonha que sentia de ter sido fraco daquela forma mais uma vez.

— Vem, você precisa lavar o rosto e tomar água. — o segurou pela mão para que saíssem daquela cabine.

Jisung se inclinou na pia para jogar um pouco d'água na própria face e respirou fundo, pensando no que dizer ao rapaz ao seu lado, este que pareceu sentir a tensão que Han exalava.

— Você não precisa dizer nada agora, quokka. — usou do apelido que sempre dizia para acalmá-lo quando eram mais novos e suspirou ao ver que havia sido efetivo.

— Muito obrigado. — assim que secou o rosto se virou para o mais velho e o abraçou apertado uma última vez antes de sair do banheiro com medo de desabar mais uma vez caso começasse a falar.

[...] 

— Eu preciso ir embora, hyung. 

panic room | minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora